ITINERÁRIO DE EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE SERRINHA/RN – 1997 A 2021
semântica discursiva e produção da indiferença em relação à educação no campo
Resumo
Este estudo objetiva analisar o itinerário educacional do Município de Serrinha-RN, as práticas voltadas para educação no campo e/ou rural. Busca-se interpretar como se dá a organização desse espaço que sinaliza em sua trajetória um rompimento com as tendências dos estudos de educação rural e/ou no campo, embora apresente um discurso semântico de convergência com os estabelecidos pela legislação educacional. Foram utilizadas, para realizar essa pesquisa, as contribuições de Michael Herzfeld para os estudos das práticas individuais e coletivas. Uma análise da estrutura posta formalmente e das ações constituídas a partir de indivíduos e suas atribuições. A coleta de dados adota como metodologias o levantamento de documentos, artigos científicos, informações sobre organização populacional e censo escolar. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturada e de narrativa com dois professores e um coordenador. Os depoimentos foram analisados com base na metodologia de análise de conteúdo de Laurence Bardin. Buscou-se compreender como no espaço onde a pedagogia da alternância e o ruralismo pedagógico é algo “totalmente desconhecido” e nessa sequência a ausência de ações de mobilização impulsionadas por movimentos de militância no campo a exemplo do empreendido pelo MST. Como dentro deste universo de distanciamento é vivenciada a escola no campo e as perspectivas de continuidade e descontinuidade de ações para essa realidade da escola do campo? Constatou-se que essa distância não foi suficiente para proteger a escola do campo dos processos de legitimação de uma educação para a cidade, instituída pela forma de violência simbólica e atrelada a construção social da indiferença, oferecida pelo Estado burocrático, e tendo como principal agente o professor.