SLOW FASHION: UM DEBATE TEÓRICO SOBRE A NECESSIDADE DE COORDENAÇÃO
Resumen
O mercado slow fashion surge como um movimento contrário ao modelo tradicional da cadeia produtiva – fast fashion. Sendo assim, é necessário que as indústrias do setor têxtil e vestuário repensem suas estratégias. Isso porque, o slow fashion parte de uma demanda do consumidor por produtos que sejam enquadrados num sistema produtivo que seja sustentável. Logo, aspectos ambientais, éticos e sociais passam a ser tratados junto aos demais critérios de competitividade, tais como qualidade. Ora, se o consumidor demanda determinados atributos, a produção deve direcionar esforços para atendê-los. Nesse sentido, o presente artigo buscou revelar a relevância da coordenação da cadeia produtiva do algodão para a competitividade do Slow Fashion. Os procedimentos metodológicos são baseados em pesquisa qualitativa, envolvendo levantamento bibliográfico amparado na coordenação de sistemas agroindustriais sob a ótica da Economia dos Custos de Transação como pano de fundo para discussão da coordenação das transações envolvendo produtores e compradores do algodão como matéria prima para produção de produtos a serem ofertados no mercado slow fashion. Destaca-se a necessidade de estruturas de governança do tipo híbrida para melhor competitividade da cadeia. Por fim, as contribuições desse estudo apresentam relevância em relação ao tema emergente de Slow Fashion, além de proporcionar avanço do conhecimento científico.
Citas
ARBAGE, A. P. Custo de transação e seu impacto na formação e gestão de cadeia de suprimentos: estudo de caso em estruturas de governança híbridas do sistema agroalimentar no Rio Grande do Sul. 2004. 280 f. Tese (Doutorado em Administração) – Programa de PósGraduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
AZEVEDO, P. F. de. Concorrência no Agribusiness. In: ZYLBERSZTAJN, Décio; NEVES, Marcos Fava (Org.) Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.
BELIK, W. Agroindústria e reestruturação industrial no Brasil: elementos para uma avaliação. IN: RAMOS, P.; RAEYDON, B. P. (Org.). Agropecuária e agroindústria no Brasil: ajuste, situação atual e perspectives. ABRA, Campinas, SP, 1995.
COASE, R. H. The nature of the firm. Economica, Vol. 4, No. 16, 1937.
ZYLBERSZTAJN, D. Economics of networks and patterns of competition in food and agribusiness. In: International Conference on Agri-food ChainEconomics and Management, 2003, Ribeirão Preto. Anais… Ribeirão Preto, 2003.
CORRÊA, Cynthia C.; SILVA, Juvancir da. Cadeia Produtiva: estruturas de governança. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (XXVI ENEGEP), 26, 2006. Rio de Janeiro, RJ. Anais... 2006.
FARINA, E. M. M. Q. Competitividade e coordenação de Sistemas Agroindustriais: um ensaio conceitual. Revista Gestão e Produção. v. 6, n.3, p. 147-161, 1999.
FARINA, E. M. M. Q. The Latin American perspective on the impacts of the global food economy: the case of Brazil. Paper presented at Conference on Changing Dimensions of the Food Economy: Exploring the Policy Issues. The Hague, Netherlands, 2003.
FARINA, E. M. Q.; AZEVEDO, P. F.; SAES, M. S. M. Competitividade: mercado, estado e organizações. São Paulo: Editora Singular, 1997.
FARINA, E.; ZYLBERSZTAJN, D. Economics of networks and patterns of competition in food and agibusiness. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, USP, 2003. Working Paper, n. 03/027.
FLETCHER, K.; GROSE, L. Moda & Sustentabilidade: design para mudança. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.
FLEXOR, G. A globalização do sistema agroalimentar e seus desafios para o Brasil. Economia-Ensaios, Uberlândia, vol. 20, n. 2, pp. 63-95. 2006.
FURUBOTN, E. RICHTER, R. Institutions and economic theory: the contribution of the New Institutional Economics. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 2000.
LIMA, Verena Ferreira Tidei de. O prolongamento da vida útil do vestuário de moda como alternativa para a redução de seu impacto socioambiental. 2013. Dissertação (Mestrado em Têxtil e Moda) - Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. doi:10.11606/D.100.2013.tde-17102014-122552. Acesso em: 05 fev.2017.
MÉNARD, C. The economics of hybrid organizations. Journal of Institutional and Theoretical Economics, v. 160, p. 345-376, 2004.
MÉNARD, C.; VALCESCHINI, E. New institutions for governingtheagri-foodindustry. EuropeanReviewofAgriculturalEconomics, v. 32, n. 3, p. 421-440, 2005. MERRIAM, S. B. Qualitative Research and Case Study: applications in education. Georgia: Copyright, 1998.
MORELLI, Graziela. Paradoxos da sociedade contemporânea: O movimento Slow Fashion. In: VII Colóquio de Moda, 2010. Disponível em: <http://www.coloquiomoda.com.br/anais/anais/7-Coloquio-de-oda_2011/GT11/Comunicacao-Oral/CO_89746Paradoxos_da_sociedade_contemporanea_o_movimento_slow_fashion_.pdf>. Acesso em: 25 de Jun. 2016.
NEVES, M.F., CHADDAD, F.R.; LAZZARINI, S. G. Alimentos: Novos Tempos e Conceitos na Gestão de Negócios. São Paulo – Editora Pioneira, 123 p. 2000.
NEVES, Felipe. “Palmas consumeristas”. Rev. PROCON-SP, 5° Ed., maio/junho, 2007. Disponível em: <http://www.procon.sp.gov.br/texto.asp?id=2286>. Acesso em: 25 de Jun. 2016.
PEREIRA, Dilara Rubia; NOGUEIRA, Márcia Ferreira. Moda sob uma perspectiva do slowfashion. In: COLÓQUIO DE MODA, 9., 2013, Fortaleza. Anais... . Fortaleza: Capes, 2013. p. 1 - 14. Disponível em: <http://www.coloquiomoda.com.br/anais/anais/9-Coloquio-de-Moda_2013/COMUNICACAO-ORAL/EIXO-1-DESIGN_COMUNICACAO-ORAL/Moda-sob-medida-uma-perspectiva-do-slow-fashion.pdf>. Acesso em: 8 jul. 2017.
PINDYCK, Robert S; Rubinfeld, Daniel L. Microeconomia. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
REFOSCO, Ereany; OENNING, Josiany; NEVES, Manuela. Da Alta Costura ao Prêt-à-porter, da Fast Fashion a Slow Fashion: um grande desafio para a Moda. Modapalavra, Florianópolis, v. 4, n. 8, p.1-15, jul. 2011. Semestral. Disponível em: <http://www.revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/7808/5376>. Acesso em: 05 mai. 2017.
SAES, Maria Sylvia Macchione. Estratégias de diferenciação e apropriação da quaserenda na agricultura: a produção de pequena escala. São Paulo: Annablume, Papesp, 2009.
SOUZA, M. C. M. TÊXTEIS DE ALGODÃO ORGÂNICO: UM CASO DE COORDENAÇÃO ESTRITA DESUB-SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS. II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999.
WILKINSON, J. A agricultura familiar ante o novo padrão de competitividade do sistema agroalimentar na América Latina. Estudos Sociais e Agricultura, Rio de Janeiro, 2003. 62- 87
WILLIAMSON, O. E. Comparative Economic Organization: the Analysis of Discrete Structural Alternatives. Administrative Science Quarterly, v. 36, N. 2, p. 269-296, 1991.
WILLIAMSON, O. E. Outsourcing: Transaction Cost Economics and Supply Chain Management. Journal of Supply Chain Management, vol. 44, n. 2, April 2008.
WILLIAMSON, O. E. The economic institutions of capitalism: firms, markets, relational contracting. New York: Free Press, 1985
WILLIAMSON, O. E. The new institutional economics: taking stock, looking ahead. Journal of Economic Literature. v. 38, p. 595-613, 2000.
WILLIAMSON, O. E. The Theory of the Firm as Governance Structure: from choice to contract. 2002.(Working Paper).
ZYLBERSZTAJN, D. Estruturas de governança e coordenação do Agribusiness: uma aplicação da Nova Economia das Instituições. Tese de livre docência apresentada no Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de
São Paulo. São Paulo: 1995.
ZYLBERSZTAJN, D. Measurement costs and governance: bridging perspectives of transaction cost economics. In: International Society for the New Institutional Economics – ISNIE, Barcelona-Espanha, 2005.
ZYLBERSZTAJN, D.; FARINA, E.M.M.Q. Stricly coordinated food system: exploring the limits of coasian firm. International Food and Agribusiness Management Review, College Station, v.2, n.2, p.249-265, Apr./June 1999.