CAPITAL SOCIAL EM BRASÍLIA NA PERSPECTIVA DE NATIVOS E EMIGRANTES
Resumen
Este artigo pretende identificar e comparar o capital social em Brasília na perspectiva de nativos e emigrantes. O marco teórico baseou-se no constructo sobre capital social, tentando identificar fatores que poderiam demonstrar sua presença ou ausência no contexto brasiliense. Com relação aos métodos, a pesquisa englobou apenas questões relacionadas a confiança para que se pudesse ter condições de inferir sobre o capital social nos diferentes grupos. A pesquisa foi qualitativa e descritiva, na qual a estratégia de investigação utilizada foi o estudo multicasos, que permite a comparação entre grupos de participantes. O instrumento de coleta utilizado foi um roteiro contendo apenas questões abertas aplicado a oito estudantes de Pós-Graduação, sendo quatro deles nativos e quatro emigrantes à cidade. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo. Os principais resultados indicam que os emigrantes sensivelmente confiam mais em seus pares, nas autoridades públicas e nas instituições do que os participantes nativos. A pesquisa contribui para (a) entender as percepções referentes a confiança entre nativos do Distrito Federal e emigrantes; assim como, este estudo permite (b) inferir sobre o capital social existente em cidades “construídas” artificialmente.Citas
ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L. Capital social e empreendedorismo social. (Org.) LASTRES, M. H. et al. Proposição de políticas para a promoção de sistemas produtivos locais de micro, pequenas e médias empresas. UFRJ, 2002.
BORDIEU, P. The forms of capital. In: Handbook of theory and research for the sociology education. Ed. JG Richardson. New York: Greenwood, 1985.
BRANDÃO, C. Território e desenvolvimento: as múltiplas escalas entre o local e o global. Campinas: Editora UNICAMP, 2007.
BRITTO, J. Cooperação interindustrial e redes de empresas. In: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. (Org.). Economia industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
BURREL, G.; MORGAN, G. Sociological Paradigms and Organizational Analysis. Aldershot: Ashgate Publishing Co, 1979.
Callahan, S. The capital that counts. Commonweal, 1996.
CASAROTTO FILHO, N.; PIRES, L. H. Redes de pequenas e médias empresas e desenvolvimento local: estratégias para a conquista da competitividade global com base na experiência italiana. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
COLEMAN, J. S. Foundations of social theory. Cambridge: Belknap press of Harvard university press, 1990.
COSTA, M. A. N. Sinergia e capital social na construção de políticas sociais: a favela da mangueira no Rio de Janeiro. Revista de Sociologia Política, 21, 147-163, 2003.
EVANS, P. Government action, social capital and development: Reviewing the evidence on synergy. World Development, 24(6), 1119-1132, 1996.
FACCIN, K.; GENARI, D.; MACKE, J. Capital social: recurso facilitador da inovação em gestão. Revista de Administração e Inovação, 7(4), 206-233, 2010.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FUKUYAMA, F. Confiança: as virtudes sociais e a criação da prosperidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
GUILLEN, L.; COROMINA, L.; SARIS, W. E. Measurement of social participation and its place in social capital theory. Social Indicators Research, 100, p. 331-350, 2011.
HIGGINS, S. S. Os fundamentos teóricos do capital social. Chapecó: Argos Editora Universitária, 2005.
LIN, N. Building a network theory of social capital. Connections, 22(1), 28-51, 1999.
MATOUS, P.; OZAWA, K. Measuring social capital in a Philippine slum. Field Methods, 22(2), p. 133-153, 2010.
MARTELETO, R. M.; SILVA, A. B. O. Redes e capital social: o enfoque da informação para o desenvolvimento local. Revista de Ciência da Informação, 33(3), 41-49, 2004.
MULS, L. M. Desenvolvimento local, espaço e território: o conceito de capital social e a importância de formação de redes entre organismos e instituições locais. Revista EconomiA, Brasília, v. 9, n. 1, p. 1-21, 2008.
NARAYAN, D.; CASSIDY, M. F. A dimensional approach to measuring social capital: development and validation of a social capital inventory, Current Sociology, 49(2), p. 59-102, 2001.
NIEMINEN, T. et al. Measurement and socio-demographic variation of social capital in a large population-based survey. Social Indicators Research, 85, p. 425-423, 2008.
OORSCHOT, W. V.; ARTS, W.; GELISSEN, J. Social capital in Europe: measurement and social and regional distribution of a multifaceted phenomenon. Acta Sociologica, 49(2), p. 149-167, 2006.
ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. Glossary of statistical terms. Disponível em http://stats.oecd.org/glossary/detail.asp?ID=3560. Acesso em outubro de 2001.
PORTES, A. Social capital: Its origins and applications in the modern sociology. Annu. Rev. Sociology, 24, 1-24, 1998.
PUTNAM, R. D. Making democracy work: civic traditions in modern Italy. Princeton: Princeton University Press, 1993.
PUTNAM, R. D. Bowling alone: America’s declining social capital. Journal of Democracy, 65-78, 1995.
PUTNAM, R. D. Bowling alone: the collapse and revival of American Community. New York: Simon & Schuster, 2000.
SCOTT, R. W. Organizations: Rational, natural, and open systems. 4 ed. New Jersey: Prentice Hall, 1998.
VILPOUX, O. F., & Oliveira, E. J. Instituições informais e governanças em arranjos produtivos locais. Revista Economia Contemporânea, (14)1, 85-111, 2010.