Futebol, Violência Racial E Formação Cultural:
Por uma ética da desaprendizagem
Аннотация
O presente resumo apresenta uma síntese analítica dos resultados de uma pesquisa concluída e publicada sob o título “Racismos extracampo e formação cultural”, cuja temática é o racismo no futebol, especialmente em sua dimensão extracampo, isto é, para além das práticas e discursos que se circunscrevem às ações dos jogadores durante o jogo. O foco recai sobre as práticas racistas perpetradas por torcedores, as quais, mesmo diante da consagração de ídolos negros, continuam a manifestar-se em formas simbólicas, verbais e físicas. A análise parte de uma abordagem interdisciplinar no campo das Ciências Humanas, mobilizando teorias críticas para compreender como o futebol funciona como espaço de reafirmação da desigualdade racial. Referenciais como Theodor Adorno (2003), Kabengele Munanga (2006), Franz Fanon (1968), Paulo Freire (1987) e Bell Hooks (2017) são utilizados para sustentar a tese de que é necessário deslocar a luta antirracista para o plano da cultura e da subjetividade, com ênfase no conceito de desaprendizagem. Tal proposta visa desestabilizar os dispositivos históricos de racialização e permitir novas práticas de reconhecimento do Outro nos estádios e na sociedade.
Литература
ADORNO, T. W. Teoria estética. Lisboa: Edições 70, 2000.
FANON, F. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017.
MUNANGA, K. Algumas considerações sobre "raça", ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista USP, São Paulo, n. 68, p. 46–57, 2006.