NOVO ESTADO EM UMA VELHA ESTRUTURA FUNDIÁRIA: A TERRA COMO ÂMAGO NO PROCESSO DA DIVISÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO

Resumo

RESUMO: A constituição do Estado capitalista está assentada na disputa entre classes antagônicas. A disputa entre essas classes pelo domínio do Estado resultou na vitória das classes dominantes (PACHUKANIS, 2017), que ocupam a máquina do Estado a pautam seus interesses particulares. Esse domínio e a sua utilização para realização de interesses pessoais foi classificado por Faoro (1958) de Estado patrimonialista. O patrimonialismo é a materialização dos interesses dominantes, sobretudo, dos proprietários fundiários no Estado. Neste caso, o Estado é utilizado como instrumento para manter o poder das oligarquias e, além disso, para o aumento de seus latifúndios, por meio de prática lícitas e ilícitas desempenhadas pelo Estado. O majoritário interesse dos proprietários fundiários brasileiros pela conquista de mais terras faz parte da característica rentista dessa classe, em que se utiliza a terra como “reserva de valor”, auferindo renda fundiária (MARTINS, 1994). Neste sentido, o objetivo deste artigo é investigar a formação territorial do estado de Mato Grosso do Sul, assentado no movimento divisionista entre norte e sul de Mato Grosso. Além disso, pretende-se compreender a utilização do estado, de cunho patrimonialista, para atingir o âmago do interesse pela terra e da constituição de latifúndios para auferir renda fundiária.

PALAVRAS-CHAVE: Patrimonialismo. Oligarquias agrárias. Renda fundiária. Mato Grosso. Mato Grosso do Sul.

Biografia do Autor

Amanda Emiliana Santos Baratelli, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, Mato Grosso do Sul

Geografia Humana.

Publicado
2022-07-21
Como Citar
BARATELLI, A. E. S.; DE ALMEIDA, R. A. NOVO ESTADO EM UMA VELHA ESTRUTURA FUNDIÁRIA: A TERRA COMO ÂMAGO NO PROCESSO DA DIVISÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Três Lagoas , v. 1, n. 35, p. 98-125, 21 jul. 2022.
Seção
Artigos