MICHEL FOUCAULT E AS (IN)CERTEZAS DA HISTÓRIA

MICHEL FOUCAULT AND THE (UN)CERTAINTIES OF HISTORY

Palavras-chave: Michel Foucault, Historiografia, Arqueologia foucaultiana

Resumo

No final dos anos 1960, a historiografia moderna passa por transformações advindas das mudanças sociais que colocaram em xeque os parâmetros da história social. No bojo desse processo, Michel Foucault, filósofo francês, questiona os cânones epistemológicos da história social científica, em particular, as questões relacionadas com a verdade, rupturas e relações de poder, introduzindo os regimes discursivos no seio da análise historiográfica por meio de uma história do pensamento. A trajetória da “arqueologia” foucaultiana será investigada neste artigo em uma perspectiva dialógica com a historiografia, em especial, a francesa, com o fito de perceber as influências do pensamento foucaultiano na renovação conceitual e empírica da prática e do pensamento historiográficos.

 

Biografia do Autor

Ceres Luz, Secretaria de Educação do Estado da Bahia

Mestre pelo programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade - PPGMLS da UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Formada em História pela Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Campus de Franca.

Alexandre Carvalho, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (1992), mestrado em História pela Universidade Federal Fluminense (1997) e doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (2007). Atualmente é professor pleno do Departamento de História da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Antiga e Medieval, atuando principalmente nos seguintes temas: economia antiga, historiografia do mundo antigo. Antiguidade Oriental, Reciprocidade.

Referências

BARTHES, Roland. Le discours de l'histoire. In: Information Sur les Sciences Sociales, Paris, VI, n. 4, p. 65-75, 1967.

BRAUDEL, Fernand; MANDROU, Robert. Trois clefs pour comprendre la folie à l'époque classique. In: Annales, Économies, Sociétes, Civilisations, Paris, n. 4, p. 761-772, 1962.

CANGUILHEM, Georges. O conhecimento da vida. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

CARDOSO, Ciro Flamarion. O historiador fala de teoria e de metodologia. 1. ed. Bauru: Edusc, 2005.

CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte-Mg: Autêntica Editora, 2009.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. 20.ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2013.

DERRIDA, Jacques. De la Grammatologie. Paris: Les éditions de Minuite, 1967.

DOSSE, François. A História à prova do tempo: da História em migalhas ao resgate do sentido. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2001.
DREYFUS, Hubert L; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

DROYSEN, Johan Gustav. Manual de Teoria da História. Petrópolis: Vozes, 2009.

FOUCAULT, Michel. O nascimento da clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.

______. História da sexualidade I: A vontade de saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

______. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

______. Nietzsche, a Genealogia, a História. In: MOTTA, Manoel Barros (Org.). Ditos e escritos II: arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008b. p. 260-281.

______. Retornar à História. In: MOTTA, Manoel Barros (Org.). Ditos e escritos II: arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008c. p. 282-295.

______. Sobre as maneiras de escrever a História. In: MOTTA, Manoel Barros (Org.). Ditos e escritos II: arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008d. p. 62-77.

______. História da loucura: na Idade clássica. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.

______. Michel Foucault: as palavras e as coisas, In: MOTTA, Manoel Barros (Org.). Ditos e escritos VII: arte, epistemologia, filosofia e história da medicina, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011a. p. 138-144.

______. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 39. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011b.

______. A arqueologia do saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012a.

______. A ordem do discurso. 22. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2012b.

______. A poeira e a nuvem. In: MOTTA, Manoel Barros (Org.). Ditos e escritos IV: Estratégia, poder e saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012c. p. 316-327.

______. O cuidado com a verdade. In: MOTTA, Manoel Barros (Org.). Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012d. p. 234-245.
______. Verdade e Poder. In: MACHADO, Roberto (Org.). Microfísica do Poder. 25. ed. São Paulo: Graal, 2012e. p. 35-54.

______. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Hubert L; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013. p. 273-295.

GARCÍA, Vazquez Francisco. Foucault y la historia social. In: Historia Social, Valencia, n. 29, p. 145-159, 1997.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: O cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo: Companhia de Bolso, 2006.

IGGERS, George. La historiografía del siglo XX: desde la objetividad científica al desafío posmoderno. 1. ed. Chile: Fondo de Cultura Económica, 2012.

LE GOFF, Jacques. A História Nova. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

______. Foucault e a nova história. Plural, Revista de ciências sociais da USP, v. 10, p. 197-210, 2003.

______. História e memória. 6. ed., Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2012.

LÉONARD, Jacques. L’historien et le philosophe: a propos de: surveiller et punir; naissance de la prison. In: PERROT, Michelle. L’impossible prison. Paris: Seuil, 1980. p. 163-181.

MACHADO, Roberto. Foucault, a ciência e o saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

______. Introdução: por uma genealogia do poder. In: ______ (Org.). Microfísica do Poder. 25. ed. São Paulo: Graal, 2012.

NOIRIEL, Gérard. Foucault and History: the lessons of a desillusion. In: The Journal of Modern History, Chicago, v. 66, n. 3, p. 547-568, set./1994.

OLIVEIRA, Cristiane. A vertigem da descontinuidade: sobre os usos da história na arqueologia de Michel Foucault. História, Ciências e Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 169-181, 2008.

PEREIRA, Lucas de Almeida. Da filosofia à História: os diálogos entre Foucault e os Annales. Jundiaí-SP: Paco Editorial, 2017.

POSTER, Mark. Foucault and History. In: Social Research, v. 49, n. 1, p. 116-142, 1982.

RAGO, Margareth. O efeito-Foucault na historiografia brasileira. Tempo Social. In: Revista de Sociologia, São Paulo, v. 7, p. 67-82, out./1995.
RAGUSA, Pedro. O Estruturalismo na arqueologia do saber: episteme como estrutura- histórica. In: Fênix: Revista de História e Estudos Culturais, Uberlândia-MG, v. 14, n. 2, jul.-dez./2017.

REVEL, Jacques. História e historiografia: exercícios críticos. 1. ed. Curitiba: Ed.UFPR, 2010.

STONE, Lawrence. The revival of narrative: reflections on a new old history. In: Past and Present, Londres, n. 85, p. 3-24, 1979.

VEYNE, Paul. Como se escreve a história e Foucault revoluciona a história. 4. ed., Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2014.

VILLAR, Pierre. História Marxista, história em construção In: LE. GOFF, Jacques; NORA, Pierre (Org.). História: novos problemas. 4. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. p. 146-178.

WHITE, Hayden. Metahistory: The historical imagination in nineteenth-century Europe. 1. ed. Baltimore: Johns Hopkins Press, 1973.

______. Trópicos do discurso: ensaios sobre a crítica da cultura. 1. ed. São Paulo: Edusp, 1994.
Publicado
2021-07-24