TRABALHO PARA ESCRAVIZADOS CEGOS: MODOS DE EXPLORAÇÃO E RESISTÊNCIA NO SÉCULO XIX

WORK FOR BLIND SLAVES: MODES OF EXPLOITATION AND RESISTANCE IN THE 19TH CENTURY

Palavras-chave: Escravizados cegos, Trabalho, Resistência

Resumo

Este artigo analisa os anúncios de venda, compra e aluguel de escravizados no periódico “Diário do Rio de Janeiro”, entre as edições de 1827 a 1857. O problema central está na interpretação da presença de sujeitos cegos no trabalho escravizado no século XIX. No bojo da historiografia produzida desde a década de 1980 sobre a história dos trabalhadores no Brasil, busca-se incluir a pessoa com deficiência como mais um de seus personagens, com necessidades e interesses específicos, que podem ter contribuído com clivagens e convergências nas lutas dos trabalhadores através do tempo. Nesse intuito, investiga-se as formas de exploração desses corpos “defeituosos” e, por sua vez, os mecanismos de resistência desses sujeitos.

Biografia do Autor

Bruna Luiza de Oliveira Timoteo, Universidade Federal de Uberlândia

Mestra em História Social pelo Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (INHIS/UFU). O artigo em questão é resultado das pesquisas e análises realizadas durante o Mestrado Acadêmico no INHIS/UFU, efetivado nos anos de 2020 e 2021, sob o financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Referências

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000a.

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. Proletários e escravos: imigrantes portugueses e cativos africanos no Rio de Janeiro, 1850­1872. Novos estudos, v. 21, p. 30­56, 1988b.

ALGRANTI, Leila Mezan. O Feitor ausente: estudo sobre a escravidão urbana no Rio de Janeiro. Petrópolis: Vozes, 1988.

CHALHOUB, Sidney. A Força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista.São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

CHALHOUB, Sidney; DA SILVA, Fernando Teixeira. Sujeitos no imaginário acadêmico: escravos e trabalhadores na historiografia brasileira desde os anos 1980. Cadernos ael, 2009.

CORBIN, Alain.; COURTINE, Jean­Jacques.; VIGARELLO, Georges (orgs.). História do corpo. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, v. 2, 2012.

FARIA, Sheila de Castro. A colônia em movimento: fortuna e família no cotidiano colonial. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1998.

FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. Volume I: Ensaio de interpretação sociológica. 5. ed. São Paulo: Editora GLOBO, 2008.

KARASCH, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1808­1850). Tradução de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

KOWARICK, Lúcio. Trabalho e vadiagem: a origem do trabalho livre no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1994.

LARA, Silvia Hunold. Campos da violência: Escravos e Senhores na Capitania do Rio de Janeiro (1750­1808). São Paulo: Paz e Terra, 1988a.

LARA, Silvia Hunold. Escravidão, cidadania e história do trabalho no Brasil. Projeto história: Revista do Programa de Estudos Pós­graduados de História, v. 16, 1998b.

LOBO, Lilia Ferreira. Os infames da história: pobres, escravos e deficientes no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015b.

MATTOS, Hebe Maria. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista. 3. ed. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2013a.

MATTOS, Hebe Maria. Escravidão e cidadania no Brasil monárquico. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2004b

MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil: Séculos XVI­XIX. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2016.
Publicado
2023-08-17