História, memória e poder na história da historiografia brasileira

  • Luiz Carlos Bento Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Resumo

Neste artigo, buscamos demonstrar como a questão nacional e os debates sobre a educação nacional fundem-se no pensamento de Manoel Bomfim, dando certa identidade que caracteriza o seu pensamento histórico que surge nas primeiras décadas do século XX como um contra discurso em relação ao IHGB. Neste sentido, seus textos, sobretudo, seus ensaios históricos da década de vinte dialogam criticamente com o projeto de escrita da história do Brasil produzido pelos institutos, colocando-se como uma antítese dessa cultura historiográfica. E apontando para novas possibilidades de produção de sentido a partir de um dialogo com outros elementos e símbolos, até certo ponto marginalizados, mas disponíveis na cultura histórica do período. Dessa forma, procuramos articular ao longo do texto as relações possíveis entre história, memória e poder na história da historiografia brasileira

Palavras-chave: Historiografia; História, Memória, Poder.

Biografia do Autor

Luiz Carlos Bento, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Luiz Carlos Bento professor adjunto de Teoria da História e Historiografia Brasileira na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campus Coxim.Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Historiografia Brasileira 

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Publicado
2017-05-08