A Eucaliptização da Microrregião de Três Lagoas
Resumo
Resumo: Entendendo como Oliveira que “o desenvolvimento do modo capitalista de produção no campo brasileiro é contraditório e combinado” (OLIVEIRA, 2005, p.73), afirmamos que, ao mesmo tempo em que se desenvolvem relações capitalistas no campo, com o aumento do assalariamento de trabalhadores (bóias frias), também se reproduzem relações camponesas de produção (não capitalistas). São contradições que se aprofundam na medida em que o processo do capitalismo monopolista avança no campo territorializando-se, agravando assim a disputa pelo território entre o agronegócio e a agricultura camponesa. Isto significa dizer que o território brasileiro está atualmente em disputa pelo agronegócio e pelo campesinato, apesar deste último ter seu desaparecimento decretado no final do século XIX. Para este trabalho faremos uma breve referência à década de 1970 quando as terras do cerrado do Centro Oeste brasileiro ainda se encontravam sem importância para a atividade agropecuária. Em parte porque distante de grandes centros urbanos e sem uma infra-estrutura básica de rodovias e ferrovias, não facilitava o escoamento da produção bem como a inexistência de silos e armazéns para armazenagem da produção até o momento da comercialização. Daremos ênfase maior na análise comparativa dos dados dos dois últimos Censos Agropecuários do IBGE de 1995/96 e de 2006, procurando evidenciar também como o discurso ideológico em favor do monocultivo do eucalipto oculta a importância da presença do campesinato em relação à sua participação na produção e enquanto sujeitos sociais que também disputam parte deste território dominado pelo capital.
Palavras-chave: agricultura camponesa; agronegócio; monocultivo de eucalipto.
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