SATISFAÇÃO, JUSTIÇA NO TRABALHO E ROTATIVIDADE DOS TRABALHADORES DO TRANSPORTE PÚBLICO

  • Bruna Lemos PAQUITO
  • Fernando THIAGO
  • Wilson Ravelli Elizeu MACIEL
  • Caroline GONÇALVES

Resumen

Este artigo tem como objetivo verificar a influência da satisfação no trabalho e justiça no trabalho na intenção de rotatividade de trabalhadores do transporte público. Foi investigado o poder preditivo da satisfação e justiça no trabalho sobre a intenção de rotatividade. O estudo foi aplicado aos funcionários de uma empresa de transporte coletivo de Corumbá- MS, coletados por meio dos instrumentos validados: Escala de Satisfação no Trabalho (EST), Escala de Percepção de Justiça Distributiva (EPJD), Escala de Percepção de Justiça de Procedimentos (EPJP) e Escala de Intenção de Rotatividade (EIR). Trata-se de uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo utilizando a técnica de levantamento (survey). Os dados foram analisados por estatística descritiva e de medidas de tendência central. A pesquisa mostrou que os participantes da pesquisa percebem melhor satisfação com colegas, com a chefia e com a natureza do trabalho, e menores com salários e promoções. Em relação à intenção de rotatividade, os resultados mostraram um resultado médio na escala. Os dados sobre justiça no trabalho evidenciaram melhores resultados com a justiça distributiva quando comparada com a justiça de procedimentos. Análises de correlação informaram resultados significativos entre satisfação e justiça no trabalho com intenção de rotatividade. Tais resultados informam que a intenção de deixar a empresa onde trabalham é cada vez menor à medida que a satisfação no trabalho e a percepção de justiça no trabalho se elevam.

Citas

ADAMS, J. S. Inequity in social exchange. In: BERKOWITZ, L. (Ed.). Advances in experimental social psychology. 2 ed. New York: Academic Press, 1965. pp 267-299.
ALMEIDA, G. O.; MONTEIRO DA SILVA, A. M. M. Justiça organizacional, impactos no burnout e comprometimento dos trabalhadores. GESTÃO.Org., v. 4, p. 160-175, 2006.
AGAPITO, P. R. Bem-estar no trabalho e percepção de sucesso na carreira como antecedentes de intenção de rotatividade. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2012.
AZEVEDO, A. J. D.; MEDEIROS, M. P. M. Satisfação no trabalho: um estudo de caso na procuradoria-geral de justiça do Rio Grande do Norte. Revista Eletrônica Machado Sobrinho, v. 1, p. 1-18, 2012.
BARNEY, J. B.; WRIGHT, P. M. On becoming a strategic partner: The role of human resources in gaining competitive advantage. Human Resource Management, p. 37, n. 1, p. 31-46, 1998.
BISQUEIRRA, R.; SARRIERA, J. C.; MARTINEZ, F. Introdução a estatística: enfoque informativo com o pacote estatístico SPSS. Porto Alegre: Artmed, 2004.
BRAYFIELD, A. H.; CROCKETT, W. H. Employee attitudes and employee performance. Psychological Bulletin, v. 52, p. 396-424, 1955.
CASCIO, W., BOUDREAU, J. Investimento em pessoas: Como medir o impacto financeiro das iniciativas em recursos humanos. Porto Alegre: Bookman, 2010.
CORREIA, Isabel. Psicologia Social da Justiça: Fundamentos e desenvolvimentos teóricos e empíricos. Aná. Psicológica, Lisboa , v. 28, n. 1, p. 7-28, jan. 2010.
FERREIRA, M. L. C. B.; SIQUEIRA, M. M. M. Antecedentes de intenção de rotatividade: estudo de um modelo psicossocial. Revista Organizações em Contexto, v. 1, n. 2, p. 47-67, 2005.
GEREMIA, H. C.; KANAN, L. A.; MARCON, S. R. A. Organizational justice, turnover & information technology professional. Psicologia desde el Caribe, v. 35, p. 224-241, 2018.

GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis estratégicos. 2 ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2016.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7 ed. Rio de Janeiro Atlas, 2019.
GOMIDE JR., S. Antecedentes e conseqüentes das percepções de justiça no trabalho. 1999. Tese (Doutorado) — Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil.
GONZAGA, G.; PINTO, R. C. Rotatividade do Trabalho e Incentivos da Legislação Trabalhista. Sao Paulo: Instituto Brasileiro de Economia, Editora FGV, 2014.
HACKMAN, R.; PORTER, L. W. Predcciones de la eficiência em el trabajo por la teoria de las expectativas. In: FLEISMAN, E. A.; BASS, A. R. (Org). Estudios de psicologia industrial y del personal. México: Trillas, 1971. P. 295-304.
HERZBERG, F. The motivation to work. 2 ed. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1964.
HERZBERG, F. Workand the nature of man, 4 ed. Cleveland: World Publishing, 1971.
HERZBERG, F. et al. The motivation to work. New York: Wiley, 1959.
HOMANS, G. C. Social behavior: its elementary forms. New York: Harcourt, 1961.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, Marina A. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LEVENTHAL, G. S. What should be done with equity theory? New approaches to the study of fairness in social relationships. In GERGEN, K.; GREENBERG, M.; WILLIS, R. (Eds.), Social exchange: Advances in theory and research. New York: Plenum Press, 1980, p. 27-55.
LEVY-LEBOYER, C. A crise das motivações. São Paulo: Atlas, 1994.
LOCKE, E. A. What is job satisfaction? Organizational Behaviour HumanPerformance, v.4, n.4, p.309-336, 1969.
MARQUEZE, E. C.; MORENO, C. R. C. Satisfação no Trabalho: uma breve revisão. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v. 30, n. 112, p. 69-79, 2005.
MEDEIROS, D. M. L. Motivação e satisfação na função pública: caso dos Açores. 2014. Dissertação (Mestrado) - Universidade dos Açores, Ponta Delgada, Portugal, 2014.
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; AHLSTRAND, B. Todas as partes do elefante. HSM Management, n. 12, jan/fev., p. 100-108, 1999.
MOBLEY, W. H. Turnover: causas, consequências e controle. Porto Alegre: Ortiz, 1992.
MOWDAY, R. T., Porter, L. W., & Steers, R. M. Employee-organization linkages: The psychology of commitment, absenteeism, and turnover. Nova Iorque, NY:Academic Press, 1982.
PARKER, R. J.; KOHLMEYER, J. M. Organizational justice and turnover in public accounting firms: a research note. Accounting. Organizations and Society, v. 30, n. 4, p. 357-369, 2005.
PATCHEN, M. The choice of wage comparisons. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1961.
RAWLS, John. A theory of justice. Harvard: Harvard University Press, 1971.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social métodos e técnicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2017.
ROBBINS, S. P.; JUDGET, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e pratica no contexto brasileiro. 14 ed. São Paulo: Pearson, 2010.
SAYLES, L. R. Behavior of industrial work groups: prediction and control. New York: Wiley, 1958.
SHAHNAWAZ, M. G; JAFFRI, M. H. Exploring Antecedents of Employees Turnover in India, Abhigyan, v. 26, n. 4, p.25-40, 2009.
SIQUEIRA, M. M. M., et al. Medidas de comportamento organizacional: ferramentas de diagnóstico de gestão, Porto Alegre: Artmed, 2008.
SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias; GOMIDE JUNIOR, Sinésio. In: ZANELLI, José Carlos; BORGES-ANDRADE, Jairo Eduardo; BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt (org). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil (2 ed.). Porto Alegre: Artmed, 2004. Cap. 9, p.300-330.
TÖRNBLOM, K. Y; VERMUNT, R. An integrative perspective on social justice: Distributive and procedural fairness evaluations of positive and negative outcome allocations. Social Justice Research, v. 12, p.39-64, 1999.
TYLER, T., et al. Social justice in a diverse society. Colorado: Westview Press,1997.
VROOM, V. H. Work and motivation. New York: John Wiley, 1964.
Publicado
2021-07-01
Cómo citar
PAQUITO, B. L.; THIAGO, F.; MACIEL, W. R. E.; GONÇALVES, C. SATISFAÇÃO, JUSTIÇA NO TRABALHO E ROTATIVIDADE DOS TRABALHADORES DO TRANSPORTE PÚBLICO. Anais do Simpósio Sul-Mato-Grossense de Administração , v. 4, n. 4, p. 396-411, 1 jul. 2021.