Agência do progresso e turismo: interlúdio paisagístico pelas lentes de Manoel Dantas

  • Sylvana Kelly Marques Silva Universidade Federal do Maranhão
  • Luiz Demétrio Janz Laibida Secretaria de Educação do Estado do Paraná (SEED/PR)
  • Gilmar Santana Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Maria Lúcia Bastos Alves Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Palavras-chave: Cultura, Paisagem, Fotografia, Discurso, Natal / Rio Grande do Norte, Turismo

Resumo

Neste trabalho aborda-se os processos culturais relativos a fundação e consagração, pela via simbólica e imaginária, de sistemas que resultam na sujeição dos indivíduos, construídos sob a dominação colonial europeia diante de seus anseios e projetos para emular em territórios outras paisagens que representam o modelo decorrente das relações sócio históricas sob o veio da modernidade. Todavia, sem que esses assujeitamentos, aos quais os indivíduos são submetidos em seus processos de socialização, pareçam existir enquanto dispositivos de dominação. Um dos representantes de destaque na reprodução dessa dinâmica na capital norte rio grandense, no início do século XX, foi o jurista e intelectual Manoel Gomes de Medeiros Dantas. Influente em seus discursos, apreendeu elementos dessa cultura hegemônica nas paisagens urbanísticas que fotografou acabando por incentivar a propagação desse conjunto cultural, simbólico, político e econômico em seus espaços de vivência, articulando-os na conferência proferida no ano de 1909, intitulada; Natal D’aqui a cincoenta annos. As paisagens são reproduzidas no local com base no modelo de civilização que universalizou uma modernidade expressa nas estruturas que configuram a ideia do progresso e do turismo. Além do material produzido por Manoel Dantas, analisa-se também textos de jornais da época apoiados em argumentos teóricos de autores marxistas, com ênfase na metodologia regressiva-progressiva, elaborada por Henry Lefébvre (1977). Detecta-se nesses discursos subjetividades produzidas nos processos da ideologização dos modos de organização das relações econômicas, sociopolíticas e espaciais que motivaram a incorporação de inovações físicas na capital.

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Biografia do Autor

Sylvana Kelly Marques Silva, Universidade Federal do Maranhão

Doutora em Ciências Sociais (UFRN). Professora Adjunta do Curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Federal do Maranhão – UFMA/ Campus São Bernardo.

Luiz Demétrio Janz Laibida, Secretaria de Educação do Estado do Paraná (SEED/PR)

Doutor em Sociologia (UFPR) e pós doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, UFPR. Professor de Sociologia no estado do Paraná.

Gilmar Santana, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutor em Sociologia (USP). Professor do Departamento e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. 

Maria Lúcia Bastos Alves, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Doutora em Sociologia (USP). Professora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e em Turismo – PPGCS e PPGTUR – na Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN.

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Publicado
2021-06-16
Como Citar
Silva, S. K. M., Laibida, L. D. J., Santana, G., & Alves, M. L. B. (2021). Agência do progresso e turismo: interlúdio paisagístico pelas lentes de Manoel Dantas. Ateliê Do Turismo, 5(2), 109-128. Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/adturismo/article/view/12747
Seção
ARTIGOS