O protagonismo delas no empreendedorismo de turismo comunitário quilombola em Furnas do Dionísio/MS
Resumo
A crescente demanda por experiências turísticas autênticas e pela conexão com comunidades tradicionais tem impulsionado o Turismo de Base Comunitária (TBC). Comunidades quilombolas têm adotado essa perspectiva, gerando impactos sociais positivos e inovadores. Nesse contexto, a luta das mulheres negras por pertencimento, territorialidade e identidade étnica se entrelaçam com a trajetória das comunidades quilombolas, levantando a questão do protagonismo feminino no empreendedorismo quilombola, especialmente no âmbito do TBC.
A partir desse pressuposto, o objetivo desta pesquisa foi entender o protagonismo das mulheres no empreendedorismo quilombola e no turismo comunitário em Furnas do Dionísio/MS, caracterizando o perfil das empreendedoras, os empreendimentos e sua contribuição para o turismo local. Para isso, foi adotada uma pesquisa de abordagem qualitativa, de natureza aplicada, com objetivos descritivos e exploratórios. A metodologia incluiu revisão bibliográfica e exploratória, e a pesquisa de campo envolveu entrevistas semiestruturadas com empreendedoras do TBC e observação assistemática. A análise de conteúdo, segundo Bardin (1977), foi utilizada para categorizar e interpretar os dados coletados. Os resultados indicam que, além do protagonismo feminino, fatores sustentáveis relacionados ao turismo responsável, à preservação dos territórios e à valorização cultural desempenham papéis fundamentais.
Downloads
Referências
Afonso, M. H. F. et al. (2010) Como construir conhecimento sobre o tema de pesquisa? Aplicação do processo Proknow-C na busca de literatura sobre avaliação do desenvolvimento sustentável. Revista de Gestão Social e Ambiental. v.5, n.2, p. 47-62.
Amorim, R.O.& Batista, L.E. (2017). Empreendedorismo feminino: razão do empreendimento. Repositório Uniesp. São Paulo-SP, p.03.
Baldo, A. C. S., & Peluso, M. L. (2022). Identidade étnica e territorialidade: análise espaço-temporal do território quilombola furnas do dionísio-jaraguari/ms. Editora dialética.
Bandeira, M. L.; & Dantas, T. V. S. (1997). Relatório antropológico. Furnas de Boa Sorte, MS. Projeto de mapeamento e sistematização das áreas remanescentes de quilombo (ministério da cultura/fundação cultural palmares). Campo grande: Idaterra.
Bandeira, M. L. & Dantas, T. V. S. (2002). Quilombos: identidade étnica e territorialidade / Eliane Cantarino O’Dwyer (Org.s). — Rio de Janeiro : Editora FGV, 2002. 296p. Co-edição : Associação Brasileira de Antropologia
Banducci , A. Jr.; Barretto, M. (2001). Turismo e Identidade Local: Uma Visão Antropológica. Campinas- SP, Papirus, 2001
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa. Editora Edições 70.
Barretto, M. (2016). Cultura e Turismo: Discussões Contemporâneas. Campinas- S.P., Papirus.
Barros, L.E.P. (2011). O processo histórico dos quilombos e o caso de Furnas de Dionísio. Revista Interfaces em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade- IDeAS, v.5, n. 1, p.274-291. Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
Brasil, Ministério do Turismo (2010). Dinâmica e Diversidade do Turismo de Base Comunitária: desafio para a formulação de política pública. Caderno Mtur 3.indd-PDF. Brasília-DF.
Borges, L. K. (2019). Quilombo do Cerrado – Memórias Caderno Cultural de Furnas do Dionísio. IBISSCO-Instituto Brasileiro de Inovações pró-Sociedade Saudável do Centro-Oeste.
Capoane, V.et al. (2022). Caracterização geoambiental da bacia hidrográfica do Córrego Pombal e avaliação do potencial geoturístico da comunidade quilombola Furnas do Dionísio, Jaraguari – MS. Revista Brasileira de Geografia Física. v.15, n.01. Recife-PE, Brasil, 2022. Carvalhal, H. Turismo Jaraguari.
Furtado M.B., Pedroza R.L.S. & Alves, C. B (2014). Cultura, identidade e subjetividade quilombola: uma leitura a partir da psicologia cultural. Psicol. Soc. Associação brasileira de psicologia social. v. 26 (1). https://doi.org/10.1590/S0102-71822014000100012
Gil, A. C. (1999). Observação. Métodos e Técnicas em Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas.
Gonsalves, E. P. (2001). Iniciação à pesquisa científica. Campinas. SP: Alinea.
Guedes, A. C. B.; & Salgado, M.S. (2020). Mulheres quilombolas: protagonismo, identidade, território e territorialidade das mulheres negras em São Miguel do Guamá/Pará. Revista eletrônica história e reflexão (rehr)- dossiê: história das mulheres, gênero e interseccionalidades, v. 14, n. 28, p. 328-354, Dourados- MS.
Held, T.M.R. & Campos, I.G. (2022). Mulheres quilombolas e a luta pelo território na perspectiva do feminismo decolonial. Revista Katálysis, v.25, n. 3, p. 560-569, Florianópolis-SC
Irving, m. D. A. (2009). Reinventando a reflexão sobre turismo de base comunitária: inovar é possível? In: r. Bartholo, d. G. Sansolo, & i. Bursztyn (eds.). Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras (pp. 108–121). Rio de janeiro: Letra e Imagem.
Knechtel, M. R. (2014). Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-prática dialogada. Curitiba, PR: Intersaberes, 2014.
Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. Ed. São paulo: Atlas.
Lakatos, E. M.& Marconi, M. A. (2017). Técnicas de pesquisa. 8. Ed. São paulo: Atlas.
Leite, I. B. (2000). Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas, Etnográfica, vol. 4 https://doi.org/10.4000/etnografica.2769
Lima Filho, P.M.; & Cardoso, L.F.C.; & Silveira, F.L.A. (2016). O desfile da raça: identidade e luta quilombola em salvaterra, Ilha do Marajó. Revista do grupo de pesquisa e processos identitários e poder (geppip) revista ambivalências, v.4,n.7, p10- 41, p.87 – 105, São Cristóvão- SE.
Lucas, C.S.& Ancelmo L.A. (2022). Os desafios do empreendedorismo feminino. Research, Society and Development, v. 11, n. 17, Vargem Grande-SP.
Macedo, N. D. de (1995). Iniciação a pesquisa bibliográfica: guia do estudante para a fundamentação do trabalho de pesquisa. São paulo: Loyola.
Makiya, I. et al. (2014). Empreendedorismo baseado no valor cultural: artesanato brasileiro e desenvolvimento regional. 7th international conference on production research americas, Campinas, Limeira- SP.
Marinho, M. & Oliveira, A.M. (2005). Comunidade quilombola de Furnas do Dionísio: manifestações culturais, turismo e desenvolvimento local. Caderno virtual de turismo vol. 5, n° 1. Rio de janeiro-RJ
O’dwyer, E. C. (2002). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio de janeiro: FGV/aba.
Oppliger, E. A.; & Oliveira, A. K. M. (2022). Turismo como possibilidade econômica para o desenvolvimento sustentável da comunidade quilombola de furnas dos baianos, Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional. v. 18, n. 2, p. 84-97. Taubaté, SP
Prakoso, A.A. et al . (2021). Community-based tourism: concepts, opportunities and challenges. Journal of sustainable tourism and entrepreneurship, vol 2, no 2, 2020, 95-107, Yogyakarta, Indonesia.
Prodanov, C. C.; & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico, 2ª ed., Novo Hamburgo- RS: Universidade Feevale.
Radar do futuro, revista https://radardofuturo.com.br/turismo-em-2023-indicadores-e-tendencias-do-setor-no-inicio-do-ano/
Rodrigues, C. S. & Prado, M. A. M. (2010). Movimento de mulheres negras: trajetória política, práticas mobilizatórias e articulações com o estado brasileiro. Revista de psicologia & sociedade, 22(3), 445–456, Belo Horizonte-MG.
Santos, A. B. (2015). Colonização, quilombos: modos e significados. Brasília: Incti/UNB
SEBRAE/ MS (2024). Manual de boas práticas para projetos de turismo de base comunitária: com foco no ecoturismo. Coordenação Polo SEBRAE de Ecoturismo. Bonito, MS. https://ecoturismo.sebrae.com.br/storage/midiateca/documentos-1725399007-461.pdf
Schumpeter, J. A. (1961). Capitalismo, socialismo e democracia, 1942. Editado por george allen e unwin ltd. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de janeiro: Editora Fundo de Cultura.
Silva, R. E. da (2014). O turismo comunitário como ferramenta de desenvolvimento local nos territórios quilombolas. Revista Brasileira de Ecoturismo, Diadema-SP, v. 7, n. 1, p. 178-97, fev./abr.
Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas.
Os autores/investigadores que publicam na Ateliê do Turismo concordam com os seguintes termos:
1 - Direitos autorais.
Os autores/investigadores mantêm seus direitos autorais, embora concedam à Ateliê do Turismo, os direitos de exploração não exclusiva (reprodução, distribuição e publicidade). Concedem à Ateliê do Turismo o direito de primeira publicação de seu trabalho/pesquisa, que estará simultaneamente sujeito à licença indicada no ponto 2. Os autores podem estabelecer outros acordos adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado na Ateliê do Turismo, desde que haja um reconhecimento de sua publicação inicial nesta revista.
2 - Licença.
Este obra está licenciado com uma Licença https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt-br
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas . Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.

