Gestão de destino turístico municipal: análise da atuação da secretaria de turismo de João Pessoa-PB
Resumo
Este estudo objetivou analisar a atuação da secretaria de turismo de João Pessoa-PB (SETUR-JP) com base no Framework para Avaliação de Organização de Gestão de Destino Turístico Municipal no Brasil. Nesse intuito, realizou-se uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, cujos dados foram coletados por meio de análise documental e entrevista semiestruturada com representantes da SETUR-JP, na gestão de 2017 a 2020. Foi possível constatar que, neste recorte temporal, a secretaria apresentou como pontos fracos a liderança limitada, a inadequada infraestrutura física e de TI, o quadro técnico sem formação e capacitação na área do turismo, o plano municipal de turismo não executado, poucas ações efetivamente realizadas levando à devolução de recursos captados por não utilização, a não realização de pesquisas, a subutilização das redes sociais e o conselho municipal de turismo pouco atuante. Enquanto pontos fortes, destacam-se a participação em feiras e eventos visando à promoção turística do destino, a fiscalização da atividade turística local e a inauguração do Centro de Atendimento ao Turista. Conclui-se que a SETUR-JP atendeu parcialmente aos princípios ideais de atuação e funcionamento de um órgão municipal de turismo no Brasil. Os resultados desta investigação científica apontam a necessidade de fortalecimento institucional e de gestão compartilhada entre o poder público municipal, o trade turístico e a comunidade local visando impulsionar o turismo na cidade de João Pessoa-PB.
Downloads
Referências
Bardin, L. (2016). Análise do Conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Beni, M. C. (2002). Análise estrutural do turismo. 7. ed. rev. São Paulo: Senac.
Bornhorst, T., Ritchie, J. R. B. & Sheehan, L. (2010). Determinants of tourism success for DMOs & destinations: An empirical examination of stakeholders’ perspectives. Tourism Management, 3, 572–589. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.06.008.
Buhalis, D. (2000). Marketing the competitive destination of the future. Tourism Management, 21, 97-116. https://doi.org/10.1016/S0261-5177(99)00095-3.
Buhalis, D. & Spada, A. (2000). Destination management systems: criteria for success – an exploratory research. Information Technology & Tourism, 3, 41-58. https://doi.org/10.1007/978-3-7091-6291-0_43.
Bustamante, J.; Guzmán, F.; Vila, M. (2006). Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Rio de Janeiro: FGV.
Butler, R. W. (1980). The concept of a tourism area cycle of evolution: implications for management resources. Canadian Geographer, 24, 5-12. https://doi.org/10.1111/j.1541-0064.1980.tb00970.x.
Costa, B. K., Muniz, C. M., Fischmann, A. A. & Siqueira, J. P. (2006). Visão estratégica na atividade Turística sob a perspectiva das entidades e organizações do setor: um estudo em Natal-RN. Revista Turismo em Análise, v. 17(3), 56-74. https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v17i3p56-74.
Coutinho, A. C. A & Nóbrega, W. R. M. (2019). Governança em destinos turísticos: desafios na sociedade contemporânea. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 13(3), 55-70. https://orcid.org/0000-0001-6654-6629.
Dotto, D. M. R., Denardin, A. C. M., Pons, M. E. D. & Ceretta, C. C. (2018). Gestão municipal e ações integradas para o fortalecimento do turismo no território Quarta Colônia, RS, Brasil. Revista Turismo Visão e Ação, 20(1), 132. https://doi.org/10.14210/rtva.v20n1.p132-157.
Fávero, A. A. & Centenaro, J. B. (2019). A pesquisa documental nas investigações de políticas educacionais: potencialidades e limites. Revista Contrapontos, 19 (1), 170-184. https://doi.org/10.14210/contrapontos.v19n1.p170-184.
Fontana, R. F. (2017). Gestão de Destinos Turísticos: O papel das organizações públicas e Privadas. [Tese de Doutorado]. Universidade do Vale do Itajaí.
Fratucci, A. C., Schwantes, G. X. L. & Maia, Y. C. (2014). Estrutura da gestão pública do turismo nos municípios do Estado do Rio de Janeiro. Revista de Cultura e Turismo – CULTUR, 8(1), 140-159. https://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/340/347.
João Pessoa (1968). Lei Nº 1140 de 30 de Dezembro de 1968. Cria no permanente da prefeitura municipal de João Pessoa, a secretaria de indústria comércio e turismo e dispõe sobre outras providências. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa (1971). Lei Nº 1514 de 06 de Maio de 1971. Cria a Secretaria Assistente, e dá outras providências. Prefeitura Municipal de João Pessoa-JP.
João Pessoa. (1988). Lei Nº 5927 de 16 de Dezembro de 1988. Dispõe sobre a estrutura administrativa da prefeitura municipal de João Pessoa e dá outras providências. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa. (1990). Lei Orgânica de 2 de Abril de 1990. Lei Orgânica para o Município. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa (1992). Lei Complementar Nº 3 de 3 de Dezembro de 1992. Institui o Plano Diretor da Cidade de João Pessoa – PB. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa. (1994). Lei Nº 7556 de 12 de Maio de 1994. Cria o conselho municipal de turismo - COMTUR, e adota outras providências. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa. (2005). Lei Nº 10429 de 14 de fevereiro de 2005. Dispõe sobre a estrutura administrativa da prefeitura municipal de João Pessoa e dá outras providências. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa (2008). Lei Nº 11406 de 7 de Abril de 2008. Reordena a estruturas da secretaria - executiva de turismo – SETUR. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa. (2009). Lei Nº 11708 de 15 de Junho de 2009. Cria o conselho municipal de turismo - COMTUR, revoga a lei 7556, de 12 de maio de 1994, e dá outras providências. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
João Pessoa. (2018). Lei Orgânica de 13 de Abril de 2018. Prefeitura Municipal de João Pessoa.
Jørgensen, M. T. (2019). Developing a holistic framework for analysis of destination management and/or marketing organizations: six Danish destinations. Journal of Travel & Tourism Marketing, v. 34, n. 5, p.1-12.
Körössy, N., Calabria, L. & Cordeiro, I. J. D. (2020). Análise da produção científica brasileira sobre Organização de Gestão de Destinos (1997-2018). Revista Acadêmica Observatório de Inovação do Turismo, v. 14(2), 18-38. https://doi.org/10.17648/raoit.v14n2.5699.
Korossy, N., Holanda, L. A. & Cordeiro, I. J. D. (2022). Framework para Avaliação de organização de Gestão de Destino Turístico Municipal. In: Pimentel, T. D.; Gomes, B. M. A.; Quadros, V. L. (Org.). Políticas públicas de turismo no Brasil: Estado da arte e balanço do campo (Cap. , pp. 142-172). Motres.
Körössy, N., Holanda, L. A., & Cordeiro, I. D. (2022). Gestão de destinos turísticos: aspectos conceituais. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 16, 2609. https://doi.org/10.7784/rbtur.v16.2609
Lohman, G. & Panosso Netto, A. (2008). Teoria do turismo: Conceitos, modelos e sistemas. São Paulo: Editora Aleph, (Série Turismo). 468p.
Machado, B. L. (2019). Análise da percepção da qualidade ambiental no destino turístico João Pessoa (PB). Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur), v. 12, n. 2. https://doi.org/10.34024/rbecotur.2019.v12.6722.
Menezes, P. D. L. (2010). Gestão estratégica da imagem: estudo de caso do destino turístico João Pessoa. In: Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul, 6, Anais..., Universidade de Caxias do Sul-RS.
Mira, M. R; Breda, Z; Moura, A; Cabral, M. (2017). O papel das DMO na gestão dos destinos turísticos: abordagem conceptual (1999-2014). Revista Observatório de Inovação do Turismo, v. 11, n. 1, p. 53-70.
Organización Mundial Del Turismo (2019). Directrices de la OMT para el fortalecimiento de las organizaciones de gestión de destinos (OGD): Preparando las OGD de cara a nuevos retos. Madrid: OMT. https://doi.org/10.18111/9789284420933.
Patton, M. Q. (2002). Qualitative research and evaluation methods. 3 ed. London: Thousand Oaks; SAGE.
Pearce, D. G. (2016). Modelos de gestión de destinos: Síntesis y evaluación. Estudios y perspectivas en turismo, v. 25, n. 1, p. 1-16.
Presenza, A.; Sheehan, L.; Ritchie, J. R. B. (2005). Towards a model of the roles and activities of destination management organizations. Journal of Hospitality, Tourism & Leisure Science, 3.
Queiroz, F; Rastrollo-Horillo, M. (2015). El estado del arte en gobernanza de destinos turísticos. Tourism and Management Studies, 11, vol 2, 47-55. https://doi.org/10.18089/tms.2015.11206.
Ros Development & Planning S. L. (2008). Modelos de gestión turística local: Principios y prácticas. Madrid: Federación Española de Municipios y Provincias.
Santana, E. R; Körössy, N; Holanda, L. A. (2016). Avaliação da gestão do destino turístico Recife. Caderno Virtual de Turismo, v. 16, n. 3, p. 30-42. https://doi.org/10.18472/cvt.16n2.2016.0986.
Santos, A. F. L.; Wada, E. K. (2018). Impactos das Relações de Hospitalidade e Hostilidade entre Stakeholders sobre a Competitividade de Destinos Turísticos. Applied Tourism, v. 3, n. 1,147-169. https://doi.org/10.14210/at.v3n1.p147-169.
Soares, R. A. M. C., Albuquerque, T. V., Mendes-Filho, L.; Alexandre, M. L. (2022). Revisão sistemática da produção científica brasileira sobre turismo e tecnologia da informação e comunicação (TIC). Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 16, 2629. https://orcid.org/0000-0002-0144-1663.
Valls, J. F. (2006). Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. FGV Editora.
Vignati, F. (2008). Gestão de destinos turísticos: como atrair pessoas para polos, cidades e países. Rio de Janeiro: Senac.
Volgger, M; Pechlane R, H. (2014). Requirements for destination management organizations in destination governance: understanding DMO success. Tourism Management, v. 41, p. 64-75. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2013.09.001.
Zilli, B. H., Pereira, M. L., Souza, W. F. L., & Silva, G. C. (2023). Smart tourism destinations:: Analysis of profile and tourist demand experience in Curitiba-PR, Brazil. Applied Tourism, 8(3), 26-40. 10.14210/at.v8i3.19610
Copyright (c) 2025 Pyetro Pergentino de Farias, Luciana Araújo de Holanda, Nathália Körössy

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores/investigadores que publicam na Ateliê do Turismo concordam com os seguintes termos:
1 - Direitos autorais.
Os autores/investigadores mantêm seus direitos autorais, embora concedam à Ateliê do Turismo, os direitos de exploração não exclusiva (reprodução, distribuição e publicidade). Concedem à Ateliê do Turismo o direito de primeira publicação de seu trabalho/pesquisa, que estará simultaneamente sujeito à licença indicada no ponto 2. Os autores podem estabelecer outros acordos adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado na Ateliê do Turismo, desde que haja um reconhecimento de sua publicação inicial nesta revista.
2 - Licença.
Este obra está licenciado com uma Licença https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt-br
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas . Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.

