Formação em turismo nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e sua aproximação com as temáticas indígenas
Resumo
Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul contam, além de potencialidades turísticas naturais, com um grande quantitativo de grupos indígenas, ricos em cultura e com atributos capazes de inseri-los na cadeia do turismo. De toda maneira, percebe-se que praticamente não são inseridos no que se denomina turismo indígena, fato que gera a curiosidade em desvendar se temáticas indígenas são trabalhadas com aqueles alunos dos cursos de graduação em turismo ou cursos afins, de referidos estados, já que serão eles os futuros planejadores do turismo na região. Assim, O presente estudo tem como seu principal objetivo discutir como se apresentam as questões culturais indígenas na formação do turismólogo nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Metodologicamente o estudo utilizou-se de Pesquisa Bibliográfica, análise documental (Projetos Pedagógicos dos cursos da região) e etapa de campo realizada com coordenadores dos cursos de turismo, bem como com alguns acadêmicos, com o intuito de identificar as ações formativas relacionadas às culturas indígenas que são realmente desenvolvidas no âmbito dos cursos. Como resultados, percebeu-se que a potencialidade indígena é existente. Basicamente, não existe grande envolvimento público com as questões voltadas ao desenvolvimento turístico indígena nos estados estudados. As instituições de ensino ainda tratam o assunto dentro de uma perspectiva de transversalidade e não contam com disciplinas específicas para tais discussões. Os projetos de ensino, pesquisa e extensão são quase inexistentes. Acadêmicos percebem a urgência dessas discussões, até pelo fato de que tais instituições contam com estudantes indígenas. Evidencia-se uma necessidade de revisão dos projetos pedagógicos e parcerias universidade-estado para o desenvolvimento turístico participativo, assistido em terras indígenas.
Downloads
Referências
Alexandre, L. P. (2018) Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nos cursos de tecnologia em gestão de turismo do ifsp / Ligia Porto Alexandre. São Paulo: [s.n.], 2018. 86 f. il. https://bityli.com/vxrWPj
Bonfim, I., Corbari, S., Mendes, J., & Serqueira, B. (2022). Representaciones sociales sobre el desarrollo del turismo em tierras indígenas Terena. Investigaciones Turísticas, 0(23), 314-338. doi:https://doi.org/10.14198/INTURI2022.23.14
Brasil. (1996). Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.
Brasil. (2006). Resolução Nº 13, de 24 de Novembro de 2006. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Turismo e dá outras providências. Resolução CNE/CES 13/2006. Diário Oficial da União, Brasília, 28 de novembro de 2006, Seção 1, p. 96.
Brasil.(2012). Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012. Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Conselho Nacional de Educação. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp001_12.pdf.
Brasil. (2012). Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012.Estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf.
Candau , V. M. F. (2018). Diferenças Culturais, Cotidiano Escolar e Práticas Pedagógicas. Currículo Sem Fronteiras, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p.240-255, julho dezembro 2011. Semestral. ISSN 1645-1384. https://saopauloopencentre.com.br/wp-content/uploads/2019/05/candau.pdf.
Castravechi, L. A.; Pereira, W. A. G.; (2018). Turismo Indígena em Campo Novo dos Parecis, Mato Grosso: uma análise da preservação cultural e histórica dos Paresí. Ateliê do Turismo. Campo Grande, v2, n.1, p.119=146, jan-jun. https://periodicos.ufms.br/index.php/adturismo/article/view/5920/pdf_8.
Conselho Indigenista Missionário. (2021). Terras Indígenas. Recuperado de https://cimi.org.br/terras-indigenas/
Cury, C. R. J. (2001). Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei No 9.394/96. (4a.ed). Rio de Janeiro: DP & A.
De Jesus, D.L.; Wenceslau, M.E. (2011). Territórios Indígenas como cenário para a produção Turística em Mato Grosso do Sul, Brasil: O caso do povo Kadwéu. Book of proceedings. Vol.1. International Conference on Tourism & Management Studies. Algarve, Portugal, 2011. (https://www.redalyc.org/pdf/3887/388743867056.pdf).
Ferreira, A. B. de H. (1984). Dicionário Básico da Língua Portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira.
Foster, G. M. (1964). Las culturas tradicionales y los cambios tecnicos. Mexico, Fondo de Cultura Econômica.
Funai.(2020). Fundação Nacional do Índio. (https://www.gov.br/funai/pt-br).
Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. Editora Atlas S. A.: São Paulo.
Haidar. M. L. M. & Tanuri L. M. (1998). A Educação Básica no Brasil : dos primórdios até a primeira lei de diretrizes e bases. Estrutura e Funcionamento da Educação Básica. São Paulo: Pioneira.
Hoebel, R. A. & Frost, E. L.(1981). Antropologia cultural e social. Sao Paulo, Cultrix.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Os indígenas no Censo Demográfico 2010. https://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf
Instituto Federal de Mato Grosso, IFMT. (2015). Projeto Pedagógico do Curso Superior de Bacharelado em Turismo. Cuiabá, MT. (http://cba.ifmt.edu.br/media/filer_public/a7/8e/a78e4187-36e3-440e-8221-e21bd3f2bf1f/ppc_-_curso_superior_de_bacharelado_em_turismo.pdf).
Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo, SP: Atlas.
Longhi, S. & Bento, K. (2006). Projeto Político Pedagógico: Uma construção coletiva. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG. v. 3(9). 173-178.
Ministério do Turismo. (2005). Segmentação do turismo. Conceitos. Documento preliminar, não revisado. Brasília: Ministério do Turismo.
Mota, K. C. N.(2001). Marketing Turístico: promovendo uma atividade sazonal. São Paulo: Atlas.
Os indígenas no Censo Demográfico 2010. (2021). Primeiras considerações com base no quesito cor e raça. Recuperado de https://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf
Povos Indígenas no Brasil. (2021). Quantos São? Recuperado de https://pib.socioambiental.org/pt/Quantos_s%C3%A3o%3F
Proença, A.R.G.B.; Panosso Netto, A. (2022). Turismo em Territórios Indígenas: desenvolvimento e impacto sociocultural na comunidade indígena Nova Esperança “Pisasú Sarusawa” (Rio Cueiras-Amazonas). RBTUR, São Paulo, 16, e-2408, 2022. (https://rbtur.org.br/rbtur/article/view/2408).
Tylor, E.B. (1871). Primitive Culture. England: Gordon Press.
Universidade Estadual de Mato Grosso, UNEMAT.(2016). Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Turismo EAD. Cáceres, MT (https://dead.unemat.br/portal/docs_curso/1005201709363133522-ppc-bacharelado-em-turismo.pdf).
Universidade Estadual de Mato Grosso, UNEMAT. (2012). Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Turismo. Nova Xavantina, MT https://drive.google.com/file/d/0B6gkRqDx3OEkb3F6bnBpZ2lKc2s/view?resourcekey=0-K-mOtzZ8WTUycfAI4SsALA).
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS. (2020). Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Turismo. Campo Grande, MS. http://www.uems.br/assets/uploads/cursos/128458f32bd022f055b85276e14064ff/projeto_pedagogico/1_128458f32bd022f055b85276e14064ff_2021-01-18_20-40-42.pdf.
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS. (2018). Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Turismo. Dourados, MS. http://www.uems.br/assets/uploads/cursos/78e9ba834070560bc9576117af50cc98/projeto_pedagogico/1_78e9ba834070560bc9576117af50cc98_2020-11-05_21-46-45.pdf.
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS. (2013). Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Turismo. Campo Grande, MS. https://esan.ufms.br/files/2021/03/PPC_Turismo_CCHS_2014_NOVO21_10.pdf
Velasquez, G. C. (2009). Diretrizes Curriculares Nacionais para o para o curso de Turismo: Analise de dois Projetos Pedagógicos. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista-UNESP. Marilia, SP.
Vasconcellos, C. S. (2004). Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad.
Copyright (c) 2022 Mylena Bagordakys, Guilherme Garcia Velasquez
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores/investigadores que publicam na Ateliê do Turismo concordam com os seguintes termos:
1 - Direitos autorais.
Os autores/investigadores mantêm seus direitos autorais, embora concedam à Ateliê do Turismo, os direitos de exploração não exclusiva (reprodução, distribuição e publicidade). Concedem à Ateliê do Turismo o direito de primeira publicação de seu trabalho/pesquisa, que estará simultaneamente sujeito à licença indicada no ponto 2. Os autores podem estabelecer outros acordos adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado na Ateliê do Turismo, desde que haja um reconhecimento de sua publicação inicial nesta revista.
2 - Licença.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Esta licença permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato), dar o crédito apropriado ao (s) autor (es) / investigador (es) e revista, porém, não pode utilizar o material para fins comerciais. No caso de remixação, transformação ou criação a partir do artigo, não poderá distribuir o material modificado.
O (s) autor (es) / investigador (es), possuem autorização para distribuição pelos diversos meios a comunidade científica e acadêmica, bem como são estimulados a distribuir em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais, tendo em vista que esse processo pode ocasionar alterações produtivas, como impacto da pesquisa e as devidas citações do trabalho publicado.