Turismo e segregação socioespacial: uma análise no destino turístico Trancoso (Porto Seguro/BA)

  • Jean Carlos Estanislau Ferreira Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Henrique Rodrigues de Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Mirella Costa Barbosa Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Palavras-chave: Segregação socioespacial, turismo, espaço turístico, Trancoso

Resumo

A segregação socioespacial é fruto da desigualdade social, sendo caracterizada pela marginalização dos indivíduos no espaço, de modo que são direcionados para localidades distantes dos centros e de áreas valorizadas pelo mercado para outras que normalmente possuem defasagens quanto aos serviços básicos e infraestruturas necessárias. Diante disso, a presente pesquisa teve por objetivo identificar os aspectos da segregação socioespacial entre os espaços turísticos e bairros do distrito de Trancoso, em Porto Seguro na Bahia. Para isso, fez-se necessário uma revisão literária acerca da segregação socioespacial e turismo. A metodologia utilizada se deu com base na pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo onde foram descritos por meio da observação direta não participante e comparados alguns bairros, como: Quadrado, Centro, Trancosinho, Maria Viúva e Mirante do Rio Verde. Identificaram-se diversos aspectos, sendo eles: calçamento das ruas, coleta de lixo, fornecimento de água, esgotamento sanitário e perfil das residências, que se modificam ou inexistem, a medida em que se afasta do espaço turístico Quadrado em direção aos demais bairros. Além disso, desvendou-se que Trancoso, como um todo, é segregado em relação à sede Porto Seguro, de modo que a gestão pública abre brechas para o mercado turístico que assume um papel de verticalidade sobre o distrito, interferindo convenientemente em obras e serviços. Notou-se que dentro do próprio lugar segregado existem segregações, as verticalidades que ocupam o Quadrado fazem dele um local estruturalmente privilegiado em relação aos outros bairros ou horizontalidade. Desse modo é o local que possui a maior atenção do poder público, por se tratar de um espaço turístico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jean Carlos Estanislau Ferreira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestrando no Programa de Pós Graduação em Turismo - PPGTur da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. E-mail: jcestanislau18@gmail.com

Henrique Rodrigues de Araújo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestrando no Programa de Pós Graduação em Turismo - PPGTur da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. E-mail: contatohenrirodrigues@gmail.com

Mirella Costa Barbosa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestranda no Programa de Pós Graduação em Turismo - PPGTur da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. E-mail: mirellacosta062@gmail.com

Referências

Beni, M. C. (2012). Turismo, planejamento estratégico e capacidade de gestão: desenvolvimento regional, rede de produções e clusters. Barueri, SP: Manole.
Brasil. (2022). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Panorama de Porto Seguro. https://encurtador.com.br/bDGJQ
Brasil. (2023) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Porto Seguro (BA). https://encurtador.com.br/rEQ56
Carlos, A. F. A. (2020). Segregação socioespacial e o “direito a cidade”. Geousp – espaço e tempo. São Paulo/SP, 24 (3), p. 412-424. https://encurtador.com.br/dqy39
Carneiro, F., Agostinho, C. (2004). Nativos e biribandos: memórias de Trancoso. São Paulo: do autor.
Coelho, C.N. (2004). Não lugares: uma leitura crítica sob a ótica do turismo. In Anais do II Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul. Caxias do Sul/RS. https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/13-nao-lugares.pdf
Creswell, J. W. (2021). Projeto de pesquisa: método qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre, RS: Penso.
Cristine, D. (2018). Quem conhece volta: 62% dos turistas que visitam destinos baianos estão retornando ao local. Agencia Sebrae de Notícias. https://encurtador.com.br/bzRVW
Ferreira, J. S. W. (2005). A cidade para poucos: breve história da propriedade urbana no Brasil. In Anais do Simpósio “Interfaces das representações urbanas em tempos de globalização”. Bauru/SP. https://encurtador.com.br/qBX34
Fratucci, A. C. (2014). Turismo e território. Caderno Virtual de Turismo. Rio de Janeiro/RJ, 14(1), p. 87-96. http://www.ivt.coppe.ufrj.br/caderno/index.php/caderno/article/view/1018
Gesteira, L. A. M.G. (2019). Analisando os conceitos de renda da terra e o valor do solo a partir da lógica da especulação imobiliária: um estudo sobre o município de Barra dos Coqueiros/SE. Revista Caminhos da geografia. Uberlândia/MG, 20(72), p. 422-432. https://seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/46572
Ignarra, L. R. (1999). Fundamentos do turismo. Rio de Janeiro: SENAC.
Krippendorf, J. (2000). A sociologia do turismo: para uma nova compreensão do lazer e das viagens. São Paulo: Aleph.
Lefebvre, H. (1999). A Revolução urbana. Belo Horizonte: UFMG.
Malta, G. A., Braga, S., Barbosa, M. F. P. (2019). Concepções de desenvolvimento econômico e a compreensão do papel do turismo na redução da pobreza. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. São Paulo/SP, 13 (2), p. 16-31. https://www.scielo.br/j/rbtur/a/YvNcnyqvynFjzRKFhtBxGhD/?format=pdf&lang=pt
Marconi, M. A. Lakatos, E. M. (2021). Fundamentos de metodologia científica. São Paulo/ SP: Atlas.
Meliani, P. F. (2011). Turismo, urbanização e produção de espaços de exclusão em Itacaré, Bahia. Revista de Cultura e Turismo. Ilhéus/BA, 5 (2), p. 125-142. https://periodicos.uesc.br/index.php/cultur/article/view/384
Moreira, G. L. (2013). A reprodução do espaço urbano na cidade de Ilhéus: turismo, segregação e mercantilização do espaço. Revista da Casa da Geografia de Sobral. Sobral/CE, 15 (1), p. 32-48. https://rcgs.uvanet.br/index.php/RCGS/article/view/138
Pereira, L. S. Sancho-Pivoto, A. (2020). Planejamento urbano, turismo e segregação socioespacial: o caso da Curva do Lacet em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Revista Turismo, visão e ação. Balneário Camboriú/SC, 22 (1), p. 141-161.
Pinto, G.R. (2016). Novas tendências do direito ambiental. Brasília: UniCEUB: ICPD.
Rodrigues, D. M. (2020). A história da segregação racial construída, mantida e contada pela produção do espaço urbano no país. In Anais do VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Brasília/DF. http://enanparq2020.s3.amazonaws.com/MT/21581.pdf
Roma, C.M. (2008). Segregação socioespacial em cidades pequenas. (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Presidente Prudente/SP.
Roscoche, L. F. (2013). Turismo no meio urbano e a segregação socioespacial: revisitando problemáticas. Revista Turismo e Sociedade. Curitiba/PR, 6(4), p. 814-834. https://revistas.ufpr.br/turismo/article/download/33240/22380
Ruschmann, D. V. M., Solha, K. T. (2006). Planejamento turístico. Barueri, SP: Manole.
Santana, M. O., Silva, M. P., Guidice, D. S. (2020). O papel do turismo nas transformações espaciais no litoral da Região Metropolitana de Salvador: o caso de Mata de São João. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo (RBTUR). São Paulo/SP, 14 (3), p. 68-88. https://www.scielo.br/j/rbtur/a/6mSsYmgV8q6fxzsyLSLy5kP/?format=pdf&lang=pt
Santos, M. (2006). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp.
Silva, L.T. (2006). Cultura, turismo e identidade local: impactos socioculturais sobre a comunidade receptora de turismo, Trancoso, Porto Seguro/BA. (Dissertação de Mestrado). Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus/BA.
Silveira, M. L. (2011). Território usado: dinâmicas de especialização, dinâmicas de diversidade. Ciência e geografia. Bauru/SP, 15 (1), p. 1-9. https://abre.ai/hf6M
Sordi, J. O. (2017). Desenvolvimento de Projeto de Pesquisa. São Paulo, SP: Saraiva.
Walliman, N. (2015). Métodos de Pesquisa. São Paulo, SP: Saraiva.
Publicado
2023-12-20
Como Citar
Ferreira, J. C. E., Araújo, H. R. de, & Barbosa, M. C. (2023). Turismo e segregação socioespacial: uma análise no destino turístico Trancoso (Porto Seguro/BA) . Ateliê Do Turismo, 8(1), 1-26. https://doi.org/10.55028/at.v8i1.19640
Seção
ARTIGOS