Manejo multiprofissional na atrofia muscular espinhal em uma unidade de terapia intensiva pediátrica

  • Patrick Jean Barbosa Sales Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
  • Rita de Souza Claudino Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
  • Shana Machado Sousa
  • Talyne Francisca Ferraz Nogueira Moraes
  • Natália Hoefle Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)
  • Enaile Salviano de Carvalho Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
  • Fernanda Carrion da Silva Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
  • Gisele Zandoná da Silva Peixoto Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Resumo

Introdução: A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma distrofia muscular autossômica recessiva, na qual ocorre a degeneração dos neurônios do corno anterior da medula, causando atrofia muscular global, simétrica, proximal e progressiva. Seu diagnóstico é feito por meio de eletroneuromiografia, biópsia muscular e investigação genética (deleção do gene SMN1). A doença é classificada em I (Doença de Werdning-Hoffmann), II (Crônica), III (Doença de Kugelberg-Welander) e IV (Adulta), diferenciando-se conforme a idade de manifestação e a progressão sintomática. Pacientes com AME apresentam dificuldade de sedestação, deglutição, tosse e deambulação, necessitando de cuidados especiais. Pela fraqueza se instalar precoce, progressiva e globalmente, é comum o acometimento da musculatura e mecânica respiratória, acarretando em afecções respiratórias e internações recorrentes. Ao internarem, muitos não sabem do diagnóstico e apenas descobrem quando os sinais são detectados pela equipe de profissionais que prestam o cuidado ao paciente. Objetivo: Relatar o manejo multiprofissional no paciente com AME dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) e demonstrar a importância desses atores na qualidade de vida destes pacientes. Método: Durante dois meses, observou-se a assistência multiprofissional prestada aos pacientes com AME que estavam internados na UTIP de um Hospital Universitário. Resultados: No período, foram internados três pacientes portadores de AME e todos procuraram assistência de saúde por apresentarem sinais de desconforto respiratório. Durante a internação hospitalar, a equipe multiprofissional detectou que eles não possuíam a capacidade de sustentar a cabeça de forma independente, tinham pouco controle de tronco e apresentavam fraqueza muscular simétrica e global de membros. Diante do quadro, foi iniciada uma investigação, onde se obteve o diagnóstico de AME. Assim, o manejo multiprofissional tornou-se primordial para estabilização da doença, suas complicações e para estimular a participação da família nos cuidados durante e após a internação, promovendo o bem-estar do paciente. A enfermagem fornece a manutenção da integridade cutânea, prevenindo o surgimento de lesões por pressão, zelando as ostomias, manejo da sonda para alimentação, administração medicamentosa, higiene corporal e realizando orientações aos familiares sobre os cuidados pós alta. Em relação à nutrição, o gasto energético reduzido em indivíduos com AME pode refletir sua composição corporal única, portanto, fórmulas preditivas de energia baseadas apenas em dados antropométricos podem ter um valor limitado, tornando a composição corporal um importante preditor das necessidades calóricas. Dessa forma, nos atendimentos realizados foi possível melhores resultados quando ofertado cerca de 50% das calorias estimadas pelos cálculos propostos para idade.  A fisioterapia atuou na assistência respiratória de forma a oferecer manejo do suporte ventilatório, remoção de secreções e melhora da oxigenação, manutenção do padrão respiratório e expansibilidade torácica. Quanto à motricidade, a fisioterapia foi realizada com o intuito de tratar atrofias, hipotonias e deformidades.  A mobilização precoce e posicionamentos funcionais foram adotados como condutas preventivas. Conclusão: A multiprofissionalidade permite ampliar a visão de assistência, pontuando a necessidade existente em cada especialidade e formulando uma assistência única e integrativa, identificando particularidades do paciente e contribuindo para melhoria da qualidade de vida.

 

Palavras-chave: Equipe de assistência ao paciente. Pediatria. Atrofia muscular espinal.

 

Biografia do Autor

Patrick Jean Barbosa Sales, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Fisioterapeuta residente em Saúde Materno-Infantil do Hospital Universitário da UFGD

Rita de Souza Claudino, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Enfermeira residente em Saúde Materno-Infantil do Hospital Universitário da UFGD

Shana Machado Sousa

Enfermeira especialista em Saúde da Família.

Talyne Francisca Ferraz Nogueira Moraes

Enfermeira especialista em Saúde da Família

Natália Hoefle, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)

Enfermeira, mestranda do Programa - Ensino em Saúde da UEMS

Enaile Salviano de Carvalho, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Nutricionista residente em Saúde Materno-infantil do Hospital Universitário da UFGD

Fernanda Carrion da Silva, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Fisioterapeuta atuante do Hospital Universitário da UFGD

Gisele Zandoná da Silva Peixoto, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Fisioterapeuta atuante do Hospital Universitário da UFGD

Publicado
2020-06-02
Como Citar
JEAN BARBOSA SALES, P.; DE SOUZA CLAUDINO, R.; MACHADO SOUSA, S.; FERRAZ NOGUEIRA MORAES, T. F.; HOEFLE, N.; SALVIANO DE CARVALHO, E.; CARRION DA SILVA, F.; ZANDONÁ DA SILVA PEIXOTO, G. Manejo multiprofissional na atrofia muscular espinhal em uma unidade de terapia intensiva pediátrica. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 5, n. 2, p. 22, 2 jun. 2020.