Recursos didáticos para educação em saúde de pacientes com úlceras vasculogênicas na atenção hospitalar
Resumo
As úlceras vasculogênicas (UV) são feridas de difícil cicatrização que surgem nos membros inferiores, e podem ser de origem arterial, venosa e mista (Ferreira et al., 2022). As úlceras arteriais (UA) são decorrentes da escassez de suprimento sanguíneo arterial, frequentemente ligado a doença aterosclerótica ou tromboembolismo (Abbade et al., 2020). Já as úlceras venosas são consequências da insuficiência venosa crônica (IVC), cuja etiologia é por um ou mais desses fatores: obstrução venosa, ineficiência da bomba muscular da panturrilha associado ou não à disfunção valvular dos vasos e trombose venosa profunda, fatores que resultam na hipertensão e estase da rede sanguínea, (Vieira; Franzoi, 2020).
Os fatores de risco para o acometimento das úlceras vasculogênicas são: hereditariedade, comorbidades crônicas e sistêmicas como hipertensão arterial, diabetes mellitus, bem como maus hábitos de vida como tabagismo, etilismo, sedentarismo, má alimentação e obesidade (Gonçalves et al., 2020).
Quanto à prevalência, estima-se que 3% da população brasileira sofrem com as úlceras de perna de origem vascular, e em pacientes diabéticos a prevalência é maior 10%. Ai nda nesse contexto, essa condição resulta em um grande gasto público por ser um tratamento demorado e com alta recidiva (Neri et al., 2020).
O tratamento para as feridas crônicas vasculares é multifatorial, as principais abordagens são: tratamento da estase vascular da perna, curativo tópico da lesão e cuidado na prevenção de recorrências (Bragato et al., 2024). O tratamento ineficaz pode levar à infecção da ferida, hospitalização e amputação do membro (Galter, 2021). Neste contexto, ainda é comum a internação de pacientes para o tratamento de feridas crônicas. A transição do tratamento para o domicílio, ou até mesmo para o atendimento na atenção primária, necessita de aprimoramento, principalmente com relação à instrução de pacientes e cuidadores. Para essa formação, estratégias de educação para saúde e em saúde, a respeito da etiologia, meios de prevenção, tratamento e sinais de alerta para evitar internações e amputações pela incompreensão das medidas de cuidado são essenciais. Nesse contexto, a Fundação Nacional de Saúde estabeleceu em 2007, Diretrizes de Educação em Saúde, e considerou a atividade como uma atribuição da assistência dos profissionais, sendo uma prática pedagógica e social a qual o paciente é o protagonista e o profissional um mediador, que a partir do vínculo compartilha seus conhecimentos e técnicas científicas de saúde e contribui para o conhecimento crítico do indivíduo sobre sua condição de saúde-doença dentro da sua realidade, e encoraja a busca de soluções para o gerenciamento de sua qualidade de vida, promovendo a autonomia em seu desenvolvimento pessoal mediante suas perspectivas (Brasil, 2007).
A discussão sobre educação em saúde e sua efetiva prática está estabelecida majoritariamente na atenção primária (Ribas; Araújo, 2021). Entretanto a rede terciária de assistência não deve abdicar-se dessa tarefa pela premissa da ampla demanda de funções e rápida rotatividade de pacientes. Ademais, a promoção e o letramento em saúde podem ser aplicados durante a prática de cuidado, como um simples diálogo.
Copyright (c) 2024 Nicole Morel Nocko, Gabriela Rodrigues Alves, Jackelina de Lima Rodrigues; Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida

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