DESCOMPASSO NA SAÚDE PÚBLICA: A INEFICÁCIA DO ATIVISMO JUDICIAL FRENTE À JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE
Abstract
A realidade brasileira nacional dos últimos anos é de inúmeros processos judiciais solicitando a prestação de serviços ancorada no direito à saúde, seja pela ineficiência e/ou ineficácia das políticas públicas existentes, ou então sua inexistência. Essa situação conhecida como judicialização da saúde pode conduzir os juízes a interpretações exacerbadas dos mandamentos constitucionais e principiológicos, culminando no ativismo judicial. No entanto, ainda sim os processos continuam, e carregam desigualdades e desproporcionalidades, vez que beneficiam seus demandantes quando procedentes. Por conseguinte, diante desse contexto, o presente trabalho, a luz do método dedutivo, pretende-se demonstrar que os problemas da judicialização da saúde vão além do ativismo judicial, o qual não pode ser considerado uma alternativa para solução das demandas, porque sequer funciona para minorar o problema, de modo que o raciocínio esboçado leva a conclusão da busca e disseminação de uma justiça por equidade.References
ATIENZA, Manuel et al. Los límites de la interpretación constitucional. De nuevo sobre los casos trágicos. Isonomía, v. 6, abril/1997.
BARCELLOS, Ana Paula de. A eficácia jurídica dos princípios constitucionais: O principio da dignidade da pessoa humana. 3. ed. revista e atualizada. Rio de Janeiro: Renovar, 2011.
_________, Ana Paula de et al. Direito à saúde e prioridades: introdução a um debate inevitável. Rev. direito GV, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 457-483, ago. 2017. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-24322017000200457&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 20 abr. 2019.
BARROSO, Luís Roberto. Constituição, democracia e supremacia judicial: direito e política no Brasil contemporâneo. RFD- Revista da Faculdade de Direito- UERJ, v. 2, n. 21, jan./jun. 2012.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 04 fev. 2019.
DE CARVALHO, Ernani Rodrigues. Em busca da judicialização da política no Brasil: apontamentos para uma nova abordagem. Revista de sociologia e política, Curitiba, n. 23, p. 115-126, nov. 2004. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/rsp/article/download/3699/2949. Acesso em: 10 jan. 2019.
CITTADINO, Gisele. Poder Judiciário, ativismo judicial e democracia. ALCEU, v.5, n.9, p. 105 a 113, jul./dez 2004.
DALLARI, Sueli Gandolfi; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Direito Sanitário. São Paulo: Editora Verbatim, 2010.
DO VALLE, Vanice Lírio. Judicialização das Políticas Públicas no Brasil: até onde nos podem levar as asas de Ícaro. Themis: Revista de direito, v. 11, n. 20, p. 185-210, 2011.
FEREJOHN, John. Judicializing politics, politicizing law. Law and contemporary problems, v. 65, n. 3, p. 41-68, 2002. Disponível em: www.jstor.org/stable/1192402. Acesso em: 19 out. 2018.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. A Constituição de 1988 e a judicialização da política. Revista da Faculdade de Direito, v. 12, n. 12, 1996. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/revfacdir/article/download/69181/39070. Acesso em: 10 jan. 2019.
FIGUEIREDO, Mariana Filchtiner. Direito fundamental à saúde: parâmetros para sua eficácia e efetividade. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007.
GARZÓN VALDÉS, Ernesto. El papel del poder judicial en la transición a la democracia. Isonomía, México, n. 18, p. 27-46, 2003. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1405-02182003000100002&lng=es&nrm=iso. Acesso em: 05 fev. 2019.
GRUSKIN, Sofia; DANIELS, Norman. Process is the point: justice and human rights: priority setting and fair deliberative process. American Journal of Public Health, v. 98, n. 9, p. 1573-1577, 2008. Disponível em: https://ajph.aphapublications.org/doi/pdf/10.2105/AJPH.2007.123182. Acesso em: 10 jan. 2019.
HÖFFE, Otfried. JUSTIÇA POLÍTICA: Fundamentação de uma filosofia crítica do direito e do Estado. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
MACHADO, Edinilson Donisete. Ativismo judicial: limites institucionais democráticos e constitucionais. 1. ed. São Paulo: Letras Jurídicas, 2011.
NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. A Cidadania Social na Constituição de 1988 – Estratégias de Positivação e Exigibilidade Judicial de Direitos Sociais. São Paulo: Editora Verbatim, 2009.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) - 1946. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html. Acesso em: 04 abr. 2018.
RAWLS, John. Uma teoria de justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997. Tradução de: Almiro Pisetta e Lenita M. R. Esteves.
SEGRE, Marco; CARVALHO, Ferraz Flávio. O conceito de saúde. Revista de Saúde Pública, v. 31, n. 5, p. 538-542, 1997. Disponível em: https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89101997000600016&script=sci_arttext&tlng=pt#. Acesso em: 10 jan. 2019.
SERRANO, Mônica de Almeida Magalhães. O sistema único de saúde e suas diretrizes constitucionais. 2. ed. São Paulo: Editora Verbatim, 2012.
STRECK, Lenio Luiz. Os dilemas do Estado Constitucional: entre a democracia e o presidencialismo de coalizão. LAZARI, Rafael; BERNARDI, Renato. Crise Constitucional: espécies, perspectivas e mecanismos de superação. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015, p. 3-18.
TASSINARI, Clarissa. A Atuação do Judiciário em Tempos de Constitucionalismo Contemporâneo: uma crítica ao ativismo judicial. Rev. Fac. Dir. Sul de Minas, Pouso Alegre, v. 28, n. 2, p. 31-46, 2012. Disponível em: https://www.fdsm.edu.br/adm/artigos/7abc42e3c238ed40fa16761147b48b1d.pdf. Acesso em: 13 jan. 2019.
I (we), below signed, transfer all the Copyright rights of the article entitled (title) to the UFMS LAW REVIEW – UFMSLR.
I (we) declare that the paper is original and that it is not being considered for the publication in another journal, be it in electronic or printed format.
I (we) have complete knowledge the journal reserves the right to effectuate alterations of normative, orthographic and grammatical order in the originals, with the objective to maintain the cult pattern of the language, respecting, however, the authors’ style and that the originals will not be returned to the authors.



