HEROÍSMO E SINGULARIDADE: ABENSOUR, ARENDT, CANETTI
Resumo
O propósito deste artigo é de contribuir com a questão da relação entre heroísmo e modernidade. Em referência à figura do pequeno privilegiado de Miguel Abensour, nomeadamente através das figuras de Benjamin ou de Kafka, a questão que se coloca é a de saber se a resistência ao projeto totalitário de destruir no indivíduo qualquer traço de singularidade pode se assemelhar a uma forma de heroísmo, ou melhor, se esta recusa da praxis guerreira envolvida pela mobilização total deve, pelo contrário, se afirmar em contradição com a figura tradicional do herói, tanto o heroísmo parece ter parte ligada com a lealdade à força bruta e a glorificação da morte em combate. Baseando-se no pensamento de Miguel Abensour, de Hannah Arendt e de Elias Canetti, este artigo interroga o lugar que é ou não possível conferir ao herói em um pensamento que atribui um lugar prepoderante à democracia, por conseguinte, já não se pode fundamentar a sua legitimidade em referência a uma transcendência, seja ela de origem aristocrática ou enraizada em uma cosmologia.
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Referências
ABENSOUR, Miguel. Hannah Arendt contre la philosophie politique? Paris: Sens&Tonka, 2006.
ADORNO, Theodor W. Minima Moralia – Réflexions sur la vie mutilée (1951). Trad. E. Kaufholz et J.-R. Ladmiral. Paris : Payot, 1991.
ARENDT, Hannah. Le système totalitaire. Trad. J.-L. Bourget ; R. Davreu ; P. Lévy. Paris : Seuil, 1972, rééd. « Points-Essais », 2001.
CANETTI, Elias Canetti. La conscience de mots. Trad. R. Lewinter. Paris : Albin Michel, « Les grandes traductions », 1984.
CANETTI, Elias Canetti. Masse et puissance. Trad. R. Rovini. Paris : Gallimard, 1966, rééd. « Tel-Gallimard », 2015.
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