SEGUNDA NATUREZA EM HEGEL E MARX

Résumé

Para Hegel, o espírito e sua liberdade podem apenas alcançar estabilidade, na medida em que eles formam uma segunda natureza que seja tão firme e estável quanto a primeira natureza. No hábito, as capacidades subjetivas dos indivíduos são objetivadas e assim estabilizadas e automatizadas em uma segunda natureza. O pôr, isto é, o produzir do ser é o segredo da liberdade do espírito, diz Hegel. O precário é que a segunda natureza tem a tendência de negar a liberdade do espírito, porque ela é ainda mais firme e estável que a primeira natureza. Contra esse perigo, o espírito se defende, na medida em que se torna absoluto. A segunda natureza do espírito objetivo é como que uma “pátria precária” dos indivíduos. A interpretação de Marx é diferente. No capitalismo, as relações sociais não caracterizam uma segunda natureza, mas aparecem como uma pseudonatureza, como aparência da natureza. A naturalização ideológica das relações sociais na consciência dos indivíduos é um indício de que essas estão estabelecidas de modo não racional. A segunda natureza, na qual eles poderão encontrar sua pátria, reside em uma sociedade socialista futura.

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Bibliographies de l'auteur

Agemir Bavaresco, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutor em Filosofia pela Universidade Paris I (Pantheon-Sorbonne) (1997). Pós-Doutorado na Fordham University (2009). Visiting Scholar na University of Pittsburgh (2011 e 2012). Pesquisa pós-doutoral na University of Sydney (2013). Pesquisa e solidariedade na University of Guyana (2014). Pesquisa pós-doutoral na Columbia University (2015). Pesquisa pós-doutoral Kingston University/London (2016 e 2017) no Center for Research in Mondern European Philosopy. Pesquisa interdisciplinar e desenvolvimento de rede de relações internacionais e interinstitucionais na Hebrew University of Jerusalem no Center for German Studies e Departamento de Filosofia (2018). Cooperação e Intercâmbio Internacional China (2019) (Peking University e Beijing Foreign Studies University) e Índia (2019) (Goa University). Cooperação e Intercâmbio Internacional África do Sul (University of Johannesburg, 2020). Possui ainda mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1993), graduação em Filosofia pela Universidade Católica de Pelotas (1978), graduação em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2010) e Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pelotas (2007). Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Pesquisa a partir de um viés interdisciplinar nas áreas de Filosofia Moderna, Filosofia Social e Filosofia Política Brasileira. Dedica-se a atualização do tema Contradições da Democracia e Opinião Pública. 

Christian Iber, Freie Universität Berlin / Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui doutorado em Filosofia - Instituto de Filosofia da Livre Universidade de Berlim (1986). Atualmente é Professor Doutor do Instituto de Filosofia da Universidade Livre de Berlin, Alemanha. O diploma de doutorado é, ao mesmo tempo, diploma de formatura em três faculdades: Filosofia, Filologia Germânica e Politologia. Atualmente é pesquisador do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS / Brasil).

Eduardo Garcia Lara, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2013), graduação em Filosofia (2016) e mestrado em Filosofia (2016) pela mesma instituição. Atualmente, desenvolve tese de doutorado pela referida instituição.

Références

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Publiée
2020-07-08
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