ETERNO RETORNO COMO POSSIBILIDADE PARA O HOMEM CRIADOR

Résumé

O presente artigo tem por objetivo estabelecer uma intersecção entre as noções de “eterno retorno” e “homem criador” no pensamento de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Nosso intento é mostrar que o eterno retorno pode servir de ponto de partida para a substituição do conceito pela metáfora, já que, segundo Nietzsche, em última instância, a verdade não atende a requisitos puramente epistemológicos: seus alicerces são morais. Vislumbrada além da moralidade, ela não passa de ficção. Contudo, esquecida como tal, a verdade abandona sua procedência artística, tornando-se serva de pressupostos metafísicos. É com esse “esquecimento” que chega o homem ao sentimento de verdade. O eterno retorno é fluxo, é conflito de forças. E Nietzsche opõe o fluxo da força ao conhecimento do que permanece. Assim, através do eterno retorno, seria possível reduzir a moral à estética, substituindo o “instinto de verdade” pelo “ato criativo”. 

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Biographie de l'auteur

Matheus Henrique do Amaral Arcaro, Universidade Estadual de Campinas

Mestre em Filosofia Contemporânea pela UNICAMP com a dissertação "Nietzsche: verdade como metáfora e linguagem como dissimulação". Pós-graduado em História da Arte pela FAAP em 2013 (Dissertação trata das intersecções entre Literatura e Filosofia). Graduado em Filosofia pelo Centro Universitário Moura Lacerda (2010) e em Comunicação Social pelo Centro Universitário Barão de Mauá (2006). É professor de Filosofia e Sociologia no ensino médio e em cursos pré-vestibulares, palestrante, artista plástico e escritor, autor dos livros de contos "Violeta velha e outras flores" (Patuá, 2014) e "Amortalha" (Patuá, 2016), do romance "O lado imóvel do tempo" (Patuá, 2016)

Références

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Publiée
2017-08-20
Rubrique
Artigos