A FRONTEIRA ATLÂNTICA ENTRE TRAVESSIAS E VOZES MÚLTIPLAS

  • Sérgio Ricardo Oliveira Martins Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
  • Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Palavras-chave: Etnicidade, Identidade, Cultura, Fronteira, Literatura africana

Resumo

Espaço de travessias e interações, o Atlântico é cada vez mais atravessado por fluxos materiais e imateriais, entre culturas africanas e afrodescendentes, com afirmações de identidade e animando, aqui e lá, vozes e narrativas de resistência. Perceber o Atlântico como parte de uma renitente fronteira etnocultural é transgredir paradigmas e assumir um posicionamento político. É precisamente com esta percepção do Atlântico, permeável à cultura e à etnicidade, que o objetivo desse texto é evidenciar as relações dialógicas entre Santo Amaro, Cabo Verde e Angola em travessias literárias, a partir da poética de Dina Salústio e romance de Eduardo Agualusa.

Biografia do Autor

Sérgio Ricardo Oliveira Martins, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Geógrafo, professor associado da Universidade Federal do recôncavo da Bahia, atua no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), em Santo Amaro/BA. Doutor em Geografia Humana pela FFLCH-USP.
Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Literata, professora adjunta da Universidade Federal do recôncavo da Bahia, atua no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), em Santo Amaro/BA. Doutora em Estudos Literários pela UNESP - Araraquara.

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Publicado
2018-04-12