A FRONTEIRA ATLÂNTICA ENTRE TRAVESSIAS E VOZES MÚLTIPLAS
Resumo
Espaço de travessias e interações, o Atlântico é cada vez mais atravessado por fluxos materiais e imateriais, entre culturas africanas e afrodescendentes, com afirmações de identidade e animando, aqui e lá, vozes e narrativas de resistência. Perceber o Atlântico como parte de uma renitente fronteira etnocultural é transgredir paradigmas e assumir um posicionamento político. É precisamente com esta percepção do Atlântico, permeável à cultura e à etnicidade, que o objetivo desse texto é evidenciar as relações dialógicas entre Santo Amaro, Cabo Verde e Angola em travessias literárias, a partir da poética de Dina Salústio e romance de Eduardo Agualusa.Referências
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