IDEIAS INICIAIS DE UMA PESQUISA: INTERSECCIONALIDADE E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Resumo

No presente trabalho temos a pretensão de apresentar o caminhar inicial da produção de uma dissertação, que até o momento tem o objetivo de analisar a trajetória de professoras negras que atuam no curso de Licenciatura em Matemática das Universidades Públicas de Mato Grosso do Sul, e dessa forma compreender como as Questões Raciais e o Feminismo Negro aparecem na Formação Inicial dessas professoras de Matemática que são formadoras de professoras, professores e professories Acreditamos que o conceito de Interseccionalidade segundo Kimberlé Crenshaw, Patrícia Hill Collins e Carla Akotirene, pode ser uma potencial ferramenta Teórica-Metodológica para tentar compreender o caminhar dessas docentes. Entendemos esse conceito como uma ferramenta que “visa a dar espaço tanto para as experiências sociais quanto para as perspectivas de grupos multiplamente discriminados.” (PEREIRA, 2021, p. 450). A Interseccionalidade busca capturar as consequências estruturais entre os diversos eixos de opressões que modelam as desigualdades sociais. Esse conceito não está só associado à forma como o sujeito é constituído ou como as opressões estão operando. Mas, para falar que as lutas se interseccionam. Como um primeiro movimento realizamos um esboço de uma Revisão de Literatura, para fazer um levantamento das pesquisas que estão trabalhando com esse conceito em conjunto com a Educação Matemática e, após essa busca em Bancos de Dados: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e Portal de Periódicos da Capes, foram utilizados os descritores: Interseccionalidade; Consubstancialidade; Interseccionalidade Matemática; Consubstancialidade Matemática; Interseccionalidade e Matemática; Consubstancialidade e Matemática; e Gênero, Raça, Classe e Matemática.  Percebemos que são poucos os trabalhos que abordam o conceito de Interseccionalidade de forma explicita, ou se as Questões de Gênero, Classe e Raça aparecem de maneira interseccionalizada no campo da Educação Matemática. Em meio a essa procura encontramos um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) (LEMOS, 2022), em que o autor faz um levantamento dos artigos publicados nesse evento que tenha como foco as Questões de Raça, Gênero e Exercício Profissional e, dessa forma conclui sob o olhar da Interseccionalidade que trabalhos nessa temática são bastante escassos. A outra pesquisa encontrada também é um TCC (SILVA, 2019), em seu trabalho o autor tenta compreender como se deu o sucesso dos alunos nesse curso, sendo que são pertencentes a camadas populares. Por meio de entrevistas e uma análise interseccional ele conclui que as desigualdades econômicas, sociais e culturais podem influenciar no desenvolvimento dos alunos no curso de Licenciatura em Matemática. O que podemos concluir dessa proposta de Revisão de Literatura é que pouco tem sido trabalhado no campo da Educação Matemática em conjunto com as Questões de Raça, Gênero e Classe, ou com o conceito de Interseccionalidade propriamente dito. A Matemática é conhecida por ser uma área neutra, e esse discurso propaga de tal maneira a (re)produzir diversos eixos de opressão. A ideia da dissertação em movimento, é explicitar, ou tentar explicitar, como esses ciclos de silenciamentos e exclusão que afetaram e afetam podem processo de formação dessas professoras negras, que atuam na formação de outras professoras, outros professores e outres professories.

Publicado
2023-01-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVI SESEMAT - 2022