RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NÃO CONVENCIONAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA EXPERIÊNCIA COM O GALINHEIRO

  • Ceily Cristina Bizerra de Almeida Dias Universidade Federal de São Carlos (PPGPE/UFSCar)
  • Selma Regina Bizerra de Almeida Silva Quintal – Berçário e Educação Infantil
  • Klinger Teodoro Ciríaco Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP)

Resumo

Apresentamos, no presente trabalho, um relato de experiência desenvolvido no contexto do Grupo de Estudos e Pesquisas "Nome do Grupo" – SIGLA, vinculado à Universidade Nome da Universidade (UFSCar) no 1º semestre de 2022. A experiência foi realizada em uma instituição privada de Educação Infantil na cidade de Nome da Cidade/SP e contou com a participação de 7 crianças do Maternal I (com idade entre 2 anos a 2 anos e 11 meses). Com o objetivo de proporcionar interações com a linguagem matemática e possibilitar às crianças diferentes experiências de investigação, construímos com madeira um "galinheiro" de brinquedo. Segundo Kishimoto (2011), brinquedo é o suporte para a brincadeira, um estimulante material para fazer fluir o imaginário infantil. Como a instituição possui um espaço com galinhas e um galo, no primeiro momento, as crianças tiveram a oportunidade de visitar o galinheiro para recolher os ovos. Quando voltaram para a sala, a professora distribuiu pelo ambiente duas bandejas de ovos de diferentes tamanhos e bolinhas brancas plásticas (representando os ovos) e permitiu que as crianças brincassem livremente. De acordo com a Base Nacional Curricular Comum - BNCC (BRASIL, 2018), a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, de onde emergem as observações, os questionamentos, as investigações e outras ações das crianças articuladas com as proposições trazidas pelos/as professores/as. Nesse momento, as crianças encheram e esvaziaram as caixas de ovos várias vezes e perceberam que na caixa maior cabiam mais ovos (bolinhas), pois na menor sempre ficavam bolinhas para fora; e também notaram que na caixa maior faltava uma bolinha, pois sobrava um espaço vazio. Após essa exploração, a professora apresentou o galinheiro de madeira para as crianças, explicou que no brinquedo tinha um orifício por onde os ovinhos entravam para ficarem juntinhos com a galinha. Para Bomtempo (2011), a manipulação do brinquedo leva a criança à ação e à representação, a agir e a imaginar. Com o objetivo de criar novas formas de interações com o brinquedo, foram incluídas na experiência bolinhas maiores que não passavam pelo orifício do brinquedo. Quando as crianças percebiam que uma bolinha não entrava no galinheiro pelo orifício, logo deixavam do lado e diziam que não era o ovo da galinha. Como as crianças queriam mais bolinhas para colocar no galinheiro e todas já estavam no interior do brinquedo, a professora ficou observando qual seria a solução encontrada para continuar a brincadeira. Smole, Diniz e Cândido (2000) afirmam que um dos maiores motivos para o trabalho com o conhecimento matemático na Educação Infantil é o desenvolvimento da habilidade de resolver problemas, e que essa habilidade é importante tanto para a aprendizagem matemática da criança quanto para o desenvolvimento de suas potencialidades em termos de inteligência e cognição. Assim, algumas crianças tentavam tirar as bolinhas ao pegá-las por cima da porta, outras queriam abrir a tramela que fechava a porta. Grando e Moreira (2012) consideram problema tudo aquilo que possibilita um desafio à criança, colocando-a em um movimento de resolução. Após alguns minutos, a portinha do galinheiro foi aberta e os ovos recuperados voltaram a entrar e sair do galinheiro. Concordamos com Smole, Diniz e Cândido (2000) que o trabalho com problemas não convencionais na Educação Infantil possibilita à criança a alegria de vencer obstáculos criados por sua própria curiosidade, vivenciando assim o que significa fazer Matemática.

 

Biografia do Autor

Ceily Cristina Bizerra de Almeida Dias, Universidade Federal de São Carlos (PPGPE/UFSCar)

Professora de Educação Infantil na Prefeitura Municipal de São Carlos/SP. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGPE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Licenciada em Pedagogia pela Universidade Paulista (UNIP). Integrante do "MANCALA - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente" (CNPq/UFSCar) e do Grupo de Estudos e Pesquisas "Outros Olhares para a Matemática" (GEOOM/CNPq/UFSCar).

 

Selma Regina Bizerra de Almeida Silva, Quintal – Berçário e Educação Infantil

Professora de Educação Infantil na Quintal - Berçário e Educação Infantil - São Carlos/SP. Licenciada em Pedagogia pela UNIFRAN - Franca/SP. Integrante do "MANCALA - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente" (CNPq/UFSCar).                                                                                                                                  

Klinger Teodoro Ciríaco, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP)

Professor Adjunto do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Doutor e Mestre em Educação pela FCT/UNESP, Presidente Prudente; Licenciado em Pedagogia pela UFMS (Campus Três Lagoas). Líder do "MANCALA - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente" (CNPq/UFSCar) e Vice Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas "Outros Olhares para a Matemática" (GEOOM/UFSCar).

 

Publicado
2023-01-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVI SESEMAT - 2022