RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: BOLA NO TECIDO
Resumo
O presente relato tem como objetivo apresentar uma vivência lúdica ofertada para crianças na faixa etária de 3 a 4 anos em um Centro Municipal de Educação Infantil - CEMEI, da cidade de Nome da Cidade - SP. Este relato faz parte do trabalho final da Atividade Curricular de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão – ACIEPE intitulada "Educação Matemática na infância: reflexões teóricas e metodológicas na Educação Infantil" promovida pelo Grupo de Estudo e Pesquisa "Nome do Grupo" – SIGLA (CNPq) da Unidade de Nome (SIGLA)/Universidade Nome da Instituição (SIGLA). A vivência proposta foi desenvolvida por uma professora de Educação Infantil da rede municipal de Nome da cidade-SP, de forma remota, com a colaboração das famílias, para as crianças que não retornaram de forma presencial e mediado pela professora para aquelas que retornaram para o CEMEI no segundo semestre de 2021. A proposta foi realizada em turma formada por 18 crianças e surgiu após a leitura do livro "O caso do bolinho" de Tatiana Belink (2017), onde a personagem rolava para não ser devorado por animais. O desafio foi brincar utilizando objetos do cotidiano das crianças - bola e tecido, assim como trabalhar a linguagem matemática e a interação adulto-criança e criança-criança. É importante destacar que, as práticas pedagógicas propostas devem ter como eixos norteadores as interações e brincadeiras - fundamentais para o desenvolvimento da criança - a ampliação de experiências sensoriais expressivas e corporais, o domínio das múltiplas linguagens e especificamente no campo da Matemática, a promoção em contextos significativos para recriarem relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais (BRASIL, 2010). Sendo assim, observamos que o brincar as interações são atividades principais do dia a dia infantil e um direito perante a lei, pois ao brincar e interagir com o outro, tomar decisões, expressar sentimentos e realizar experiência a criança ampliará seus conhecimentos (BRASIL, 2018). As experiências lúdicas são potencializadoras de aprendizagens, principalmente as que envolvem o cotidiano, situações e desafios próximos de suas realidades e que estimule o desenvolvimento da curiosidade, do raciocínio e das habilidades quando se depara com desafio. Dentre estas experiências estão a resolução de problemas não convencionais e sobre estes Grando e Moreira (2012, p. 122) destacam que "[...] problematizar situações simples e do cotidiano mostra-se uma prática pedagógica interessante, pois coloca a criança no movimento de pensamento matemático". Sendo assim, acreditamos que propor às crianças desafios e resolução de problemas convencionais, desperta a curiosidade, estimula o raciocínio e favorece o gosto pelo conhecimento matemático. Por fim, compreendemos que o lúdico tão presente no cotidiano infantil, associado a um outro objeto simples que pode ser utilizado de outras formas, pode ser aliado importante para despertar o interesse das crianças pelo conhecimento matemático e com uma ferramenta importante aprendizagem e na resolução de problemas que deve ser explorada a todo momento na Educação Infantil. Uma experiência motivadora e desafiadora que envolveu as diferentes linguagens, tanto nos eixos norteadores do currículo (interações e brincadeiras) quanto nos campos de experiências, buscou o desenvolvimento integral da criança sem esquecer de seu protagonismo infantil no processo de seu desenvolvimento pessoal e social (BRASIL, 2018).
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase. Acesso em: 12, fev.2022.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Parecer CNE/CEB Nº 20, de 11 de novembro de 2009. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Disponível em: http: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf. Acesso em: 10, fev. 2022.
BELINK, T. O caso do bolinho. 3ª ed.. São Paulo: Moderna, 2017.
GRANDO, Regina Célia; MOREIRA, Kátia Gabriela. Como crianças tão pequenas, cuja maioria não sabe ler nem escrever, podem resolver problemas de matemática? In: CARVALHO, Mercedes Carvalho; BAIRRAL, Marcelo Almeida. (Orgs). Matemática e Educação Infantil: investigações e possibilidades de práticas pedagógicas. Rio de Janeiro, Vozes, 2012. p.121-144.