RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: BOLA NO TECIDO

  • Elaine Cristina Florencio Sala UFSCAR
  • Priscila Domingues de Azevedo Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Unidade de Atendimento à Criança (UAC)
  • Klinger Teodoro Ciríaco Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Unidade de Atendimento à Criança (UAC)

Resumo

O presente relato tem como objetivo apresentar uma vivência lúdica ofertada para crianças na faixa etária de 3 a 4 anos em um Centro Municipal de Educação Infantil - CEMEI, da cidade de Nome da Cidade - SP. Este relato faz parte do trabalho final da Atividade Curricular de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão – ACIEPE intitulada "Educação Matemática na infância: reflexões teóricas e metodológicas na Educação Infantil" promovida pelo Grupo de Estudo e Pesquisa "Nome do Grupo" – SIGLA (CNPq) da Unidade de Nome (SIGLA)/Universidade Nome da Instituição (SIGLA). A vivência proposta foi desenvolvida por uma professora de Educação Infantil da rede municipal de Nome da cidade-SP, de forma remota, com a colaboração das famílias, para as crianças que não retornaram de forma presencial e mediado pela professora para aquelas que retornaram para o CEMEI no segundo semestre de 2021. A proposta foi realizada em turma formada por 18 crianças e surgiu após a leitura do livro "O caso do bolinho" de Tatiana Belink (2017), onde a personagem rolava para não ser devorado por animais. O desafio foi brincar utilizando objetos do cotidiano das crianças - bola e tecido, assim como trabalhar a linguagem matemática e a interação adulto-criança e criança-criança. É importante destacar que, as práticas pedagógicas propostas devem ter como eixos norteadores as interações e brincadeiras - fundamentais para o desenvolvimento da criança - a ampliação de experiências sensoriais expressivas e corporais, o domínio das múltiplas linguagens e especificamente no campo da Matemática, a promoção em contextos significativos para recriarem relações quantitativas, medidas, formas e orientações espaço temporais (BRASIL, 2010). Sendo assim, observamos que o brincar as interações são atividades principais do dia a dia infantil e um direito perante a lei, pois ao brincar e interagir com o outro, tomar decisões, expressar sentimentos e realizar experiência a criança ampliará seus conhecimentos (BRASIL, 2018). As experiências lúdicas são potencializadoras de aprendizagens, principalmente as que envolvem o cotidiano, situações e desafios próximos de suas realidades e que estimule o desenvolvimento da curiosidade, do raciocínio e das habilidades quando se depara com desafio. Dentre estas experiências estão a resolução de problemas não convencionais e sobre estes Grando e Moreira (2012, p. 122) destacam que "[...] problematizar situações simples e do cotidiano mostra-se uma prática pedagógica interessante, pois coloca a criança no movimento de pensamento matemático". Sendo assim, acreditamos que propor às crianças desafios e resolução de problemas convencionais, desperta a curiosidade, estimula o raciocínio e favorece o gosto pelo conhecimento matemático. Por fim, compreendemos que o lúdico tão presente no cotidiano infantil, associado a um outro objeto simples que pode ser utilizado de outras formas, pode ser aliado importante para despertar o interesse das crianças pelo conhecimento matemático e com uma ferramenta importante aprendizagem e na resolução de problemas que deve ser explorada a todo momento na Educação Infantil. Uma experiência motivadora e desafiadora que envolveu as diferentes linguagens, tanto nos eixos norteadores do currículo (interações e brincadeiras) quanto nos campos de experiências, buscou o desenvolvimento integral da criança sem esquecer de seu protagonismo infantil no processo de seu desenvolvimento pessoal e social (BRASIL, 2018).

 

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase. Acesso em: 12, fev.2022.

 

BRASIL. Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Parecer CNE/CEB Nº 20, de 11 de novembro de 2009. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Disponível em: http: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf. Acesso em: 10, fev. 2022.

 

BELINK, T. O caso do bolinho. 3ª ed.. São Paulo: Moderna, 2017.

 

GRANDO, Regina Célia; MOREIRA, Kátia Gabriela. Como crianças tão pequenas, cuja maioria não sabe ler nem escrever, podem resolver problemas de matemática? In: CARVALHO, Mercedes Carvalho; BAIRRAL, Marcelo Almeida. (Orgs). Matemática e Educação Infantil: investigações e possibilidades de práticas pedagógicas. Rio de Janeiro, Vozes, 2012. p.121-144.

Biografia do Autor

Priscila Domingues de Azevedo, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Unidade de Atendimento à Criança (UAC)
Cursou Pedagogia (UNESP – Marília), Mestrado em Educação (FCT/UNESP–Presidente Prudente), Doutorado em Educação (UFSCar) e Pós-doutorado em Tecnologia do Ensino e da Difusão da Ciência (UFSCar). Professora de Educação Infantil
da UFSCar (Carreira EBTT) e atua na Unidade de Atendimento à Criança – UAC. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa “Outros Olhares para a Matemática” (GEOOM/CNPq/UFSCar). Integrante do MANCALA - "Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente"; (CNPq/UFSCar). Tem experiência nas seguintes áreas: Educação Infantil, Educação Matemática na Infância, Formação de Professores e Grupo Colaborativo.  
Klinger Teodoro Ciríaco, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Unidade de Atendimento à Criança (UAC)

Professor Adjunto do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP) do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Doutor e Mestre em Educação pela FCT/UNESP, Presidente Prudente; Licenciado em Pedagogia pela UFMS (Campus Três Lagoas). Líder do "MANCALA - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente" (CNPq/UFSCar) e Vice Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas "Outros Olhares para a Matemática" (GEOOM/UFSCar).

Publicado
2023-01-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVI SESEMAT - 2022