“O MAPA DE ACHAR LUGARES”: CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO ESPACIAL DE CRIANÇAS DE 5 A 6 ANOS

Resumo

Atuar na Educação Infantil envolve planejar vivências com múltiplas linguagens a fim de que o bebê e a criança pequena construam diferentes formas de descobrir, interagir, conhecer o mundo, se apropriar e produzir cultura. Consideramos que a linguagem matemática se faz presente a todo momento neste processo. Para nós, ter a oportunidade de colocar em destaque o trabalho articulado com "os princípios éticos de uma carreira que busca a indissociabilidade entre cuidar e educar matematicamente bebês e crianças pequenas, representa fundamentos que sustentam teórica e metodologicamente o trabalho pedagógico" (CIRÍACO, 2020, p. 16). Neste sentido, este trabalho compartilha um relato de experiência referente ao desenvolvimento de noção espacial com crianças do Grupo 5 (5 a 6 anos de idade) da XXX - creche da Universidade XXXX. Vale dizer que essa vivência foi planejada e realizada a partir de nossa participação em uma atividade de extensão promovida pelo Grupo de Estudo e Pesquisa “XXXXXXX” (XXXXX), o qual colaborou com sugestões, estudos e discussões sobre linguagem matemática na Educação Infantil. Durante o primeiro semestre de 2022 promovemos com o Grupo 5 momentos de exploração da creche e seus arredores ao mesmo tempo que desenvolviam noções relativas a percepção espacial, para tanto, apoiamos em estudos de Smole, Diniz e Cândido (2003). A partir de seus interesses e curiosidades, propomos vivências que articularam interações e brincadeiras, envolvendo a construção e apropriação de conhecimentos (BRASIL, 2010) relativos aos mapas. O primeiro momento desta vivência proporcionou o estudo sobre diferentes mapas, passeio dentro e no entorno da creche, apreciação da localização da XXX pelo Google Maps, elaboração coletiva do mapa do entorno da creche em um papel kraft - com ruas, rotatórias e desenhos de elementos presentes neste espaço – e, por fim, criação de um texto coletivo intitulado pelas crianças como “O mapa de achar lugares”. Já em um segundo momento as crianças – por meio de uma votação – escolheram fazer a representação gráfica do parque da XXX. Essa elaboração coletiva se deu por meio da observação das características e localização dos elementos presentes nesse espaço (brinquedos, árvores, animais, entre outros elementos). Dado o interesse da turma sobre piratas, utilizamos desse mapa construído pelas crianças para fazer um caça ao tesouro no parque. Estas vivências promoveram diferentes tipos de registros (fotografias, pintura, desenho, textos e mapas), os quais foram realizados pelas crianças de forma individual e coletiva com a mediação da professora. Compreendemos que esses registros possibilitaram o acompanhamento das aprendizagens construídas ao longo do desenvolvimento da prática pedagógica. Compartilhamos esse relato como um exemplo de proposta que envolve a linguagem matemática na Educação Infantil de forma significativa e integrada às necessidades das crianças da turma. Assim, organizamos uma prática que oportunizou a aprendizagem por meio do protagonismo infantil, proporcionando desafios e momentos de resolução de problemas, fazendo com que as crianças construíssem novos significados sobre o mundo (BRASIL, 2018). Essa experiência também reforçou a importância de formação continuada das professoras que atuam nessa etapa educacional, principalmente em atividades que integram ensino, pesquisa e extensão, uma vez que proporcionam refletir e aprimorar a prática pedagógica por meio do compartilhamento de experiências entre professores.

Publicado
2023-01-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVI SESEMAT - 2022