CAÇA AOS OVOS: UMA EXPERIÊNCIA COM A LINGUAGEM MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

  • Ceily Cristina Bizerra de Almeida Dias Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
  • Lucinéia Cândido Gonçalves Prefeitura Municipal de São Carlos/SP
  • Marcielli de Lemos Cremoneze Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar)

Resumo

O presente relato de experiência foi motivado pela participação dos autores no Grupo de Estudos e Pesquisas "Nome do Grupo" – SIGLA (CNPq), vinculado à Unidade Nome da Unidade (SIGLA) da Universidade Nome da Universidade (SIGLA) no 1º semestre de 2022, e realizado em um Centro Municipal de Educação Infantil situado na cidade de Nome da Cidade/SP, com a participação de 18 crianças com idade entre 3 anos e 3 anos e 11 meses. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI (BRASIL, 2010), as propostas de trabalho com as crianças nos espaços coletivos de Educação Infantil devem oferecer experiências variadas com as diversas linguagens, reconhecendo que o mundo no qual estão inseridos, por força da própria cultura, é amplamente marcado por imagens, sons, falas e escritas. Acreditando em um trabalho que valorize o lúdico, as brincadeiras e as culturas infantis, para o desenvolvimento da linguagem matemática, as crianças foram convidadas a participarem da brincadeira intitulada "Caça aos ovos".  Para dar início à vivência, as crianças foram reunidas no espaço externo da instituição, um ambiente amplo e arborizado, onde a professora da turma realizou uma roda de conversa. Segundo Reame e colaboradores (2012), sentar em roda é um dos privilégios da Educação Infantil, um momento de interação onde todos podem expressar suas ideias, sentimentos, valores, desejos e compreender a expressão das ideias, sentimentos, valores e desejos do outro. Na roda, a professora explicou que as crianças iriam brincar de caçar ovos (bolinhas de plástico coloridas) que estavam nos ninhos (chapéus de palha) espalhados pelo bosque (nome do espaço dado pelas próprias crianças). Com isso, cada criança recebeu um embornal para guardar os ovos encontrados e ficou combinado que o sinal para iniciar a caçada aos ovos seria o som da galinha d’angola "tô fraco, tô fraco, tô fraco". No primeiro sinal, as crianças saíram pelo bosque com a intenção de coletar os ovos encontrados. Durante a brincadeira ficou evidente o espírito de cooperação e o entusiasmo em busca dos ovos escondidos. Para Kishimoto (2011), a brincadeira é a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica, ou seja, é o lúdico em ação. Após a caça aos ovos, as crianças retornaram à sala para verificar a quantidades de ovos em seus embornais. Através das falas e interações com o grupo constatamos a comparação da quantidade de ovos. Assim, foram trabalhadas as noções mais/menos, muito/pouco, igual/diferente, que segundo Lorenzato (2018) fazem parte do campo conceitual numérico, propiciando a exploração matemática pelas crianças e sendo fator fundamental para a construção do conceito de número. Para registrar a vivência, as crianças foram convidadas a desenhar a brincadeira, pois consideramos o desenho um valioso instrumento de documentação pedagógica de experiências, onde a criança deposita suas percepções, sensações e seu olhar sobre o mundo. Segundo Grando e Moreira (2014), o registro é uma ferramenta importante, pois garante reflexão e, como consequência, a aquisição de novos conceitos e ideias.  Entendemos que em se tratando de Educação Infantil, a necessidade de interagir, brincar, construir e relacionar-se precisa ser cuidadosamente garantida. Brincar é essencial para o desenvolvimento infantil e disponibilizar espaço e tempo para as brincadeiras significa contribuir para um desenvolvimento saudável da criança na perspectiva do cuidar e educar. 

Biografia do Autor

Lucinéia Cândido Gonçalves, Prefeitura Municipal de São Carlos/SP

Professora de Educação Infantil na rede municipal de São Carlos/SP. Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Claretianos (CEUCLAR). Licenciada em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Integrante do "MANCALA - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente" (CNPq/UFSCar) e do Grupo de Estudos e Pesquisas "Outros Olhares para a Matemática" (GEOOM/CNPq/UFSCar).

 

Marcielli de Lemos Cremoneze, Universidade Federal de São Carlos (PPGE/UFSCar)

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PPGEduMat) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS, Campo Grande); e Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS, Naviraí). Integrante do "MANCALA - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática, Cultura e Formação Docente" (CNPq/UFSCar) e do Grupo de Estudos e Pesquisas "Outros Olhares para a Matemática"

Publicado
2023-01-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVI SESEMAT - 2022