A PRODUÇÃO DE DADOS DE UMA PESQUISA DE DOUTORADO NA PANDEMIA

Resumo

Das etapas de um processo de doutoramento, produzir os dados da pesquisa é sempre um dos caminhos mais incertos e optamos por buscar um caminho possível de ser traçado. Planejamos, estruturamos, relacionamos com os objetivos de pesquisa, alinhamos com referencial teórico metodológico, preparamos os instrumentos, visamos os sujeitos. Aqui estamos nos referindo a uma pesquisa de Doutorado específica, nem todas seguem a mesma trajetória e/ou procedimentos. Mas, muitas vezes, precisamos realinhar, replanejar e moldar novamente a pesquisa para que seja possível trabalhar dentro do contexto atual. Então, esse resumo busca apresentar os caminhos tomados por uma pesquisa de doutorado que faz parte do Grupo de Pesquisa (extraído para manter o anonimato) do Programa de Pós-Graduação (extraído para manter o anonimato) da Universidade (extraído para manter o anonimato) ao produzir os dados de pesquisa em meio à pandemia de Covid19. A pesquisa visa discutir como as tecnologias digitais possibilitaram que o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) continuasse seu trabalho mesmo com a necessidade de distanciamento social, fechamento de centros educacionais e Ensino Remoto Emergencial (ERE). No decorrer do ano de 2020 começávamos a enfrentar a pandemia de Covid19 e nesse mesmo período iniciava o doutorado da primeira autora. Como o foco já era trabalhar com os alunos do PIBID, iniciamos o acompanhamento das ações do mesmo remotamente. O PIBID se reformulou para tentar atender às demandas da escola, que seguia sem aulas no espaço físico. Desta forma, passamos a realizar atendimentos via WhatsApp, com a produção de vídeos com conteúdos solicitados pela professora supervisora, discussão das apostilas e de como esse material e atendimento poderiam chegar até os alunos da escola. Dessa forma, o PIBID atuou em espaços virtuais visando um contato mínimo que fosse desses licenciandos com a escola, pois o foco principal do programa é ter o espaço de iniciação docente desses estudantes. Durante esse acompanhamento, foram produzidos muitos dados. Foram: dez portfólios redigidos pelos pibidianos nos quais relatam a experiência a cada quinzena das ações desenvolvidas, bem como dos materiais discutidos nas reuniões; 32 reuniões gravadas com aproximadamente 2h cada; atas de todas as reuniões; os vídeos produzidos pelos pibidianos para atender a escola. Nesse processo, as tecnologias digitais ajudaram a possibilitar que o programa não parasse, mesmo em meio ao caos da pandemia, permitindo, com suas ferramentas, algumas maneiras de chegarmos aos sujeitos e ao contato com os estudantes. Mas, será que as tecnologias possibilitam mesmo a continuidade do programa? Será que foi igual para todos? Que enfrentamentos distintos o uso dessas tecnologias acarretou? Deixamos esses questionamentos para refletirmos e serão explorados na tese.

Biografia do Autor

Juliana Leal Salmasio, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutoranda em Educação Matemática pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), possui licenciatura em Matemática pela Universidade Federal da Grande Dourados (2018) e Mestrado em Educação Matemática pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2020). Membro do Grupo de Pesquisa Tecnologias Digitais, Mobilidade e Educação Matemática (TeDiMEM) e do do Grupo de Pesquisa TANGRAM - Educação Matemática, Cultura e Tecnologia (FURG). É integrante do Projeto Tecnologias Digitais Móveis e Educação Matemática (TeDiMEM), dedicando-se a pesquisas relacionadas ao uso de Tecnologias Digitais no processo de Ensino e de Aprendizagem matemática. Além disso, atua como Diretora Executiva da Revista Perspectivas da Educação Matemática (PEM) da UFMS

Aparecida Santana de Souza Chiari, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mãe do Enzo, esteve em licença maternidade em 2017. Possui Bacharelado em Matemática pela Universidade de São Paulo (2007) e Licenciatura em Matemática pela Universidade de São Paulo (2008), mestrado em Educação Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2011) e doutorado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (2015). Foi Orientadora Educacional Online do programa RedeFor, oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo em parceria com a Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. Ministrou disciplinas na USP para cursos da área de Exatas. Atualmente é docente Adjunta A3 do Instituto de Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, credenciada ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática da mesma instituição e editora da Revista Perspectivas da Educação Matemática (Qualis B1 - Ensino). É coordenadora de área do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) - Matemática/INMA/UFMS, coordenadora do grupo de pesquisa TeDiMEM e membro do grupo de pesquisa GPIMEM (associada). É também membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Educação Matemática - Regional Mato Grosso do Sul, membro do comitê de pareceristas das revistas Integrare, Perspectivas da Educação Matemática e BOLEMA, além de emitir pareceres ad hoc para outros periódicos.

Publicado
2023-01-30
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVI SESEMAT - 2022