PLANEJANDO ENTREVISTAS A PARTIR DA HISTÓRIA ORAL NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA.
Resumo
Com o título “Narrativas dos enfrentamentos do estudante de Licenciatura em Matemática noturna” tem sido desenvolvida uma iniciação científica que tem como objetivo investigar os enfrentamentos da formação inicial de professores de Matemática em um curso de Licenciatura noturna. Para a realização da investigação tomaremos como referencial teórico-metodológico a história oral, que segundo MEIHY-HOLANDA (2020, p.15), consiste em um conjunto de procedimentos que se inicia com a elaboração de um projeto e que continua com o estabelecimento de um grupo de pessoas a serem entrevistados”. E, para Portelli, a história oral é a articulação íntima da história dos eventos, com a história da memória e com a história da interpretação dos eventos através da memória. Memória a ser concebida e tratada não como mero depósito de informações, mas como um processo contínuo de elaboração e de reconstrução de significados (cf. p. 18). Neste texto discutiremos a importância do planejamento para a realização de entrevistas nesse referencial. O primeiro movimento a ser realizado é a seleção das possíveis entrevistadas, neste caso, alunas e alunos do curso de licenciatura noturna da UFMS. Estabelecidos os depoentes, parte-se para a elaboração do roteiro. Esta é a fase em que a pesquisa se encontra, os depoentes já estão definidos, e partir desse movimento, se elaborou o roteiro a partir de fichas temática como segue:
TRABALHO
FAMÍLIA
DISCIPLINA
HORÁRIO NOTURNO
PANDEMIA
EXTENSÃO
PESQUISA
ESTÁGIO
TRANSPORTE
FINANCEIRO
TEMPO
PERSPECTIVA DE FUTURO NA PROFISSÃO
OUTROS
Tabela l: ficha temática, fonte as autoras.
Essas fichas serão dispostas aos entrevistados que terão a liberdade para escolher sobre qual tema irão narrar. Além dos preparos acima descritos, para a que a entrevista seja realizada, existem algumas decisões a serem tomada, tais como a escolha do equipamento, a documentação para o contato com os entrevistados, a postura do entrevistador, escolha do local etc. No caso da pesquisa a que este resumo se refere, os equipamentos que utilizaremos serão o notebook e celular, para gravação de áudio apenas, efetuaremos também o registro fotográfico, mediante anuência do entrevistado. A entrevista ocorrerá de forma presencial, o que requer alguns cuidados como escolher um local onde o entrevistado sinta-se confortável, e dentro do possível sem ruídos (carros, pessoas conversando, latidos, obras próximas etc.). Antes de começarmos a entrevista, faremos os devidos esclarecimentos sobre os objetivos da pesquisa, e solicitaremos a assinatura da Carta de Cessão ou do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em seguida, iniciaremos a gravação com o registro oral e com uma apresentação do projeto, objetivo da entrevista entre outros aspectos.
Depois de lido o termo, solicitaremos que a pessoa registre a resposta às questões que seguem:
Você está esclarecido/a quanto aos objetivos da pesquisa e quanto à forma como a entrevista será feita? Você concorda que a sua identidade seja revelada? Você autoriza o uso da entrevista para fins culturais, educacionais e de pesquisa? Você autoriza que a entrevista seja disponibilizada na Internet? Você autoriza o uso de sua imagem na divulgação do material?
Durante a entrevista tomaremos o cuidado de manter uma postura de escuta ativa e respeitosa, colocarmo-nos, em pensamento, no lugar da pessoa entrevistada e atentos para como a pessoa está se sentindo; Aos termino da entrevista, deixaremos uma via da Carta de Cessão ou do Termo de Consentimento para a pessoa entrevistada com os dados de contato com a pesquisadora; agradeceremos sua disponibilidade em colaborar com a pesquisa, enfatizando a importância da entrevista para o registro da memória e da história;
Perguntaremos se o entrevistado gostaria de receber uma cópia do material gravado e combinaremos quando isso será feito.
Quando estamos trabalhando com entrevistas, precisamos nos atentar que no contexto da história oral, devemos tomar o cuidado de não a transformar em algo mecânico e engessado por um roteiro. Pois o que se espera é é que o entrevistador através da sensibilidade perceba as subjetividades do depoente.
