SER PROFESSOR/A DE MATEMÁTICA: A IDENTIDADE DOCENTE EM REFLEXÕES

Resumo

Este resumo é sobre uma pergunta norteadora: seria possível estabelecer uma única identidade docente? Com esse ponto de partida, surgiu a possibilidade das reflexões concomitâncias aos testemunhos coletados, em momentos de entrevistas, durante uma Iniciação Científica, realizada pelo segundo autor em 2022. 

Os trechos aqui mencionados foram transcritos, parafraseados e por meio deles, surgiram razões que nos trouxeram a esta escrita. Parafraseando as transcrições, extraímos alguns trechos, como segue: “Penso que os alunos viam em mim uma pessoa muito inteligente, que não poderia errar, ou ter falhas.”; “… é um trabalho muito árduo, intenso, e às vezes cansativo, e não se tem valorização nenhuma.”, “Ser professora foi um plano B, pois não era o meu o primeiro plano…”, “Eu acredito que ser professor é tu passar para o aluno o seu conhecimento, que tu sabes e tentar fazer ele entender.”, “Então, eu fiquei meio chocada, porque tinha em mente que o professor é  como era na minha época…” Esses trechos demonstram que existem, efetivamente, uma série de sentimentos, crenças e concepções das vivências das entrevistadas (Duas professoras de Matemática) que fizessem vislumbrar características tais como: ser professora de Matemática é um fardo de autocobrança, acreditar que os alunos não aceitariam uma falha da professora fez com que ela projetasse sobre si mesma um controle em que não poderia haver “falhas”. Destacar a quantidade exacerbada do trabalho profissional, cobranças e a sua desvalorização também se mostra como possibilidade significativa de reflexão. Partindo das inquietações acerca da massificação da profissão docente, realizamos esta reflexão sobre o que é ser professor/a. Dialogamos a partir da perspectiva que ser professor/a é entender-se em um processo formativo individual, contínuo e dinâmico.

Em vista disso, concordamos com Nóvoa (1992), que o processo de identificação docente é gradativo e passa por um método do refazimento de identidades, acomodações de inovações para ser possível a integração de mudanças. Portanto, não existe um modelo para ser professor/a, para exercer tal função o sujeito tem consigo uma série de sentimentos, crenças e valores, entendimentos e convicções que se formaram durante a vida toda. Com isso, a trajetória pessoal, social, política, comunitária, coletiva, histórica e econômica precisa ser compreendida como condições específicas e individuais de cada professor/a. Ser professor/a envolve uma construção de identidade, que é única.

Neste sentido, vale ressaltar, de acordo com Campos, Gaspar e Morais (2020) que, o perfil professor é construído desde o Ensino Básico, passando pela Licenciatura, e seguindo nas formações continuadas formais e informais, isto é, a formação da identidade professor/a e permanente, inacabada e pessoal.

Dessa forma, para compreender como se constitui a identidade profissional do professor/a, é necessário compreendermos como ele se constrói e (re)constrói ao longo de sua carreira.

Nós enquanto professores não podemos ser vistos de forma homogênea e massificada, apesar de pertencermos à mesma classe, temos nossas individualidades, experiências, vivências, e motivos que nos trouxeram a profissão professor/a, tais fatos nos tornam únicos, por isso, esperamos que nossas reflexões contribuam para (re)significar o ser professor/a.

 

Publicado
2023-10-29
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVII SESEMAT - 2023