DESCOBERTAS E REFLEXÕES DURANTE O CULTIVO DE FEIJÕES EM UMA ATIVIDADE DE MODELAGEM MATEMÁTICA

  • Maria Eduarda dos Santos Silva CEM 01 - Sobradinho/DF
  • Guilherme Morais de Sousa Oliveira CEM 01 - Sobradinho/DF
  • Francimar Gomes de Oliveira Júnior Universidade Federal de Mato Grosso do Sul https://orcid.org/0000-0002-7154-350X

Resumo

Os Itinerários Formativos (IF) são a parte flexível do currículo do Novo Ensino Médio em que suas disciplinas têm o intuito de os estudantes se aprofundarem, conhecerem e/ou estudarem sobre determinada disciplina que gostem (DISTRITO FEDERAL, 2020). Um exemplo de IF é o Laboratório de Ensino de Matemática que tem entre os seus objetivos de aprendizagem o teste de hipóteses para inferir uma explicação ou resolução de uma situação-problema, analisando a adequação de um modelo matemáticos verificando suas limitações, eficiência e possibilidades de generalização (DISTRITO FEDERAL, 2022). Para alcançar esse objetivo da disciplina o professor de Matemática pode utilizar a Modelagem Matemática que é “[...] uma estratégia utilizada para obtermos alguma explicação ou entendimento de determinadas situações reais” (BASSANEZI, 2015, p. 15). Sendo assim, este é um relato de uma atividade de Modelagem que tem o objetivo de evidenciar os resultados encontrados durante a padronização do crescimento de feijões em condições diferentes. Para tanto, utilizamos o método hipotético-dedutivo segundo Popper (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 95) que ocorre em três etapas: 1) a partir do conhecimento prévio de um assunto criamos um problema; 2) criarmos possíveis soluções e, então; 3) realizarmos o teste de falseamento dessas soluções, isto é, tentarmos refutá-las. O experimento inicia-se ao prepararmos os recipientes com uma vazão de água adequada (com pedra e areia) e com a criação de quatro condições de observação do cultivo dos feijões: (1) sol + terra vermelha, (2) sol + terra preta, (3) sombra + terra vermelha e (4) sombra + terra preta. Inicialmente, pensamos que nenhum dos feijões nas condições 3 e 4 cresceria porque julgamos que precisam da luz do sol para germinar, enquanto 1 e 2 brotariam no dia seguinte. Mas, independente das condições, alguns feijões germinaram no 3º dia de observação. No 6º dia, constatamos que os feijões que não brotaram continuaram sem crescer enquanto os que germinaram apresentaram diferenças nos tamanhos e aparências entre as condições: (1) ~10cm de altura e crescia, folhas grandes e com a tonalidade escura e o caule robusto; (2) ~12cm de altura e demais características da 1; (3) ~15cm de comprimento e crescia horizontalmente, folhas minúsculas e verdes claras e o caule flexível e; (4) tinha as mesmas características da 3, porém com ~26cm de comprimento. Com isso, hipotetizamos que 3 e 4 cresceram na horizontal porque estavam “buscando a luz”, já que o crescimento se direcionava para a parte com maior incidência de luz. Com base nesses resultados, redirecionamos nossa pesquisa para entender por que as plantas de feijões cresceram de formas tão distintas e por que algumas sementes não cresceram, mesmo com as mesmas condições em que as outras germinaram. Ao realizarmos uma breve pesquisa, confirmamos que a nossa hipótese sobre a “busca da luz” estava correta, conforme descreve Gottems (2021). Além disso, ao debatermos sobre as condições do experimento, levantamos a hipótese que aquelas sementes que não brotaram foram devido à drenagem ineficiente da água e, ao realizarmos o teste de falseamento, percebemos que estávamos certos. Portanto, observamos que a terra preta parece estimular o crescimento da planta e que a drenagem da água é de suma importância para a germinação das sementes. Por fim, concluímos que existe a necessidade de refazer o experimento adotando os cuidados levantados nessa pesquisa para comparar o padrão de crescimento das mudas de feijão nas condições apresentadas.

Publicado
2023-10-29
Seção
Resumo Expandido – Pôster - XVII SESEMAT - 2023