"Somos o que somos, inclassificáveis!"
Resumo
O período de 1969-74 é conhecido como Anos de Chumbo, uma referência à violência do governo Médici na repressão daqueles que se opunham à ditadura civil-militar. Foi um tempo marcado por forte repressão às organizações políticas e pela censura às produções artísticas. Em 1973, no bojo desse processo, a banda Secos & Molhados surgia como fenômeno mercadológico, trazendo uma disfarçada crítica à ditadura militar – e uma clara crítica aos costumes – no cenário musical brasileiro, vendendo milhares de discos e atraindo inúmeras pessoas aos seus shows. O grupo surpreendeu, sobretudo, por mesclar uma forte sensação de virilidade, não apenas por meio da voz, mas da performance, imprimindo ao espetáculo a ideia de dois pólos que se repelem e se atraem: masculino e feminino, homem e mulher. Assim, pretende-se, analisar a possibilidade de liberação sexual, em voga no Brasil, por meio da performance do grupo musical Secos & Molhados.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Maria Hermínia Brandão Tavares de; WEIS, Luiz. Carro-zero e pau-de-arara: o cotidiano da oposição de classe média ao regime militar. In: SCHWARCZ, Lilia K. Moritz (Org.). História da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 319-409.
ANGELO, Vitor de Amorim. Ditadura militar, esquerda armada e memória social no Brasil. Tese (Doutorado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.
BAHIANA, Ana Maria. Nada será como antes: MPB nos anos 1970. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
CHAUI, Marilena. Laços do desejo. In: NOVAES, Adauto (Org). O desejo. São Paulo: Companhia das Letras; Funarte, 2006. p. 19-66.
CHAUI, Marilena. Repressão Sexual, essa nossa (des) conhecida. São Paulo: Brasiliense, 1984.
GABEIRA, Fernando. O que é isso, companheiro? 20. ed. Rio de Janeiro: Codecri, 1980.
HOBSBAWN, Eric J. Era dos Extremos – o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Impressões de viagem – CPC, Vanguarda e Desbunde. 5. ed. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004.
MACHADO, Regina. Da intenção ao gesto interpretativo: análise semiótica do canto popular brasileiro. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
MILLIAN, Betty. O que é amor. São Paulo: Brasiliense, 1983.
MORARI, Antônio Carlos. Secos e Molhados. Rio de Janeiro: Nordica, 1974.
PRIORE, Mary Del. A “velha igualdade” e a “nova identidade”. Historien – Revista de História, Petrolina, p. 9-24, jan./mar. 2010. Disponível em: http://www.4shared.com/file/255142123/dee34db4/01_A_velha_igualdade_e_a_nova_.html?. Acesso em: 30 set. 2019.
RIDENTI, Marcelo. As oposições à ditadura: resistência e integração. In: MOTTA, Rodrigo Patto Sá; AARAO, Daniel; RIDENTI, Marcelo (Org.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2014.
SILVA, Robson Pereira da; ALVES, Luciano Carneiro. A contracultura no Brasil: Secos & Molhados e a Indústria Cultural na década de 1970. Simpósio Nacional de História Cultural, 6., 2012, Teresina. Anais […]. Teresina: UFPI, 2012. Disponível em: http://gthistoriacultural.com.br/VIsimposio/anais/Robson%20Pereira%20da%20Silva%20&%20Luciano%20Carneiro%20Alves.pdf>. Acesso em: 20 set. 2019.
SILVA, Vinicius Rangel Bertho da. O doce e o amargo do Secos & Molhados. São Paulo: Terceira Margem, 2015.
SILVA, Vitoria Ângela Serdeira Honorato. A performance de Ney Matogrosso: inovação na canção midiática em dois momentos. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, 2013.
SOUSA NETO, Miguel Rodrigues de. Homoerotismo no Brasil contemporâneo: representações, ambiguidades e paradoxos. Tese (Doutorado em História) – Instituto de História, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
VARGAS, Heron. Secos & Molhados: experimentalismo, mídia e performance. Encontro Anual da COMPÓS, 19., 2010, Rio de Janeiro. Anais […]. Rio de Janeiro: PUC/RJ, 2010.
VAZ, Denise Pires. Ney Matogrosso: um cara meio estranho. Rio de Janeiro: Rio Fundo Ed. 1992.
VENTURA, Zunir. 1968: o ano que não terminou. São Paulo: Planeta, 1989.
WILLIAMS, Raymond. Base e superestrutura na teoria cultural marxista. Revista USP, São Paulo, n. 65, p. 210 – 224, mar./maio 2005. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revusp/article/viewFile/13448/15266. Acesso em: 10 jul. 2019.
ZAN, José Roberto. Secos & Molhados: o novo sentido da encenação da canção. Congresso da seção latino-americana da International Association for Study of Popular Music, 7., 2006, Havana. Anais […]. Havana: IASPM-AL, 2006. Disponível em: http://www.iaspmal.net/wp-content/uploads/2012/01/JoseRobertoZan.pdf. Acesso em: 03 mar. 2019.
Copyright (c) 2019 albuquerque: revista de história
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são todos cedidos à revista. As opinições e pontos de vista presentes nos artigos são de responsabilidade de seus/suas autores/as e não representam, necessariamente, as posições e visões de albuquerque: revista de história.