“INTERVENÇÃO MILITAR JÁ": ABORDAGENS DA DITADURA MILITAR NOS LIVROS DIDÁTICOS

“MILITARY INTERVENTION NOW”: APPROACHES ABOUT MILITARY DICTATORSHIP IN TEXTBOOKS

Resumen

Com a derrota nas eleições, seguidores de Bolsonaro saíram às ruas em protesto, clamando por intervenção militar. O ponto alto desse evento foi em janeiro de 2023, quando grupos extremistas invadiram prédios do governo federal, convocando um golpe militar com o intuito de minar os alicerces democráticos. Essa tentativa de promover um discurso pró-ditadura nos leva a indagar por que tais indivíduos não parecem compreender as sérias consequências de um estado de exceção. O que motiva essas pessoas a clamarem por intervenção militar, mesmo após terem tido contato com os estudos históricos que exploram esse tema durante seu período de formação escolar? Será que há discordâncias entre o que é dito pela historiografia sobre o tema? A partir dessas indagações, o objetivo deste artigo é traçar um breve panorama de como a historiografia abordou o golpe de 1964 e como esse evento é apresentado nos materiais didáticos contemporâneos.

Biografía del autor/a

Bruna Baliza dos Santos Doimo, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Mestre em História pelo PPHR/UFRRJ

Marcela de Oliveira Santos Silva, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Doutoranda em História pelo programa de Pós-Graduação em História - PPHR/UFRRJ, fui bolsista CAPES – doutorado e, atualmente, bolsista FAPERJ Nota 10 Doutorado, com a pesquisa “Os retratos de Hitler: a biografia como escrita historiográfica”. Mestra em história pela UFRRJ, com a pesquisa Adolf Hitler, a personagem criada na biografia Hitler: a study in tyranny escrita por Alan Bullock, em 1952; orientada pelo Professor Doutor Luis Edmundo de Souza Moraes. Fui bolsista FAPERJ nota 10 de mestrado. Licenciada em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2016). Fui bolsista de IC FAPERJ (2014-2015). Integrante do Núcleo de Estudos da Política e História Social (NEPHS-UFRRJ).

Citas

Assessoria de Comunicação Social, Escolha dos livros aprovados pelo PNLD 2018 começa dia 21, Portal MEC,15/08/2017. Disponível em . Acesso em 20 de jan. de 2023.
AARÃO REIS, Daniel. Ditadura no Brasil: Uma incômoda e contraditória memória. In: Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à constituição de 1985. Zahar, 2014.
______. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In: O golpe e a ditadura militar: 40 anos depois (1964‐2004), REIS, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá (Orgs.).. Bauru: Edusc, 2004.
BEZERRA, Holien Gonçalves. O processo de avaliação de livros didáticos –
História. In: NODARI, Eunice; PEDIO, Joana M.; LOBOI, Zilda M. Gricoli. História: Fronteiras. pp. 195-200. ANPUH, 1999.
CAIMI, Flávia Eloisa. O livro didático de história e suas imperfeições: repercussões do PNLD após 20 anos. Livros didáticos de história: entre políticas e narrativas, v. 1, p. 23-45, 2017.
D´ARAUJO, Maria Celina; SOARES, Gláucio Ary Dilon; CASTRO, Celso. Visões do Golpe: a memória militar sobre 1964, Rio de Janeiro: Relume- Dumará, 1994.
DREIFUSS, René Armand. 1964, a conquista do Estado: ação política, poder e golpe de classe. Vozes, 2006.
FERREIRA, Jorge. O Governo Goulart e o golpe civil-militar de 1964. In: O Tempo da Experiência Democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964. Jorge Ferreira e Lucia Neves Delgado, (org), Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FICO, Carlos. O golpe de 64: momentos decisivos. Rio de Janeiro: FGV, 2015
JUNIOR, Orandes Carlos da Rocha. Estudo comparado entre as apostilas e os livros didáticos de História do Ensino Fundamental das escolas públicas na região de São Joaquim da Barra/SP (2017-2019). 2021. Tese de Doutorado.
MADEIRO, Carlos, Presos no DF pedem direitos humanos e acusam Exército no Twitter: 'covarde', Uol, 10/01/2023.Disponível em .Acesso em 20 de jan. 2023.
MELO, Demian Bezerra. O golpe de 1964 e meio século de controvérsias: o estado atual da questão. In: A miséria da historiografia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Demian Bezerra, (Org). Rio de Janeiro: Consequência, 2014.
MARTINS, Jonatas; CARONE, Carlos; RODRIGUES, Marcus; PINHEIRO, Mirelle, Vídeo. Em ginásio da PF, bolsonaristas presos denunciam falta de alimentação, Metrópoles, 09/01/2023. Disponível em . Acesso em 20 de jan. 2023.
NINJA, Após 70 dias, chega ao fim acampamentos bolsonaristas em frente aos quartéis, Mídia Ninja, 09/01/2023. Disponível em https://midianinja.org/news/apos-70-dias-chega-ao-fim-acampamentos-bolsonaristas-em-frente-aos-quarteis/.Acesso em 20 de jan. 2023.
POLLACK, Michael. Memória e identidade social. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, v. 5, n. 10, 1992
ROLLEMBERG, Denise. Esquecimento das Memórias. In: O Golpe de 1964 e o Regime Militar: novas perspectivas. João Martins Filho (org.), São Carlos: EdUFSCar, 2006,
RALEJO, A.; MONTEIRO, A. M. Livros didáticos: autoria em questão. Escritas do Tempo, v. 2, n. 5, p. 117-134, 30 out. 2020.
TOLEDO, Caio Navarro de. Golpismo e democracia. As falácias do revisionismo. Crítica Marxista, n. 19, p. 27-48, 2004.
VELOSO, Natália; VINÍCIUS, Caio, PM desocupa acampamento em Brasília; 1.200 são levados à PF, Poder 360, 09/01/2023. Disponível em
VILLA, Marco Antonio. Ditadura à brasileira- 1964-1985: a democracia golpeada à esquerda e à direita. São Paulo: Leya, 2014

FONTE
BOULOS JÚNIOR, ALFREDO. História sociedade & cidadania: 9o ano: ensino fundamental: anos finais, 4. ed. — São Paulo: FTD, 2018.
COTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Jaime. Historiar, 2 ed. — São Paulo: Saraiva, 2015.
FURQUIM, Fabiane Miriam, Conquista- Solução Educacional: 9 ano: história, 2 ed., Curitiba: Cia Bras Educação e Sistema de Ensino, 2023.
Publicado
2024-01-13