Debate de género en la geografía y algunas tensiones con el autoritarismo científico
GENDER AND SCIENTIFIC AUTHORITARIANISM IN GEOGRAPHY: EPISTEMOLOGICAL TENSIONS AND CHALLENGES
Resumen
La ciencia, como campo de poder y de producción de conocimiento, se construye por personas concretas, corporizadas y situadas históricamente en el espacio y en el tiempo. Quienes piensan, investigan, hablan y escriben lo hacen desde un cuerpo que porta marcadores sociales —raza, género, clase social, origen geográfico, sexualidad, edad, condición física—, entre otros elementos que se interseccionan y moldean sus percepciones y experiencias. Estos marcadores, sin embargo, tienden a ser neutralizados o invisibilizados en la práctica científica, tanto en el lugar de quien investiga como en el de quien es investigado. En el campo de la Geografía, esta neutralización es particularmente evidente en la reproducción de una práctica científica androcentrista que se apoya en el discurso de la objetividad y la neutralidad. Esta perspectiva oscurece procesos, fenómenos y sujetos sociales productores de espacio, cuyas prácticas, territorialidades y experiencias cotidianas tienen el potencial de revelar experiencias múltiples, complejas e interseccionadas, pero que terminan silenciadas por la hegemonía de análisis centrados en la economía y en escalas macroestructurales. Por lo tanto, este texto se propone tensionar este paradigma, evidenciando que todo conocimiento es situado y cargado de corporalidad. Surge de una reflexión provocada por la participación en la mesa “Espacios, cuerpos y dominaciones”, realizada durante el Coloquio Interdisciplinario Autoritarismos en el Siglo XXI: lenguajes, espacios y memorias, espacio que permitió el diálogo entre diferentes áreas del saber sobre las interrelaciones entre cuerpo, poder y territorio.
Citas
ANDERSON, K.; JACK, D. C. Learning to Listen: Interview Techniques and Analyses. In: GLUCK, S. B.; PATAI, D. Women’s words: The Feminist Practice of Oral History. Nova York: Routledge, 1991, p. 11-26.
BAYLINA, M. Metodología cualitativa y estúdios de geografia y género. Departament de Geografia: Universitat Autònoma de Barcelona, 1997. p. 123-138.
BELTRÁN, Ingrid Espitia; OJEDA, Diana; AMARILLO, Claudia Rivera. La “princesa antropóloga”: disciplinamiento de cuerpos feminizados y método etnográfico. In: Nómadas, V 51, 2019.
CESAR, Tamires Regina Aguiar de Oliveira. Gênero, poder e produção científica geográfica no Brasil de 1974 a 2013. 2015. Dissertação (Mestrado) –Mestrado em Gestão do Território. Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2015.
____. Gênero, trajetórias acadêmicas de mulheres e homens e a centralidade na produção do conhecimento geográfico brasileiro. 2019. Tese (Doutorado) – Doutorado em Geografia. Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2019.
CRENSHAW, Kimberle. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da
discriminação racial relativos ao gênero. In: Estudos feministas, ano 10, 2002. p. 171-188.
DAVIS, Angela. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREITAS, Lídia dos Santos Ferreira; GONÇALVES, Eliane. Corpos urbanos: direito à cidade como plataforma feminista. In: Cadernos Pagu. N. 5, 2021.
HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. In: Cadernos Pagu. N. 5, 1995. p. 7-41.
IRIGARAY, Luce. Le sujet de la Science est-il sexué? In: Hypatia, v. 2, n.3, 1987. p. 65-87.
MASSEY, Doreen. Flexible sexism. Environment and Planning. In: Society and Space, v. 9, n. 1, p. 31 – 57, 1991.
____. Um sentido global do lugar. In: ARANTES, Antônio A. (Org.) O espaço da diferença. Campinas: Papirus, 2000.
MCDOWELL, Linda; SHARP, Joanne. Space, gender, knowledge: feminist readings. London: Arnold, 1997.
MILANI, Patrícia Helena. Contribuições da epistemologia feminista para as pesquisas geográficas. In: Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Três Lagoas, v. 1, n. 34, p. 125-150, 24 dez. 2021.
MILANI, Patrícia Helena; OLIVERI, Melissa Pereira. Eu não encontrei tanta dificuldade, mas eu também sempre tive que ter um passo à frente: Geografias Feministas e a Interseccionalidade de Mulheres. Revista Ensin@ UFMS, v. 3, n. 7, p. 98-117, 20 dez. 2022.
MILANI, Patrícia Helena. Geografia e gênero: uma desobediência no campo geográfico? Terra Livre, [S. l.], v. 2, n. 63, p. 32–65, 2025.
MONGIN, Oliver. La condición urbana: la ciudad a la hora de la mundialización. Buenos Aires: Editorial Paidós. Serie Espacios del Saber, 2006.
RAMOS, Élvis; MILANI, Patrícia Helena. O corpo fora de lugar: de uma geografia dos indivíduos para uma geografia dos sujeitos. In: GEOgraphia, 24(52). 2022.
REA, Caterina. Pós-colonialidade, feminismos e epistemologias anti-hegemônicas. In: RODRIGUES, C., ANDRADE, D. S. V.;MANO, M. K, ZUCCO, M. C; ARAÚJO, J. (Orgs.). Territorialidades: dimensões de gênero, desenvolvimento e empoderamento das mulheres. Salvador. 2018. p. 83-110.
SILVA, J. M.; CHIMIN JUNIOR, A. B.; PERACETTA FILHO, E.; ROSSI, R. Geografia e gênero no Brasil: uma análise da feminização do campo científico. In: Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 3, n. 2, p. 38–62, 2009.
SILVA, Joseli Maria; ORNAT, Marcio José; CESAR, Tamires Regina Aguiar de Oliveira; CHIMIN JUNIOR, Alides Baptista; PRZYBYSZ, Juliana. O corpo como elemento das geografias feministas e queer: um desafio para análise no Brasil. In: SILVA, Joseli Maria; ORNAT, Marcio José; CHIMIN JUNIOR, Alides Baptista (Orgs.). Geografias malditas: corpos, sexualidades e espaços. Ponta Grossa: Todapalavra, 2013. p. 85-115.
SILVA, Joseli Maria; CESAR, Tamires Regina Aguiar de Oliveira; PINTO, Vagner André Morais. Gênero e geografia brasileira: uma análise sobre o tensionamento de um campo de saber. IN: Revista da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege). V.11, n.15, jan-jun.2015.
SILVA, Joseli Maria; CHIMIN JUNIOR, Alides Baptista. “Não me chame de senhora, eu sou feminista”! Posicionalidade e reflexibilidade na produção geográfica de Doreen Massey. In: Revista Geographia. V. 19, n.40, 2017. p. 11-20.
SILVA, Susana V. da. Os estudos de gênero no Brasil: algumas considerações. In: Revista Bibliográfica de Geografia y Ciencias Sociales, n. 262. Barcelona: 2000.
SOUZA, Marcelo Lopes de. Da “diferenciação de áreas” à “diferenciação socioespacial”: a “visão (apenas) de sobrevôo” como uma tradição epistemológica e metodológica limitante. In: Revista Cidades. V. 13, n. 22, 2016. p. 101-114.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, 20(2), 1989.
REA, Caterina. Póscolonialidade, feminismos e epistemologias antihegemônicas. In: RODRIGUES, C., ANDRADE, D. S. V.; MANO, M. K, ZUCCO, M. C; Janja ARAÚJO, J. (Org.). Territorialidades: dimensões de gênero, desenvolvimento e empoderamento das mulheres. Salvador. 2018. p. 83110.
Declaro que, caso este manuscrito seja aceito, concordo que mantenho os direitos autorais e concedo à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons (CC-BY) que permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" /></a><br />Este obra está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/">Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional</a>.
