Turismo cultural: principais tipos segundo a motivação dos turistas
Resumo
A literatura aponta que o turismo cultural é um segmento firmemente estabelecido do mercado de turismo de massa, marcado pela heterogeneidade em sua composição, no que concerne os vários tipos de turistas culturais. É comum que motivações particulares sejam tratadas como um tipo específico de turismo. O presente artigo aborda os seguintes: a) turismo patrimonial e turismo histórico; b) turismo de legado; c) turismo religioso; d) turismo sombrio; e) turismo literário; e f) turismo étnico. Objetiva-se apresentar um panorama desses tipos; apresenta-se sua definição, as principais discussões presentes na literatura e casos e exemplos úteis para sua compreensão. A metodologia consiste na revisão de literatura analítica, histórica e de estudos de caso. Percebe-se que ainda há certa carência de produção científica acerca de alguns tipos, a exemplo do turismo literário. Além disso, para quase todos os tipos abordados, a literatura ainda se concentra em estudos de caso e discussões conceituais. A delimitação e discussão dos vários tipos de turismo cultural pode ter aplicações práticas interessantes, para o poder público e a iniciativa privada; por exemplo, a identificação de turistas com motivações particulares pode propiciar a criação de firmas especializadas no atendimento desse público. Por fim, a definição e discussão dos tipos de turismo permitem que autores evitem utilizações “frouxas” de termos como “turismo sombrio.” A clareza na definição propicia que vários estudos e pesquisas possam ser comparados, bem como que se crie uma base conceitual para pesquisas mais amplas, que superem a ênfase no estudo de destinos e atrações específicos.
Downloads
Referências
Apostolakis, A. (2003). The convergence process in heritage tourism. Annals of Tourism Research, 30(4), pp. 795-812. doi: https://doi.org/10.1016/S0160-7383(03)00057-4
Austin, N. K. (2002). Managing heritage attractions: marketing challenges at sensitive historical sites. International Journal of Tourism Research, 4(6), pp. 447-457. doi: https://doi.org/10.1002/jtr.403
Boissevain, J. (Ed.). (1996). Coping with tourists: European reactions to mass tourism. Providence: Berghahn Books.
Borg, J., Costa, P., & Gotti, G. (1996). Tourism in European heritage cities. Annals of Tourism Research, 23(2), pp. 306-321. doi: https://doi.org/10.1016/0160-7383(95)00065-8
Chambers, E. (2000). Native tours: the anthropology of travel and tourism. Long Grove: Waveland Press.
Choay, F. (2006). A alegoria do patrimônio. 3. ed. São Paulo: Estação Liberdade: UNESP.
Crain, M. M. (1996). Contested territories: the politics of touristic development at the Shrine of El Rocío in Southwestern Andalusia. In J. BOISSEVAIN (Ed.). Coping with tourists: European reactions to mass tourism. (pp. 27-55). Providence: Berghahn Books.
Dahles, H. (1998). Redefining Amsterdam as a tourist destination. Annals of Tourism Research, 25(1), pp. 55-69. doi: https://doi.org/10.1016/S0160-7383(97)00061-3
Digance, J. (2003). Pilgrimage at contested sites. Annals of Tourism Research, 30(1), pp. 143-159. doi: https://doi.org/10.1016/S0160-7383(02)00028-2
Garrod, B., & Fyall, A. (2001). Heritage tourism: a question of definition. Annals of Tourism Research, 28(4), pp. 1.049-1.052. doi: https://doi.org/10.1016/S0160-7383(00)00068-2
Grünewald, R. A. (2002). Tourism and cultural revival. Annals of Tourism Research, 29(4), pp. 1.004-1.021. doi: https://doi.org/10.1016/S0160-7383(02)00005-1
Grünewald, R. A. (2003). Turismo e etnicidade. Horizontes Antropológicos, 9(20), pp. 141-159.
Harvey, D. (2005). Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Edições Loyola.
Herbert, D. (1996). Artistic and literary places in France as tourist attractions. Tourism Management, 17(2), pp. 77-85. doi: https://doi.org/10.1016/0261-5177(95)00110-7
Herbert, D. (2001). Literary places, tourism and the heritage experience. Annals of Tourism Research, 28(2), pp. 312-333. doi: https://doi.org/10.1016/S0160-7383(00)00048-7
Higginbotham, G. (2012). Seeking roots and tracing lineages: constructing a framework of reference for roots and genealogical tourism. Journal of Heritage Tourism, 7(3), pp. 189-203. doi: https://doi.org/10.1080/1743873X.2012.669765
Hoppen, A., Brown, L., & Fyall, A. (2014). Literary tourism: opportunities and challenges for the marketing and branding of destinations? Journal of Destination Marketing & Management, 3(1), pp. 37-47. doi: https://doi.org/10.1016/j.jdmm.2013.12.009
Hovinen, G. R. (1995). Heritage issues in urban tourism: an assessment of new trends in Lancaster County. Tourism Management, 16(5), pp. 381-388. doi: https://doi.org/10.1016/0261-5177(95)00042-M
Köhler, A. F., & Durand, J. C. G. (2007). Turismo cultural: conceituação, fontes de crescimento e tendências. Revista Turismo – Visão e Ação, 9(2), pp. 185-198. doi: http://dx.doi.org/10.14210/rtva.v9n2.p185-198
Kolar, T., & Zabkar, V. (2010). A consumer-based model of authenticity: an oxymoron or the foundation of cultural heritage marketing? Tourism Management, 31(5), pp. 652-664. doi: https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.07.010
Kurmanaliyeva, A., Rysbekova, S., Duissenbayeva, A., & Izmailov, I. (2014). Religious tourism as a sociocultural phenomenon of the present "The unique sense today is a universal value tomorrow. This is the way religions are created and values are made." Procedia – Social and Behavioral Sciences, 143, pp. 958-963. doi:https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2014.07.534
Lennon, J., & Foley, M. (2000). Dark tourism: the attraction of death and disaster. London: Thomson.
McCain, G., & Ray, N. M. (2003). Legacy tourism: the search for personal meaning in heritage travel. Tourism Management, 24(6), pp. 713-717. doi: https://doi.org/10.1016/S0261-5177(03)00048-7
MacCannell, D. (1984). Reconstructed ethnicity: tourism and cultural identity in Third World communities. Annals of Tourism Research, 11(3), pp. 375-391. doi: https://doi.org/10.1016/0160-7383(84)90028-8
MacCannell, D. (1999). The tourist: a new theory of the leisure class. Berkeley: University of California Press.
McKercher, B. (2002). Towards a classification of cultural tourists. International Journal of Tourism Research, 4(1), pp. 29-38. doi: https://doi.org/10.1002/jtr.346
McKercher, B., & Cros, H. (2002). Cultural tourism: the partnership between tourism and cultural heritage management. Binghamton: Haworth Hospitality Press.
McKercher, B., & Cros, H. (2003). Testing a cultural tourism typology. International Journal of Tourism Research, 5(1), pp. 45-58. doi:https://doi.org/10.1002/jtr.417
Medina, L. K. (2003). Commoditizing culture: tourism and Maya identity. Annals of Tourism Research, 30(2), pp. 353-368. doi:https://doi.org/10.1016/S0160-7383(02)00099-3
Moore, R. (2014, 02 de novembro). The buildings that won the national lottery jackpot – the hits and misses. The Guardian. Recuperado de http://www.theguardian.com/artanddesign/2014/nov/02/national-lottery-funding-buildings-won-jackpot-architecture-hits-and-misses.
Moscardo, G., & Pearce, P. L. (1999). Understanding ethnic tourists. Annals of Tourism Research, 26(2), pp. 416-434. doi:https://doi.org/10.1016/S0160-7383(98)00101-7
Palmer, C. (1999). Tourism and the symbols of identity. Tourism Management, 20(3), pp. 313–321. doi: https://doi.org/10.1016/S0261-5177(98)00120-4
Peleggi, M. (1996). National heritage and global tourism in Thailand. Annals of Tourism Research, 23(2), pp. 432-448. doi:https://doi.org/10.1016/0160-7383(95)00071-2
Poria, Y., Butler, R., & Airey, D. (2001). Clarifying heritage tourism. Annals of Tourism Research, 28(4), pp. 1.047-1.049. doi:https://doi.org/10.1016/S0160-7383(00)00069-4
Poria, Y., Butler, R., & Airey, D. (2003). The core of heritage tourism. Annals of Tourism Research, 30(1), pp. 238-254. doi:https://doi.org/10.1016/S0160-7383(02)00064-6
Richards, G. (1996). Cultural tourism in Europe. Wallingford: CAB International.
Russo, A. P. (2002). The “vicious circle” of tourism development in heritage cities. Annals of Tourism Research, 29(1), pp. 165-182. doi:https://doi.org/10.1016/S0160-7383(01)00029-9
Santos, C. A., & Yan, G. (2010). Genealogical tourism: a phenomenological examination. Journal of Travel Research, 49(1), pp. 56-67. doi:https://doi.org/10.1177/0047287509332308
Smith, V. L. (ed.). (1989). Hosts and guests: the anthropology of tourism. 2nd ed. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. (1985). Convention concerning the protection of the World Cultural and Natural Heritage: World Heritage Committee. Ninth ordinary session (Unesco Headquarters, Paris, 2-6 December 1985). Paris: UNESCO.
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. (1993). Convention concerning the protection of the World Cultural and Natural Heritage: World Heritage Committee. Seventeenth session (Cartagena, Colombia, 6-11 December 1993). Cartagena: UNESCO.
Urry, J. (2002). The tourist gaze. 2nd ed. London: Sage.
Yale, P. (1991). From tourist attractions to heritage tourism. Huntingdon: Elm.
Os autores/investigadores que publicam na Ateliê do Turismo concordam com os seguintes termos:
1 - Direitos autorais.
Os autores/investigadores mantêm seus direitos autorais, embora concedam à Ateliê do Turismo, os direitos de exploração não exclusiva (reprodução, distribuição e publicidade). Concedem à Ateliê do Turismo o direito de primeira publicação de seu trabalho/pesquisa, que estará simultaneamente sujeito à licença indicada no ponto 2. Os autores podem estabelecer outros acordos adicionais para a distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado na Ateliê do Turismo, desde que haja um reconhecimento de sua publicação inicial nesta revista.
2 - Licença.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Esta licença permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato), dar o crédito apropriado ao (s) autor (es) / investigador (es) e revista, porém, não pode utilizar o material para fins comerciais. No caso de remixação, transformação ou criação a partir do artigo, não poderá distribuir o material modificado.
O (s) autor (es) / investigador (es), possuem autorização para distribuição pelos diversos meios a comunidade científica e acadêmica, bem como são estimulados a distribuir em repositórios institucionais ou em suas páginas pessoais, tendo em vista que esse processo pode ocasionar alterações produtivas, como impacto da pesquisa e as devidas citações do trabalho publicado.