FRONTEIRAS DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO NAS CIÊNCIAS HUMANAS
Resumo
Dos centros decisórios atuais proveio a palavra de ordem "inovação", entendida como aperfeiçoamentos da cibercultura digital restrita a seu polo técnico, assim como a utopia da "sociedade do lazer", com o "ócio produtivo", como seu corolário. Os países periféricos submetem-se ao imperialismo atual, que substituiu a bandeira de civilizar e cristianizar os povos "selvagens" por uma utópica "democracia digital". Sob a primeira bandeira, os burgueses conquistadores dos séculos XV ao XVII conquistaram e colonizaram continentes inteiros, em benefício exclusivo da Europa. Sob a segunda, a humanidade é colonizada pelos centros nos quais bate o coração do capitalismo contemporâneo, transformando-se em consumidora compulsiva de novidades tecnológicas, vistas como garantidoras de prosperidade material e espiritual globais. A impossibilidade de países "em desenvolvimento" conseguirem alcançar a sociedade utópica repousa no fato constatado, desde a década de 1980, que sem as competências técnicas requeridas pelo capitalismo o homem perdeu o seu valor de mercado.
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