CRIANÇA VIADA NÃO É CRIANÇA VIADO!

Quase uma (minha) vida em ensaio biográfico

  • Marcos Antônio Bessa-Oliveira

Resumo

O momento é de fazer valer resistências. Mas como resistir quando sequer existe? Então a alternativa é fazer valer re-existências! Quero dizer: o que não existe para passar a existir deve, portanto, re-existir para fazer valer existência como resistências àqueles que não nos querem existentes: vivos. Neste último caso, por conseguinte, os que re-existem — corpos tornados mais invisíveis, agora que já eram/são invisíveis — para os que não os consideram com existência, os Estados-nações ou as Grandes Corporações, instituições que matam cada vez mais, estão precisando assumir identidades em política que não se permitem morrer sem se tornarem atos criminosos. Logo, matar um corpo, ainda que inexistente da lógica colonial, é sim crime! Considerando os muitos corpos vivos matáveis, na contemporaneidade migratória, artística, pandêmica e de exteriorização, a partir de uma abordagem descolonial, pretendo deslocar a lógica de que é possível matar alguém, por exemplo, pelo simples fato daquele ser viado, negro, pobre, preto, mulher, criança, puta, trans, entre muitos outros corpos da diferença colonial para reafirmar que matar alguém é crime.

Publicado
2021-05-01