O CORPO E A GEOPOLÍTICA DA TECNOCOLONIZAÇÃO, TECNOCOLONIALIDADE DO CORPO na Arte, na Cultura e na Educação! (1ª Parte)

  • Marcos Antônio Bessa-Oliveira UEMS

Resumo

O corpo ocidental vive hoje sob o império emergente da tecnologia virtual. Na arte, nas diferentes linguagens; na produção do conhecimento, em ambientes formais ou informais da Educação e em contextos socioculturais diversos. Considerando a construção do corpo, nas artes e na educação, subjacente ao pensamento moderno europeu, sempre, da pré-história à contemporaneidade, esse está vinculado a “tecnologias” para atualização em contextos/situações diversas. A tecnologia tem atuado compondo corpos “andrógenos”, “tecnológicos”, “transumanos” (BRETON, 2015), “corpomídia” (KATZ; GREINER, 2005), entre outros corpos que usam da tecnologia para autoconstrução/autorreconhecimento ou construções/reconhecimentos em contextos múltiplos. Já a Era Digital como recurso “tecno(lógico)” (RODRIGUES; BESSA-OLIVEIRA, 2019a) no corpo é recente (20/30 anos graças a internet) que o controle sobre os “corpos primitivos” (RODRIGUES; BESSA-OLIVEIRA, 2019a) se dão; corpo primitivo é Pré-história e corpo tecnológico modernidade. Da submissão do corpo à tecnologia, das pedras às redes sociais, discutirei um corpo na arte e na educação que subjaz a colonialidade tecnológica. Um corpo sob o controle tecnológico, mas sem ser “tecno(lógico)”, porque quer voltar a ser um “corpo primitivo” (RODRIGUES; BESSA-OLIVEIRA, 2019a) que reconhece a tecnocolonização (BESSA-OLIVEIRA, 2019) do corpo no século XXI que escapa à virtualização/desnaturalização de si, mas que não escapa à tecnocolonialidade que virtualiza o corpo da arte e da educação. Se a virtualização ressalta a exposição do corpo na arte, por meio da imagem ex-posta nas redes sociais, de outra perspectiva a “exposição” corpórea apaga a diferença colonial dos corpos da arte na educação, por exemplo. Logo, expondo-se ou impondo ao corpo a condição de exposição ou de adestramento, o corpo contemporâneo e a geopolítica, por meio da tecnocolonização do corpo, é a tecnocolonialidade que provoca a tecno(lógica) de corpos da exterioridade que não vivem submissões/situações tecno(lógicas) dessa geopolítica. Para contemplar este debate, lanço mão de ideias de retribalização/renaturalização conscientes, por via da corpo-política (MIGNOLO, 2017) que nem a biopolítica foucaultiana contemplou, para desmontar a tecno(lógica) moderna.

Biografia do Autor

Marcos Antônio Bessa-Oliveira, UEMS

Marcos Antônio Bessa-Oliveira é Professor na UEMS (nas Graduações em Artes Cênicas, Dança e Teatro e no PROFEDUC), é Coordenador do NAV(r)E – Núcleo de Artes Visuais em (re)Verificações Epistemológicas – UEMS/CNPq. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-4783-7903. Email: marcosbessa2001@gmail.com.

Publicado
2021-05-04