NELISITA: NARRATIVAS NYANEKA, DE RUY DUARTE DE CARVALHO:
Reflexões sobre linguagem e discurso cinematográficos
Resumo
Resumo: Durante um bom tempo, ao discutir a linguagem cinematográfica, acreditou-se que o “olho mecânico” do cinema podia apagar a ilusão literária do estilo, do modo de contar. Bastava colocar uma câmera em uma rua e deixá-la filmando os passantes para criar uma espécie de relatório cinematográfico, de cinéma verité. A capacidade de narrar do cinema é certamente o que mais o aproxima da literatura, apesar de possuir linguagens e regras bem diferentes. Este trabalho, que é um estudo do filme Nelisita, narrativas Nyaneka, de Ruy Duarte de Carvalho, busca, primeiramente, observar o modo pelo qual o realizador recriou, em seu filme, o mito Nambalisita, narrado por Carlos Estermann na obra Cinquenta contos bantos do Sudoeste de Angola. Em seguida, aborda a representação da história, em que se inclui a análise de elementos como encenação, enquadramentos, trilha sonora e encadeamento. Tal análise objetiva elucidar a singularidade da linguagem estética utilizada por Carvalho para compor seu discurso cinematográfico, que é de valorização da resistência do mito dos ovakwanyama e de tudo o que ele representa do ponto de vista cultural para Angola
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