FISIOLOGIA DE UMA AMIZADE DISCURSIVA:
uma leitura fronteiriça de Silviano Santiago e Virginia Woolf
Resumo
A presente leitura crítica se faz no bojo das discussões engendradas pelo teórico literário Pedro Henrique Alves de Medeiros em sua obra Silviano Santiago e Virginia Woolf: teorização comparatista biográfica fronteiriça (2024). Grosso modo, o escritor sul-mato-grossense parte dos livros Mil rosas roubadas3 e Orlando4, a fim de estabelecer relações comparatistas tanto com seus autores (Silviano e Virginia) quanto com os personagens das respectivas tramas (Zeca e Vita). Medeiros não hesita em desenredar o material biográfico que Mil rosas roubadas e Orlando lhe oferecem, trazendo as vidas ficcionalizadas de Silviano Santiago e Virginia Woolf como matérias-prima de sua discussão. A tônica teórica presente na obra é fundamental para iniciarmos a redação desta leitura, pois conclama uma opção ancorada na escrevivência do autor e em seu interesse por aqueles que a interioridade insiste em exteriorizar.5 Isso significa que os escritos perpassam um local de reflexão a partir de6 e sobre vidas de sujeitos minoritarizados, a exemplo das obras eleitas, trata-se de vidas homoafetivas. Ademais disso, Medeiros busca escrever sua própria biografia à medida que se embaraça nas vidas de Silviano, Virginia, Zeca e Vita. Nesse sentido, postulamos que nossos escritos também se erigem a partir daqueles que habitam a exterioridade, já que nossos corpos se colocam na posição de prismas indispensáveis por onde nossas reflexões são fundamentadas.
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