O MUNDO A PARTIR DE FRONTERAS DO FIM DO MUNDO – BRASIL/PARAGUAI/BOLÍVIA – teoria da arte descolonial

  • Marcos Antônio Bessa-Oliveira UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
  • Marina Maura de Oliveira Noronha UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Resumo

O título do ensaio — O MUNDO A PARTIR DE FRONTERAS DO FIM DO MUNDO – BRASIL/PARAGUAI/BOLÍVIA – teoria da arte descolonial — adverte tratar-se diretamente de uma discussão que emerge de fronteiras. Ou melhor dizendo, é uma formulação teórico-crítica que está diretamente ligada à ideia de pensar as fronteras artístico-culturais entre os loci Brasil/Paraguai/Bolívia que estabelece uma formulação epistemológica outra, a partir dessa afirmativa de que nós ocupamos o lugar do fim do mundo, para o resto do mundo. Entretanto a ideia de fronteras ou mesmo de fronteira quer-se compreendida como algo que se insinua num espaço onde se quer as práticas e representações artísticas, críticas e culturais juntas e em separado ao mesmo tempo. Ou seja, se num primeiro momento somos grafados pela história eurocêntrica de mais de quinhentos anos de lugar mais ao sul, continente periférico ou fora dos eixos e por uma crítica brasileira contraditória que se quer autorreconhecer como e por primeiro-mundista; de certa forma, seja por uma crítica subalterna ou periférica dentro das periferias latinas ou seja por uma crítica do “Primeiro Mundo” estabelecida, agora o “centro do mundo” (re)volta-se para e a partir de Mato Grosso do Sul que está implícito geograficamente nessa tríplice frontera artístico-cultural como espaço geográfico cultural local.

Biografia do Autor

Marcos Antônio Bessa-Oliveira, UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Marcos Antônio Bessa-Oliveira é professor da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Unidade Campo Grande. É líder do Grupo de Pesquisa NAV(r)E – Núcleo de Artes Visuais em (re)Verificações Epistemológicas (UEMS/CNPq); é membro dos Grupos de Pesquisa NECC – Núcleo de Estudos Culturais Comparados (UFMS/CNPq) e Grupo de Pesquisa Estudos Visuais (UNICAMP/CNPq).
Marina Maura de Oliveira Noronha, UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Marina Maura de Oliveira Noronha é graduanda do curso de Artes Cênicas da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e membro do Grupo de Pesquisa NAV(r)E – Núcleo de Artes Visuais em (re)Verificações Epistemológicas (UEMS/CNPq); é membro do Grupo de Pesquisa NECC – Núcleo de Estudos Culturais Comparados (UFMS/CNPq). A autora vem esboçando os primeiros passos em um Projeto de Pesquisa que investiga a dança, a performance, poética artística e a plasticidade visual, a partir do Grupo Ginga Cia de Dança – especialmente no espetáculo Cultura Bovina? – sob a orientação do Prof. Dr. Marcos Antônio Bessa-Oliveira, vinculada o NAV(r)E que é intitulado “GINGA CIA DE DANÇA: A BOVINOCULTURA SENDO (re)VERIFICADA QUASE 40 ANOS DEPOIS”.

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Publicado
2017-04-09