BUGRES subalternus
Resumo
A escultora Conceição dos Bugres, só pelo fato de ser índia, artista popular e esculpir bugres, já permite toda uma discussão em torno das especificidades de uma cultura local subalternista. O locus geohistórico a partir do qual ela esculpe seus bugres, por sua condição de fronteira e por ser um lugar onde índios habitam, propicia a discussão crítica em torno de uma teoria subalternista, já que o assunto subalternidade demanda uma demarcação territorial específica. Também corrobora a constatação de a artista esculpir seus bugres como forma de “garantir-lhe a sobrevivência”, conforme se lê na epígrafe aposta, ou, como ela mesma dissera em entrevista, “porque preciso, sou pobre”.2
Referências
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MAGALHAES, General Couto de. O selvagem. 3ed. Completa. São Paulo: Companhia Editora Naci- onal, 1935. (Exemplar nº 1850)
NOLASCO, Edgar Cézar. O direito ao grito da subalternidade na América latina (No prelo)
Por uma identidade ameríndia. Catálogo do VI Salão de Artes plásticas de Mato Grosso do Sul.
Dezembro de 87 a março de 88.
SILVA, Wilson Matos da. “Nós, os índios não somos bugres!”. In: Jornal O Progresso. Dourados (MS), terça-feira, 6 de janeiro de 2009. Opinião, p.1.
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