GERENCIAMENTO DE RESULTADOS EM EMPRESAS BRASILEIRAS NOS ANOS ANTECEDENTES AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL OU FALÊNCIA
Abstract
O estudo objetiva analisar alterações nas práticas de gerenciamento de resultados (GR) em empresas brasileiras nos quatros anos antecedentes ao seu pedido de recuperação judicial ou falência. Esta pesquisa é descritiva, documental e quantitativa. A amostra abrangeu 36 empresas, sendo 18 organizações que efetuaram pedido de recuperação judicial ou falência entre 2003 a 2014 e outras 18 organizações saudáveis. Para verificar o comportamento do GR, fez-se uso do modelo KS, com informações da base Economática e da BM&FBovespa. Os resultados apontam que o GR das empresas insolventes é decrescente, sendo que de três a quatro anos antes da formalização do pedido de recuperação judicial ou falência gestores tentam mascarar as dificuldades financeiras das firmas por meio de acumulações discricionárias positivas. Mais próximo ao evento, sobretudo no último ano, tem-se majoritariamente acumulações discricionárias negativas, possivelmente com o intuito de expor o sofrimento financeiro das organizações para se formalizar o pedido de recuperação judicial ou falência. Além disso, quando comparado o GR de empresas insolventes (grupo de teste) com empresas solventes (grupo de controle), observou-se que as organizações em dificuldades tendem a utilizar com maior intensidade acumulações discricionários a partir de três anos antes ao pedido de recuperação judicial ou falência.
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