DESIGN ORGANIZACIONAL COMO SUPORTE À AMBIDESTRIA CONTEXTUAL FRENTE À INOVAÇÃO DISRUPTIVA

Palavras-chave: Design Organizacional, Estrutura Organizacional, Ambidestria, Adhocracia, Organizações Maduras e Tradicionais

Resumo

Com intuito de contribuir para o conhecimento sobre diferentes estratégias de adaptação da estrutura de organizações brasileiras maduras diante do desafio da adoção de tecnologias digitais, o objetivo deste estudo foi analisar como as mudanças no design organizacional impactaram e suportaram o desenvolvimento da ambidestria contextual de um Contact Center. A abordagem foi qualitativa, sendo um estudo de caso com uma empresa pertencente a um grupo empresarial com mais de 12 mil funcionários. A coleta de dados foi feita por meio de pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e grupo focal, utilizando como técnica a análise de conteúdo. Os resultados apontam para a relação entre a estrutura organizacional e a ambidestria evidenciando aspectos da transição de uma estrutura mais burocrática para um modelo mais flexível. Também apontam para os desafios e contradições durante este processo. Com isso, contribui-se para o entendimento da ambidestria em ambientes maduros cuja velocidade de mudança e consequentes problemas na desestabilização do processo estratégico podem impactar nos resultados e sobrevivência organizacional em longo prazo. Destacam-se as pressões excessivas por padronização, ainda maiores que a busca pela inovação, as resistências ao novo modelo operacional de trabalho e as dissidências de membros do grupo, acostumados à estrutura burocrática.

Biografia do Autor

Lígia Maria Silveira Saito, Universidade Federal de Uberlândia

Mestre em Gestão Organizacional - PPGGO - Universidade Federal de Uberlândia

Referências

Aksin, Z., Armony, M., & Mehrotra, V. (2007). The modern call center: a multi- disciplinary perspective on operations management research. Prod. and Op. Management, 16(6), 701–712.

Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Beckman, C. M. (2006). The influence of founding team company affiliations on firm behavior. Academy of Management Journal, 49(4), 741-758.

Bennis, W. G. (1969). The temporary society. The Journal of Creative Behavior, 3(4), 223–242.

Bharadwaj, A., El Sawy, O. A., Pavlou, P. A., & Venkatraman, N. (2013). Digital business strategy: toward a next generation of insights. Mis Quarterly, 37(2), 471–482.

Birkinshaw, J. (2016). The age of agile: what every CEO needs to know. [9 de dezembro, 2016]. Forbes. Entrevista concedida a Steve Denning. Recuperado de: https://www.forbes.com/sites/stevedenning/2016/12/09/the-age-of-agile-what-every-ceo-needs-to-know/#398a199561ab.

Birkinshaw, J., & Gibson, C. (2004). Building ambidexterity into an organization. MIT Sloan Management Review, 45(4).

Birkinshaw, J., & Ridderstråle, J. (2015). Adhocracy for an agile age. McKinsey Quarterly.

Bonin, J. C., & Baade, J. H. (2017). Adhocracia: um modelo possível de administração. Revista Visão, 6(1), 40–50.

Carvalho, S. H. G. (2015). Os impactos da reestruturação organizacional de uma empresa multinacional de alta tecnologia na área de treinamento e desenvolvimento de call center: aplicação da teoria das configurações de Mintzberg. Dissertação (Mestrado). EBAPE, Fundação Getúlio Vargas.

Charitou, C. D., & Markides, C. C. (2003). Responses to disruptive strategic innovation. MIT Sloan Management Review, 44(2), 55-63.

Christensen, C. (1997). The innovator’s dilemma: when new technologies cause great firms to fail. Harvard Business Review Press, 1(1).

Christensen, C. M., Raynor, M. E. (2003). The innovator's solution: creating and sustaining successful growth. Harvard Business Review Press, 1(1).

Christensen, C. M. (2007). A decade of disruption. Revista Forbes.

Christensen, C. M., Mcdonald, R., Altman, E. J., & Palmer, J. E. (2018). Disruptive innovation: an intellectual history and directions for future research. J. Manag. Studies, 55(7), 1043–1078.

Duncan, R. B. (1997). The ambidextrous organization: Designing dual structures for innovation. In: Killman, R. H., Pondy, L. R., & Slevin, D. (1997). The Management of Organization Design. Elsevier Science Publishing.

Farjoun, M. (2010). Beyond dualism: stability and change as a duality. Academy of Management Review, 35(2), 202-225.

Green, A. (2012). Customer journey mapping and the social customer. ICMI - International Customer Management Institute.

Kumar, P. (2015). An analytical study on Mintzberg’s framework: managerial roles. International Journal of Research in ManagemENT & BUSINESS STUDIES, 2 (3), 12-19.

March, J. G. (1991). Exploration and exploitation in organizational learning. Organization Science, 2(1), 71–87.

Martela, F. (2019). What makes self-managing organizations novel? Comparing how Weberian bureaucracy, Mintzberg’s adhocracy, and self-organizing solve six fundamental problems of organizing. Journal of Organizational Design, 8(23), 1-23.

Matei, S. A., & Britt, B. C. (2017). Organizational Configurations and Configurational Change. Structural Differentiation in Social Media, 97–112.

Mintzberg, H. (1980). Structure in 5’s: a synthesis of the research on organization design. Management Science, 26(3), 322-341.

Mintzberg, H. (1981). Organization design: fashion or fit. Harvard Business Review, 1(1) 1-15.

Mintzberg, H. (2003). Criando organizações eficazes: estruturas em cinco configurações. 2. ed. São Paulo, Atlas.

Morgan, D. (1997). Focus group as qualitative research. Qualitative Research Methods Series. 2. Ed. London: Sage Publications.

Mosca, L., Gianecchini, M. & Campagnolo, D. (2021). Organizational life cycle models: a design perspective. (2021). Journal of Organizational Design, 10(1), 3–18. https://doi.org/10.1186/s41469-021-00090-7

Pertusa-Ortega, E. M., Molina-Azorín, J. F., Tarí, J. J., Pereira-Moliner, J., & López-Gamero, M. D. (2020). The microfoundations of organizational ambidexterity: A systematic review of individual ambidexterity through a multilevel framework. BRQ Business Research Quarterly, 24(4), 355-371.

Puranam, P., Alexy, O., & Reitzig, M. (2014) What’s “new” about new forms of organizing? Academic Management Review 39(1), 162–180.

Rafii, F., & Kampas, P. J. (2002). How to identify your enemies before they destroy you. Harvard Business Review, 80(11), 115.

Raisch, S., Birkinshaw, J., Probst, G., & Tushman, M. L. (2009). Organizational ambidexterity: balancing exploitation and exploration for sustained performance. Org.Science, 20(4), 685-695.

Remane, G., Hanelt, A., Nickerson, R., e Kolbe, L. (2017). Discovering digital business models in traditional industries. Journal of Business Strategy, 38(2), 41–51.

Silveira-Martins, E., & Rossetto, C. R. (2014). Ambidestria Organizacional – exploração e explotação: um estudo bibliométrico nas bases de dados internacionais. Revista Gestão Organizacional, 7(2), 16-29.

Silvestre, J., Borges, A., & Paula, V. (2022). Empreendedorismo Estratégico: Exploration, Exploitation e Ambidestria em Cervejarias Artesanais de Uberlândia, MG. Revista de Administração Mackenzie, 23(1), 1-25.

Simsek, Z. (2009). Organizational ambidexterity: towards a multilevel understanding. Journal of Management Studies, 46(4), 597–624.

Simsek, Z., Heavey, C., Veiga, J. F., & Souder, D. (2009). A typology for aligning organizational ambidexterity’s conceptualizations, antecedents and outcomes. Journal of Management Studies, 46(5), 864–894.

Smith, W. K., & Tushman, M. L. (2005). Managing strategic contradictions: a top management model for managing innovation streams. Organization Science, 16(5), 522-536.

Tiinside. (2019). Contact Center vai faturar R$ 54,14 bilhões até dezembro, aponta consultoria. Recuperado de https://tiinside.com.br/30/10/2019/contact-center-vai-faturar-r-5414-bilhoes-ate-dezembro-aponta-consultoria/l.

Tushman, M. L., & O’reilly, C. A. (1996). Ambidextrous organizations: managing evolutionary and revolutionary change. California Management Review, 38 (2), 15–17.

Yin, R. K. (2015). Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed., Bookman.

Yu, D., & Hang, C. C. (2010). A reflective review of disruptive innovation theory. International Journal of Management Reviews, 12(4), 435–452.

Publicado
2024-04-11
Seção
Artigos