Campo de Concentração de Ravensbrück:
Discursivização das mulheres judias
Resumo
Propomos, neste artigo, recortar as designações das mulheres confinadas no Campo de Concentração de Ravensbrück que funcionou no período 1939 a 1945 e a partir desses recortes, objetivamos discutir as redes de memória que se constituem. Para isso, buscamos mapear os modos de designar as prisioneiras, neste artigo, as judias, colocando em suspenso o ser mulher e ser vulneral. Filiamo-nos ao campo teórico da Análise de Discurso, tal como constituída por Michel Pêcheux no final dos anos de 1960 e relida/discutida/transformada por Orlandi e pesquisadores que com ela continuam a repensar continuamente os pressupostos teóricos da disciplina, buscando os efeitos de sentidos e compreendendo o sujeito como dividido e a língua marcada pela incompletude.
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