Utopia e ação: O enigma da ponte
Resumo
A utopia literário-filosófica coloca em cena a cidade ideal imaginada pelo seu autor. Tomando como referência a obra matricial de Tomás More, caracteriza-se a utopia como expressão e mito da cidade ideal e evidencia-se a sua pretensão de paradigma de ação com vista à criação pelos humanos do estado ideal de perfeição ou de harmonia social, baseada na comunidade de natureza e destino do homem. Distinguindo os níveis do discurso e da ação e a sua estreita ligação na utopia, emerge o enigma da ponte que pode ser estabelecida entre a utopia e a sociedade de que ela pretende vir a ser paradigma. Por último, mostra-se que as concretizações comportam distopias e acabam por ilustrar que a utopia afinal também não mora aí.Referências
ARAÚJO, Alberto F. O simbolismo do «mito do paraíso» na Utopia de Tomás Moro. In: DIAS, José Ribeiro (coord.). Educação e Utopia. Braga: UM/IEP/CEEP, 1996, p. 55-83.
ARAÚJO, Alberto F. & ARAÚJO, Joaquim Machado. Amaurota entre o mito e a utopia da Cidade ideal. In: ARAÚJO, Alberto Filipe & MAGALHÃES, Justino (orgs.). História, Educação e Utopia. Braga: UM/IEP/CEEP, 1998, p. 61-69.
ARAÚJO, Joaquim Machado. Utopia, desejo e esperança. Contingência e liberdade do homem. In: ARAÚJO, Alberto Filipe & ARAÚJO, Joaquim Machado (orgs.) História, Educação e Imaginário. Actas do VI Colóquio de História, Educação e Imaginário (Universidade do Minho, 24 de Março de 2003). Braga: UM/IEP/CEEP, 2003, p. 41-53.
ARAÚJO, Joaquim Machado. Para uma hermenêutica do texto utópico. In: ARAÚJO, Alberto Filipe &ARAÚJO, Joaquim Machado, Figuras do Imaginário Educacional: para um novo espírito pedagógico. Lisboa: Instituto Piaget, 2004, p. 59-118.
ARAÚJO, Joaquim Machado. Aprender da Utopia. In: ARAÚJO, Joaquim Machado &ARAÚJO, Alberto Filipe, Utopia, Cidade e Educação. Lisboa: Instituto Piaget, 2007, p. 13-48.
ARAÚJO, Joaquim Machado & ARAÚJO, Alberto Filipe. L’énigme du pont d’Amaurote, Moreana, Angers, vol. 39, nº 151-152 (décembre), p. 69-83, 2002.
ARISTÓTELES. Poética, 2ª ed. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1990.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos, 3ª ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1999.
BOROT, Luc. L’Angleterre et ses utopies dans la période moderne: l’inscription de l’histoire nationale dans la fiction utopique. In MAGUIN, Jean- Marie &WHITWORTH, Charles (dir.) Thomas More, Utopia : Nouvelles Perspectives Critiques. Montpellier : Centre d’Études et de Recherches sur la Renaissance Anglaise, 1999, p. 5-50.
CABRAL, Roque. Temas de Ética. Braga: UCP/Publicações da Faculdade de Filosofia, 2000.
CHEVALIER, Jean & GHEERBRANT, Alain. Dicionário dos Símbolos. Mitos, Sonhos, Costumes, Gestos, Formas, Figuras, Cores, Números. Lisboa: Editorial Teorema, 1994.
COLLI, Giorgio. O Nascimento da Filosofia. Lisboa: Edições 70, 1998.
ELIADE, Mircea. Histoire des croyances et des idées religieuses, 1 – De l´âge de la Pierre aux mystères d’Eleusis. Paris: Payot, 1976.
ELIADE, Mircea. Tratado de História das Religiões. Lisboa: Cosmos, 1977.
DUBOIS, Claude Gilbert. Problèmes de l’Utopie. Archives des Lettres Modernes, Paris, nº 85, Paris, p. 3-64, 1968.
HERRERO, Beatriz Fernández. La Utopía de América. Teoría, Leyes, Experimentos. Barcelona: Editorial Anthropos, 1992.
JUNG, Carl Gustav. Psychologie et religion. Paris: Buchet / Chastel, 1994.
LACROIX, Jean-Yves. A Utopia. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Editor, 1996.
MANUEL, Frank E.; MANUEL, Fritzie P. El Pensamiento Utópico en el Mundo Occidental, vols. I, II e III. Madrid: Taurus, 1981.
MARGOLIN, Jean-Claude. Sur l’insularité d’Utopia: Entre l’érudition et la rêverie. In MURPHY, Clare M. & al.(ed.)Miscellanea Moreana. Essys For Germain Marc’hadour - Moreana, vol. XXVI, nº 100. Binghamton, Medieval & Renaissance Textes & Studies, 1989, p. 303-321.
MARTINS, José V. de Pina. A “Utopia” de Thomas More como Texto de Humanismo. In Memória da Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras (Separata). Lisboa, 1980, p. 8-50.
MORE, Thomas. De Optimo Reip. Statu deque nova insula Utopia, libellus vere aureus, nec minus salutaris quam festivus. Paris: Nouvelles Éditions Mame, 1978.
MUCCHIELLI, Roger. Le Mythe de la Cité Idéale. Paris: PUF, 1960.
PLATÃO. A República, 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1960.
PLATÃO. Diálogos IV: Sofista – Político – Filebo – Timeu – Crítias. Mem Martins: Publicações Europa-América, s/d.
PRÉVOST, André. L’Utopie de Thomas More; présentation du texte original, apparat critique, exégèse, traduction et notes. Paris : Nouvelles Éditions Mame, 1978.
QUARTA, Cosimo. La ‘Repubblica’ di Platone: Utopia o Stato Ideale?. Idee, VIII, nº 22, Gennaio-Aprile, p. 103-115, 1993.
QUARTA, Cosimo.. L’ Utopia come generatrice di “Nuovi Mondi”.Moreana, Angers,Vol. 31, nº 118 – 119 (June), p. 121-140, 1994.
RACINE, Luc. Paradis, âge d’or, royaume millénaire et cité utopique. Diogène, nº 122, avril-juin, 130-147, 1983.
RICOEUR, Paul. Do Texto à Acção. Ensaios de Hermenêutica II. Porto: Rés-Editora, s/d.
RUYER, Raymond. L’Utopie et Les Utopies. Brionne :Gérard Monfort, 1988.
SHAKESPEARE. A Tempestade. Porto: Lello & Irmão, s/d.
TROUSSON, Raymond. Voyages Aux Pays de Nulle Part. Histoire Littéraire de la Pensée Utopique. Bruxelles:Éditions de l’Université de Bruxelles, 1979.
VOLTAIRE. Cândido ou o Optimismo. Lisboa: Guimarães & Cª Editores, s/d.
WUNENBURGER, Jean-Jacques. La Vie des Images. Strasbourg : PUS, 1995.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
![Licença Creative Commons](https://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png)
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.