Educação subjetificadora, neoliberalismo e ensino de Inglês: Reflexões para a Linguística Aplicada crítica/transgressiva

  • Lívia Fortes UFES

Résumé

Esse artigo busca articular o ensino de língua inglesa em tempos de neoliberalização (CHUN, 2013; HOLBOROW, 2012) à proposta de subjetificação defendida por Biesta (2010; 2013) e FORTES (2017) pelas lentes da Linguística Aplicada Crítica e Transgressiva (Pennycook, 2008), Indisciplinar e Mestiça (MOITA LOPES, 2008).  Entende-se aqui que tais relações podem fundamentar práticas de linguagem e processos educacionais mais democráticos e abertos à pluralidade, favorecendo assim à possível ruptura com o ethos neoliberal que, por sua vez tem, cada vez mais, fundamentado e ressignificado a educação formal pela lógica do mercado e do sujeito-empresa (BROWN, 2015; DARDOT E LAVAL, 2013; PATRICK, 2013; HILGERS, 2011). A discussão aqui empreendida se finaliza com apontamentos em torno do Letramento Crítico (MENEZES DE SOUZA, 2011; LUKE, 2011; JORDÃO, 2014) enquanto possibilidade epistemológica e caminho a ser trilhado rumo à educação subjetificadora e, portanto, crítica. 

Biographie de l'auteur

Lívia Fortes, UFES
Lívia Fortes é professora adjunta do Departamento de Línguas e Letras da UFES. Atua no curso de Licenciatura em Letras-Inglês com foco nas áreas de Formacão de Professores, Letramentos, Identidade e Subjetividade.

Références

ARENDT, H. A condição Humana. Chicago, Illinois: The University of Chicago Press. 1958 (1ª. ed.) Tradução: Roberto Raposo, revisão: Adriano Correia. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2014.

BIESTA, G. J. J. Good education in an age of measurement; ethics, politics, democracy. Boulder, CO, USA: Paradigm Publishers, 2010.

BIESTA, G. J. J. . The beautiful risk of education. Boulder, CO. USA: Paradigm Publishers, 2013.

BLOCK, D. ET AL. Neoliberalism and applied Linguistics. London and New York: Routledge, 2012. Introduction (p. 1-13).

BROWN, W. What exactly is Neoliberalism? Interview with Timothy Shenk. Dissent Magazine. Abril, 2015. Disponível em https://www.dissentmagazine.org/blog/booked-3-what-exactly-is-neoliberalism-wendy-brown-undoing-the-demos. Acesso em: 23 set. 2017.

CHUN, C. The ‘neoliberal citizen’: Resemiotizing globalized identities in EAP materials. In Gray, J. (Ed.) Critical perspectives on language teaching materials. Hampshire, England: Palgrave Publishers, 2013.

DARDOT, P.; LAVAL, C. The new way of the world: on neoliberal society. Translated by Gregory Elliot (2013). NY: Verso. 2009. (1st. ed.)

FABRÍCIO, B. F. Linguística aplicada como espaço de desaprendizagem: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola. 2006.

FORTES, L. ‘Ser ou não ser’: questões sobre subjetividade e o ensino de inglês na escola pública. Tese de Doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês. São Paulo: FFLCH, USP, 2017.

GEE, J. P. Social Linguistics and Literacies: Ideologies in Discourses. (4a. Edição). London, UK: Routledge, 2012.

HILGERS, M. The three anthropological approaches to neoliberalism. UNESCO. Malden, Massachussetts, USA: Blackwell Publishing, 2011.

HOLBOROW, M. What is Neoliberalism? Discourse, Ideology and the Real World. In: Block, D. et al (Eds.) Neoliberalism and applied Linguistics. London and New York: Routledge, 2012, p. 14-32.

JORDÃO, C. M. No tabuleiro da professora tem... Letramento Crítico? In: TAKAKI, N. H.; MACIEL, R. F. Letramentos em Terra de Paulo Freire (Prefácio). Campinas: Pontes Editores, 2014.

KUMARAVADIVELU, B. A Linguística Aplicada na era da globalização. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

LIMA, D. C. (Org.) Inglês em escolas públicas não funciona? Uma questão, múltiplos olhares. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.

LUKE, A. Critical literacy: foundational notes. In: Theory Into Practice, 51(1), pp. 4-11. 2012. Disponível em: < https://eprints.qut.edu.au/41519/>. Acesso em: 18 dez. 2018.

MENEZES DE SOUZA, L. M. T. Para uma redefinição de Letramento Crítico: conflito e produção de significação. In: MACIEL, R.F; ARAÚJO, V. A. (Orgs.) Formação de Professores de Línguas: ampliando perspectivas. Jundiaí: Paco Editorial, 2011.

MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola. 2006. Introdução.

_____. Linguística Aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

PATRICK, F. Neoliberalism, the Knowledge Economy, and the Learner: Challenging the Inevitability of the Commodified Self as an Outcome of Education. ISRN Education, vol. 2013, Article ID 108705. 2013. Disponível em <http://www.hindawi.com/journals/isrn/2013/108705/.> Acesso em: 23 set. 2017.

PENNYCOOK, A. Uma linguística aplicada transgressiva. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

SIQUEIRA, D. S. P.; DOS ANJOS, F. A. Ensino de inglês como língua franca na escola pública: por uma crença no seu (bom) funcionamento. In: Muitas Vozes. v.1, n.1, p. 127-149, Ponta Grossa, MT, 2012.

Publiée
2018-12-19
Rubrique
Artigos - Linguística e Semiótica