Entre mulheres e colometas
literatura, história e memória em La plaza del diamante de Mercè Rodoreda
Resumen
O presente artigo se detem em reflexões e análises que envolvem a questão da materialização da memória no romance La plaza del diamante (1962) da escritora catalã/espanhola Mercé Rodoreda. A partir dos estudos transdisciplinares sobre as relações entre literatura, história e memória, surgiram questões que nortearam nossa pesquisa, buscando compreender o processo de materialização da memória emergente do período da guerra civil, do pós-guerra e da ditadura militar franquista na Espanha, por meio de narrativas literárias. Para encontrar respostas para esse problema, delineamos como objetivo geral analisar os tipos de memórias presentes na obra La plaza del Diamante e como elas convergem para reavivar a história silenciada da Espanha, observando a maneira como essas memórias são construídas ao longo do romance. Focamos nos conceitos de memória social, individual e coletiva de acordo com Mercedes Juliá, Jacques Le Goff (1994) e Maurice Hawlbachs (1990). Como resultado deste processo de pesquisa, entendemos que o romance cumpre uma de suas funções, que é a materialização da memória, porque ao transportar e narrar os eventos individuais que atingiram grande parte da população espanhola, a memória alcança o escopo coletivo, criando um espaço global onde suas histórias são compartilhadas. Além disso, a literatura surge neste cenário como uma revisão das memórias da sociedade, mostrando que memórias individuais e coletivas são fundamentais para evitar o esquecimento de períodos e acontecimentos históricos significativos.
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