Leishmaniose visceral e desnutrição

uma dupla mortal

  • Rafael Alves Mata de Oliveira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Yulle Fourny Barão Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Letícia Szulczewski Antunes da Silva Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Raquel Santiago Hairrman Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Eli Fernanda Brandão Lopes Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Lena Lansttai Bevilaqua Menezes Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Natali Camposano Calças Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Luciane Perez da Costa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Resumo

Introdução: A Leishmaniose visceral (LVH) é uma patologia reemergente ocasionada por protozoários do gênero Leishmania, cuja característica é parasitar células do sistema fagocítico mononuclear. Animais vertebrados mamíferos são seus hospedeiros, principalmente os cães e humanos. Quando investigado os índices epidemiológicos de LVH associado à Desnutrição Proteico-calórica (DPC) é observado milhões de mortes ao redor do mundo. A DPC aliada a LVH estabelecem problemas de saúde pública muito relevantes. Objetivos: Descrever um relato de caso da evolução nutricional de um paciente hospitalizado portador de leishmaniose visceral, como infecção oportunista de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Metodologia: Foi realizado um estudo de caso descritivo, utilizando informações da anamnese nutricional de admissão, reavaliação, e, da alta - Peso, estatura, Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência do Braço (CB), Circunferência da Panturrilha (CP) - de um paciente internado em junho de 2019 em um hospital de retaguarda com LVH secundaria a SIDA. O paciente consentiu em participar da pesquisa após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: Somada à SIDA e a LVH, o paciente também foi diagnosticado com hepatomegalia e pneumonia. Quanto ao exame físico, apresentava todos os sinais clínicos de caquexia avançada, como cabelos quebradiços e despigmentados; depleção de têmporas; redução da bola de Bichat; ossos proeminentes por todo o corpo; redução de massa muscular e de tecido adiposo. Seu peso atual aferido na admissão foi de 37,5 Kg; altura estimada de 1,80m; IMC de 11,5 Kg/m²; CP de 23 cm; CB de 16 cm; sendo 60 Kg o seu peso ideal e o ajustado, 54,37 Kg. Após a análise de todas as ferramentas de avaliação nutricional, o paciente foi diagnosticado com desnutrição grave em estado de caquexia e foram calculadas suas necessidades nutricionais, que resultaram em: Necessidade Energética de 1650 Kcal (30 Kcal/Kg/dia), sendo essas distribuídas em 16% de proteína (1,2g de proteína/dia/Kg), 55% de carboidratos e 29% de lipídeos. Tais prescrições foram alcançadas por meio de suplementação calórico-proteica, ofertada três vezes ao dia. Apesar do estado físico e nutricional do paciente, a dieta encontrava-se em via oral, e em consistência livre/geral, com boa aceitação. Ao final de um mês, ganhou 10,3 Kg, e apresentou aumento de medidas corpóreas que sugerem ganho de massa muscular (CP: 24 cm; CB: 17,5 cm). Durante a alta, foi realizada orientação específica para desnutrição, com continuidade no consumo de suplemento calórico-proteico. Conclusão: Os nutricionistas clínicos/hospitalares devem estar atentos à prescrição dietoterápica, por vezes lançando mão do uso de suplementos e complementos dietéticos, visando a recuperação ou manutenção do estado nutricional. No caso descrito, a dietoterapia foi imprescindível para melhora de sua condição clínica e possibilitou uma alta segura.

 

Palavras-chave: Síndrome de imunodeficiência adquirida. Leishmaniose visceral. Dietoterapia.

 

Biografia do Autor

Rafael Alves Mata de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Nutricionista residente do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Yulle Fourny Barão, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Nutricionista residente do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Letícia Szulczewski Antunes da Silva, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Nutricionista residente do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Raquel Santiago Hairrman, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Nutricionista residente do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Eli Fernanda Brandão Lopes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Assistente social residente do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso – UFMS

Lena Lansttai Bevilaqua Menezes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Assistente social residente do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso – UFMS

Natali Camposano Calças, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Nutricionista preceptora do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso. – UFMS

Luciane Perez da Costa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Nutricionista preceptora do Programa de Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados – Área de Concentração: Saúde do Idoso. – UFMS

Publicado
2020-06-01
Como Citar
ALVES MATA DE OLIVEIRA, R.; FOURNY BARÃO, Y.; SZULCZEWSKI ANTUNES DA SILVA, L.; SANTIAGO HAIRRMAN, R.; FERNANDA BRANDÃO LOPES, E.; LANSTTAI BEVILAQUA MENEZES, L.; CAMPOSANO CALÇAS, N.; PEREZ DA COSTA, L. Leishmaniose visceral e desnutrição. Perspectivas Experimentais e Clínicas, Inovações Biomédicas e Educação em Saúde (PECIBES), v. 5, n. 2, p. 18, 1 jun. 2020.