Avaliação da aceitação de dietas na linha materno-infantil de um hospital público
Resumo
Introdução: O período de internação hospitalar visa à melhora do quadro clínico, todavia ao longo da permanência diversos fatores podem prejudicar a evolução do paciente. Um dos pontos que contribuem para essa situação é a dieta hospitalar, como em casos de baixa aceitação das refeições que podem interferir no prognóstico, evoluir para casos de desnutrição e até prolongar o tempo de internação. Objetivo: Tendo em vista o impacto dos casos de desnutrição hospitalar, em especial na linha materno-infantil, este estudo avaliou a aceitação das dietas em hospital público, identificando os padrões de consumo com o objetivo de encontrar meios para melhorar o consumo alimentar e preservar o estado nutricional dos pacientes. Método: Foram aplicados três questionários de acordo com a faixa etária, de seis meses a três anos, maiores de quatro anos e adultos, nos seguintes setores: maternidade, pronto atendimento pediátrico e enfermaria pediátrica. Foram incluídos pacientes em dieta via oral, orientados, idade acima de seis meses e com acompanhantes quando menores de quatro anos. Resultados: O setor da maternidade apresentou a menor nota de avaliação em relação ao serviço de nutrição de forma geral, relatando maior insatisfação com o sabor das refeições. Na linha pediátrica, identificamos uma relação entre o maior tempo de internação com menor aceitação, fato que se justificou pela falta de diversidade nas preparações. Outro achado em comum nas clínicas pediátricas foi à quantidade excessiva de refeição, pois não há padronização diferenciada para o porcionamento em diferentes faixas etárias, contribuindo ao desperdício. Quanto aos hábitos alimentares houve associação entre idade menor de quatro anos com baixo consumo hídrico e consumo de verduras e legumes. Ao considerar as diferenças nos setores, o pronto atendimento pediátrico apresentou mais de 70% de boa aceitação, em contrapartida a enfermaria pediátrica relatou mais de 50% de baixa aceitação das refeições. Contudo também devemos considerar a influência de determinadas patologias sobre o apetite e consequentemente na baixa aceitação. Devido ao estudo decorrer de hospital público, fatores como a falta de variedade, individualidade no preparo e casos excepcionais como a falta de insumos podem afetar o resultado observado. Conclusões: Em conclusão, observamos adequada satisfação com o serviço de atendimento do hospital, no entanto com um resultado alarmante de baixa aceitação, impactando diretamente no alcance do aporte nutricional necessário. A pesquisa auxiliará na construção de ferramentas para a melhoria das dietas incentivando uma maior aceitação que resultará no melhor prognóstico do paciente.
Palavras-chave: Dieta. Hospitalar. Materno-infantil.
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